° Capítulo 13 °

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Quando o cheiro da cafeína invadiu seu olfato abriu os olhos, um loiro sorria para ela aliviado. Mason ofereceu a xícara com café para ela, como a mesma fizera dias atrás.

Fazendo um sinal de rejeição Bastet se acomodou na poltrona sem saber como fora parar ali. Lembrava das lágrimas quentes no seu rosto, os soluços, fazia séculos que não se comportava assim.

— O...

— Não se preocupe — Hades falou a interrompendo.

Por Nut, estava alucinando? Diante de si, Hades estava encostado na prateleira folhando um livro qualquer enquanto Mason permanecia do seu lado. Alternando o olhar entre os dois, ela mirava ambos inquisitiva.

Como se compreendesse sua desorientação Mason puxou sua mão com delicadeza entrelaçando com a sua. Por mais caótico e inesperado Bastet não recuou.

— Seu amigo — Mason indicou para Hades, que fingiu não ouvir. — Disse que você não estava muito bem.

— Eu... — Bastet fitou Mason, ele sempre se preocupava por tão pouco. — Estou melhor.

— Claro — Hades interveio irônico, os braços cruzados sobre a camisa preta marcava seus músculos.

Bastet o olhou com repressão, não demoraria para ele voltar com a habitual ironia e sarcasmo. O deus do submundo repuxou os lábios em divertimento, Hades se comportava como um adolescente o que gerava mais irritação na deusa.

— Muito obrigada, Mason — ela agradeceu, ignorando o deus. — Mas preciso resolver algumas pendências.

— Cat...

— Desculpa, mas é algo que não pode esperar — ela falou tentando ser o máximo sincera. — Depois me fale sobre Malu, certo?

Sem dar tempo para contesta-la, Bastet puxou Hades até o escritório, que se deixou guiar sem protestos.

— Espero vê-lo mais vezes, Mason — Hades ironiziou.

O mortal apenas assentiu com um sorriso forçado e saiu pela porta. Bastet queria desferir um soco em Hades por sua imprudência.

Ele desvencilhou dos dedos dela e passsou na sua frente, adentrando o escritório de tons escuros recobertos por papiros, Hades sentou-se sem cerimônia na poltrona.

— Que imbecilidade foi essa? — a felina inquiriu irritada.

— por que sempre acha que estou arquitetando um plano maligno contra você?

Apesar de humorado ela sentiu a leve irritação na indagação dele. Hades transitava entre o escárnio e seriedade, contra sua vontade Bastet via-se o observando mais do que o suficiente.

— Você nunca me deu motivos para divergir dessa ideia — ela sussurrou com sinceridade.

Caminhando pelo escritório, os dedos finos trançavam os detalhes entalhados, ela então percebera o vestido no seu corpo, era seu mas até onde recordava estava com a roupa de corrida. Os olhos claros então fitaram Hades.

— Não podia deixar você molhada, depois daquela chuva — ele cofessou em murmúrio, se Bastet não o conhecesse suporia que ele estava vermelho.

— Obrigada.

Aquele fora o primeiro sorriso que dera naquele dia, se tudo fosse diferente, ela pegou-se ansiando. Hades talvez.... eles poderiam... Empurrando todo seu desejo e afeto para um lado obscuro da mente, sua missão era outra.

— Esqueça Dionísio, Bastet — Hades falou se aproximando, o contato da mão quente em seu ombro fez ela estremecer.

— Não jogue toda sua cordialidade me pedindo isso — disse. — Você sabe que irei.

Ascensão [LIVRO 2] Onde histórias criam vida. Descubra agora