𝗜 𝗪𝗜𝗟𝗟 𝗠𝗔𝗞𝗘 𝗬𝗢𝗨 𝗠𝗜𝗡𝗘 - Wantasha

𝗜 𝗪𝗜𝗟𝗟 𝗠𝗔𝗞𝗘 𝗬𝗢𝗨 𝗠𝗜𝗡𝗘

A noite estava quieta e, do quarto no andar de cima do complexo dos Vingadores, Wanda tentava, com certa dificuldade, dormir. Fechara seus olhos e se posicionara na cama da forma mais confortável que conseguira, no entanto, a insônia parecia querer lhe fazer companhia naquele dia. Se remexera diversas vezes, até que levantara da cama, não conseguindo mais permanecer deitada. Calçara suas pantufas e saira de seu quarto em direção a cozinha no andar de baixo, afim de procurar um leite para tomar.

Após os acontecimentos em Sokovia, Wanda passara morar no complexo dos Vingadores com seu irmão e os demais membros do time. Ela gostava dali. Gostava de acordar todos os dias e tomar café da manhã com diversas pessoas. Gostava de ter compainha constante. Passara longos anos tendo apenas Pietro em sua vida, ela amava o irmão, mas tinha que admitir que, as vezes, era um tanto solitário. E, o principal motivo pelo qual mais amava morar no prédio, era, sem dúvidas, Natasha Romanoff. A mulher na qual tomara seus pensamentos nos últimos dias. A pessoa na qual seus sonhos pertenciam. Seus mais íntimos sonhos.

Natasha virara uma obsessão que Wanda simplesmente não conseguia controlar. Não conseguia tirá-la de seus pensamentos. Os últimos dois meses foram um tanto quanto perturbadores para a jovem Maximoff. Natasha era sua treinadora de combate e por Deus, Wanda achava aquilo um tremendo castigo, afinal, quando ela estava a ensinando, Wanda não conseguia prestar atenção em nada, seu foco era todo destinado a mulher de madeixas ruivas que levava-a a loucura cada vez que a mostrava um modo de combate novo. Quando fazia movimentos de luta, Wanda tentava, como tentava parar de encarar seus seios praticamente voando quando dava um salto ou suas coxas perfeitamente coladas na calça que usava, mas era praticamente impossível.

Fora assim que passara os últimos dois meses de sua vida: Com uma paixão avassaladora e secreta na mulher na qual nunca a daria o mínimo de atenção. Wanda parecia uma adolescente de 15 anos descobrindo seu primeiro amor. Convenhamos que a morena de fato nunca havia tido uma relacionamento duradouro ou tão pouco havia se apaixonado verdadeiramente por alguém, então, não descartaria a possibilidade de seu sentimento ser semelhante ao de uma pessoa de quinze anos com o primeiro namorado.

Descendo as escadas com rapidez, Wanda analisara com precisão a sala ampla, vazia e muito pouco iluminada, antes de descer o último degrau. Seus olhos se estreitaram para ver se conseguiam enxergar melhor o local escuro. A única coisa que iluminava o recinto eram as luzes dos prédios de Nova York que entravam pela janela de vidro, mas mesmo assim não a dava uma ampla visão de tudo ao seu redor. Andando com uma cautela admirável, Wanda pisava com cuidado, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acordar as outras pessoas da casa - mesmo que isso fosse praticamente impossível, já que havia uma certa distância entre os quartos e a sala de estar.

Seguira caminho até a cozinha, se perdendo por breves momentos entre as várias portas que tinha no andar de baixo. Quando finalmente achara o lugar que procurava, mais um dilema a pegou de surpresa. Wanda percebera que não fazia a mínima ideia de como esquentar um mísero leite. Olhara para a garrafa que continha o líquido branco que havia pego da geladeira e em seguira recaira seu olhar até o fogão a sua frente. Após alguns segundos analisando o objeto e tentando decifrar como usá-lo, Wanda desistira e tomara o leite frio do modo que estava.

Um barulho foi ouvido vindo da sala de estar. Wanda prontamente se manteve em alerta, caminhando com lentidão em direção ao cômodo, mas, antes que pudesse chegar a seu destino, em meio ao escuro, se chocara com algo ou alguém. Um gemido escapou de seus lábios quando sua cabeça bateu na de outra pessoa. No início, Wanda não conseguira identificar a quem pertencia o corpo que estava deitado em cima do seu, mas após sentir os cabelos longos sobre seu rosto e os peitos da mulher contra os seus, Wanda soubera, no mesmo instante, a quem pertencia aquele robusto corpo. Era Natasha!