Hurt | pjm + jjk

Hurt | Parte 2

- Olá - fui o primeiro a falar.

Jungkook percorreu meu corpo com os olhos e eu não podia julgá-lo.

O primeiro motivo é que eu tinha feito o mesmo assim que cheguei, e não podia estar mais arrependido.

O corpo dele mexia comigo da mesma forma que mexeu no primeiro dia que o vi.

O segundo motivo é que eu me vesti na intenção de provocá-lo. Usava as calças pretas com rasgos que realçavam minhas coxas, parte do meu corpo que ele mais tinha adoração e já dissera inúmeras vezes como era sua preferida. Assim como uma blusa que realçava meu torso, apesar de composta.

Seus olhos serpenteavam por cada detalhe meu, ele sabia o que eu tinha feito. Sabia que era proposital.

- Oi, bebê - ele respondeu depois de um tempo que não consegui contabilizar. Me encarando com um sorriso no canto da boca.

- Jungkook, por favor - eu suspirei - não me chame assim.

Jungkook apenas assentiu, silencioso, me dando passagem para que eu entrasse em seu apartamento.

Quando fechou a porta, tornou novamente seu rosto a mim e por um momento, sei que minhas expressões vacilaram.

Eu tinha os olhos duros e frios o fitando desde que cheguei até seu andar, mas depois de analisá-lo, eu queria apenas sorrir.

Um mês de abstinência de Jeon Jungkook era o suficiente para que eu estivesse totalmente necessitado do seu sorriso, do seu cheiro, do seu toque.

- Ma diga, Jimin - ele começou, depositando a garrafa de vinho quase vazia em sua mesa e caminhando lentamente em minha direção, até que sua testa estivesse colada na minha e eu estivesse sendo prensado contra a parede - Não que mais ser meu bebê?

Eu arfei quando seu corpo pressionou o meu. O ar insistia em não chegar até meus pulmões. Eu sentia saudade, sentia tristeza e sentia vontade de tocá-lo.

- V-você... - suspirei quando Jungkook começou a beijar calmamente meu pescoço - você sabe que quero - consegui concluir com muito esforço.

- Então seja meu bebê de novo, seja meu de novo, Jimin - os lábios de Jungkook continuaram caminhando pelo meu corpo, enquanto ele desabotoava minha camisa e beijava o caminho de pele exposta que estava criando até o cós da minha calça.

- J-jungkook... - eu gemi seu nome de forma inevitável enquanto ele continuava abrindo caminho ao longo do meu abdômen, eu estava completamente rendido por ele e como sempre, não conseguia pensar direito quando ele me tocava.

Meu gemido teve efeito imediato sobre ele, porque ele parou de me beijar e me prensou contra a parede novamente.

- Seja meu de novo, bebê - ele disse em meu ouvido, mordiscando minha orelha.

E como uma lâmpada acendendo em meu cérebro, eu tive um estalo do motivo pelo qual estava ali. Eu vim para conversar.

- E-eu... Por favor, Jungkook, se afasta. - enunciei, sentindo os músculos de Jungkook tensionarem.

Ele jamais fizera ou faria algo que eu não quisesse, não importa a quantidade de álcool que tivesse ingerido. O que era o mínimo, é claro.

Lentamente tomou distância do meu corpo, ainda me encarando, agora com um pesar em sua expressão.

Tomando fôlego novamente antes de inciar um novo diálogo, pude perceber o quão rendido por mim ele também estava, não me sentindo tão culpado por estar tentando levar ar aos meus pulmões depois de sentir seu toque novamente.

Seu peitoral que parecia ter sido esculpido por artistas clássicos, subia e descia num ritmo acelerado, ele tinha o punho fechado, como quem estava se contendo muito para não fazer alguma coisa.

- Você disse que queria conversar, Jungkook, eu vim conversar - falei calmamente, agora em controle dos meus pensamentos de novo.

Jungkook passou a mão pelos cabelos, que agora caíam pelo seu rosto. Estava tão grande e tão bonito desde que ele parara de cortar... Desde que paramos de nos ver.

- Eu sinto sua falta, Jimin - ele começou - eu quero você aqui, comigo, quero...

- Você sabe do que precisa pra isso. - cortei sua fala - você sabe que eu quero, Jungkook.

- Jimin, eu não posso. - Jungkook fitou algum ponto na parede ao nosso lado. Ele não conseguia me encarar.

- Então eu também não posso, Jungkook. Não acredito que me chamou aqui pra termos a mesma conversa. - bufei irritado.

Dar ele como assunto encerrado na minha vida fora talvez uma das coisas mais difíceis que eu já fizera. E lá estava ele, desenterrando sentimentos que eu queria enterrados.

- Jimin - ele deu um passo para frente e eu um passo para trás - Desculpe.

- Tudo bem - repliquei, sabendo que se ele me tocasse novamente, eu não teria forças pra resistir - Continue.

- O que é tão diferente de antes? Por que não podemos continuar como começou? - Jungkook perguntou. Havia dor em seus olhos, eu não entendia sua decisão, nunca iria entender. Se ele gostava tanto de mim, por que era tão difícil pra ele a ideia de um relacionamento?

- Porque antes você não beijava outras pessoas na minha frente, Jungkook. - respondi, com um gosto amargo na boca, lembrando-me da cena.

- Mas eu nunca te prometi nada, Jimin e você passou muito tempo satisfeito com isso - Jungkook continuou, não havia deboche em sua fala, ele simplesmente parecia não entender.

- E eu estava, não estou mais - eu respondi, seco. Eu queria esmurrar a parede. Minhas unhas maltratavam a pele macia da parte interna da minha mão.

- O que aconteceu, Jimin? - Jungkook tinha uma expressão sofrida - Por que tudo não pode ser como era antes?

- Porque eu me apaixonei, porra! - eu gritei, não aguentando mais guardar aquilo pra mim, minhas mãos tremiam - Eu sou um idiota e eu me apaixonei por você, Jungkook! Mas estou claramente pagando o preço da minha estupidez agora.