- Jimin... - Jungkook começou, sem realmente conseguir terminar.
- Eu sou um idiota de ter vindo aqui - eu disse, me dirigindo até a porta mas Jungkook segurou meu pulso com delicadeza mas de forma firme.
- Você... Você não me disse isso antes - ele murmurou, parecendo falar consigo mesmo - eu não sabia, bebê.
- Droga, Jungkook, não me chama assim... - eu fechei meu punho ainda contornado por suas mãos fortes.
Felizmente ele encarava apenas minhas costas, porque ao escutá-lo me chamando de bebê de novo, tudo que senti foi vontade de me jogar em seus braços, e o desespero com certeza estava visível em meus olhos agora.
- Vamos tentar de novo, Jimin, como era antes... - ele sussurou em meu ouvido, eu podia sentir sua respiração em minha nuca e meu controle estava por um fio.
Mas a dor que eu sentia era maior que qualquer desejo que eu sentia por ele.
- Não dá, Kook - Eu revivi o apelido que usei por tanto tempo - me desculpa, simplesmente não dá.
Toquei a maçaneta mas senti que aquela conversa não tinha terminado, então ao abrir a porta tornei meu rosto para um Jungkook que encarava os próprios pés.
- Vamos por um ponto final nisso, sim? Enquanto as coisas ainda estão bem. - eu falei exibindo um sorriso falso.
Jungkook riu consigo mesmo. Não era uma risada de verdade.
- Nada está bem, Jimin.
- Adeus, Jungkook. - falei para que meu próprio cérebro escutasse e entendesse que aquilo era, de fato, um adeus.
- Por favor, Jimin... - eu ouvi a dor na voz de Jungkook, mas eu não queria escutar mais nada e fechei a porta.
E foi quando entrei no elevador que tudo ficou embaçado, eu achava que estava prestes a desmaiar mas logo percebi que meus olhos estavam cheios de lágrimas.
Eu não sabia há quanto tempo estava chorando, se Jungkook tinha visto aquilo ou se eu só havia começado a chorar no elevador quando estava sozinho.
Tudo que eu sabia era que não queria estar como estava agora. Sozinho.
Procurando o celular em meu bolso, liguei para Taehyung, que parecia estar com o celular em mãos porque atendeu no primeiro toque.
- Aconteceu alguma coisa? - sua voz era macia e aveludada como sempre, mas tinha um quê de tristeza no fundo.
- Vem me b-buscar, Tae - eu funguei - por favor, eu devia ter te escutado, me des...
- Calma, meu anjo - a voz de Taehyung agora soava carinhosa - eu vou voando, tá bem? Aguente só um pouquinho, por mim.
- T-tudo bem - eu concluí a ligação com as únicas palavras que ainda consegui emitir antes de começar a soluçar como uma criança e parar de enxergar metade do que estava a minha frente, já que meus olhos estavam inchando.
Posso dizer que não esperei mais do que 5 minutos sentado na escadaria do prédio de Jungkook por um Taehyung que desceu a jato do carro para me acompanhar até a porta, como se eu tivesse alguma dificuldade de locomoção.
- Está tudo bem, Tae, consigo chegar até a porta. - sorri falso enquanto ainda chorava baixo e fungava.
- Eu... é, eu sei. - disse Taehyung, coçando a nunca e fitando os próprios pés - eu só queria garantir que você estava bem.
Eu ri, ri porque era óbvio que não estava.
- Estou melhor do que nunca - falei, me sentando no banco do carona, enquanto Taehyung ocupava o banco do motorista.
- Estou vendo - Taehyung liberou todo ar que não sabia que ele estava prendendo em seu peito.
- Pode dizer "eu avisei", eu mereço. - falei, encarando-o com mais um sorriso falso no rosto.
- O que você merece, Park Jimin - iniciou Taehyung - é uma noite melhor que essa. - ele completou ligando o motor. Sua expressão era indecifrável.
- Pra onde vamos? - eu perguntei um pouco confuso.
- Pra onde você quiser. - respondeu Taehyung.
- Então... - ponderei um pouco antes de continuar - quero ir pra sua casa.
Os olhos de Taehyung brilharam, como sempre brilham quando vamos pra casa dele. São nossos melhores momentos. Taehyung sempre consegue me fazer esquecer das piores coisas que acontecem na minha vida e eu devo muito a ele por isso.
- Para minha casa, então. - concluiu Taehyung.
O trajeto demorou um pouco, Taehyung e Jungkook viviam em áreas extremas da cidade, mas não era uma cidade tão grande assim.
Eu ainda estava muito pra baixo quando cheguei em seu apartamento e isso era muito visível.
- Quer alguma coisa, Chim? - Taehyung me olhou com gentileza.
- Ficar bêbado até esquecer meu nome - respondi, fitando um ponto aleatório de sua sala.
- Jimin, não acho que seja uma boa ideia. - Taehyung segurou minha mão e com a outra levantou meu queixo para olhar em meus olhos - você não tá bem, meu anjo.
- E vou ficar pior se você não me arranjar uma garrafa de algo alcoólico pra ontem - eu disse, me soltando dele e me jogando de cara em seu sofá.
Sem me importar se o estofado estava me sufocando.
- Tsc... - Taehyung relutava contra suas vontades - tudo bem, mas quando eu disser que é hora de parar, você para, ok?
- Que tipo de amigo você é? - levantei minha cabeça apenas para relutar contra sua decisão, exclamando com uma falsa indignação na voz.
- Do tipo que se importa com você, Chim. - Ele respondeu, sentando-se ao meu lado e massageando minhas costas que estavam ridiculamente tensas.
- T-tudo b-bem, a-ah... - eu suspirei enquanto as mãos habilidosas de Taehyung passeavam pelas regiões de tensão - M-mais Tae, por favor...
Eu tenho quase certeza que ouvi Taehyung engasgar e suas mãos recuarem imediatamente, mas quando pretendia me virar para questioná-lo, ouvi passos e um " já volto com as bebidas" já distante de mim.
O que diabos?
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Hurt | pjm + jjk
Fiksi Penggemar[Terminada] Park Jimin nutre sentimentos pelo seu colega de trabalho, Jeon Jungkook, desde que se envolveram sem compromisso. Acreditando não ter seus desejos correspondidos, Jimin encontra em Taehyung, seu melhor amigo, conforto nos momentos difíc...