Capítulo 26

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Estávamos sentados a mesa de jantar, esperando que todos fossem servidos para iniciar a refeição

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Estávamos sentados a mesa de jantar, esperando que todos fossem servidos para iniciar a refeição. Havia certa de quase trinta pessoas, mas somente uma me chamava atenção e me fazia olhar diretamente para ela.

Após Lucien me deixar sozinha, Rose percebeu a tenção que se instalou e veio junte de William ficar ao meu lado, ambos estavam chateados com a situação, mas percebi que William tencionava o maxilar quando perguntou por meu marido. E sua esposa o olhava como se estivesse tentando fazer se acalmá-lo. Não era segredo que o homem ao meu lado poderia ser um cafajeste anos atrás, mas sempre deixou claro a posição de defender a família custe o que custar.

Agora depois dos ânimos se acalmarem todos estávamos aquela mesa e Lucien estava sentado ao meu lado, e apesar de se manter cordial e conversar com todos, meu marido ainda mantinha a expressão fechada e mal direcionava uma palavra a mim, falando somente o necessário e aquilo por mais que não quisesse admitir me incomodava e me machucava. A comida em meu prato parecia apetitosa, mas acredito que nada desceria pela minha boca naquele momento.

— Alicia — o escutei me chamar, falando próximo a mim de maneira baixa e discreta — coma! Você está mais mexendo em sua comida do que a levando diretamente a boca. — Eu não podia acreditar que Lucien se achava no direito de me dar ordens quando mal nem se quer se preocupava comigo.

Decidir disfarçar o meu incomodo e passei a dar leves garfadas somente para não fazer desfeita. O jantar transcorreu normalmente e os homens falavam de negócios e as mulheres de suas famílias ou coisas fúteis. Podia ver diversas Lucien dirigir olhares a Rachel e ela o retribuía com a mesma facilidade.

O que me intrigava eram os olhares de James, enteado de Rachel, que estavam sendo direcionados a mim. Não de uma maneira estranha ou maliciosa, mas parecia estar inquerindo algo e tentando chegar a algo que estava desconhecido. Quando subiu seus olhos novamente nossos olhares se encontraram e o Visconde me cumprimentou com um sorriso logo erguendo a sua taça como se estivesse propondo um brinde.

— Espero que aquele sorriso e brinde não esteja direcionado a sua direção Alicia! — Lucien bradou, mas de maneira contida. O olhei e percebi os nós de seus dedos brancos pela maneira que apertavam os talheres, e o maxilar tensionado e o olhar escuro na direção de James me faziam entender que meu marido não estava gostando nada daquilo. Mas o Visconde não estava se importando muito já que um sorriso debochado se formava em seu rosto como em desafio a Lucien.

A tensão estabelecida pelos dois foi dissipada quando Rose e William se colocaram de pé a mesa para agradecer pelo jantar e parabenizar a todos pelo excelente negócio que fizeram. Logo todos estavam conversando sobre o assunto e tudo para estar voltando ao normal.

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— O que uma bela dama faz aqui sozinha? — me assustei ao ouvir a voz desconhecida e olhando com mais calma, percebi ser James, o novo Visconde de Belmont. Não poderia negar que era um homem lindo. Observando com calma James tinham os olhos cor de mel mais lindos que já vi e que contrastavam com seu cabelo castanho e os fios rebeldes que se encontravam soltos. — Me desculpe pela intromissão — disse passando as mãos pelo cabelo e os bagunçando ainda mais, parecia que tinha algo que me atraia a ele naquele simples movimento.

— Milorde não interrompeu nada, estava apenas distraídas com meus pensamentos. — Sorri de uma maneira amigável.

— Acho que sei o porquê. — disse se aproximando — Digamos que Rachel nunca escondeu a frustação que foi ao se casar com o meu pai e muito menos perder o homem que amava. — disse a última parte com deboche, e a forma como dizia o nome de sua madrasta parecia estar com nojo ou alguma repulsa. — Pergunte o que quer perguntar Lady Spencer. — Me olhou enquanto se apoiava na mureta de onde estávamos.

— Acredito que milorde já saiba o que quero perguntar. O que não entendo é porque veio até a aqui, não sou ingênua, Visconde, sua aproximação e falas não deixam dúvidas de que quer algo a mais. — James mantinha um sorriso em seu rosto e um olhar admirado.

— Vejo que és uma mulher inteligente e sabia também. — Desencostou-se da mureta e se sentou na mesma, estando agora de frente para mim, apoiando as costas em um dos pilares e as mãos em suas coxas, ficando de uma forma relaxada e descontraída. — Não posso dar muitos detalhes, mas sei que posso confiar em você - se permite a intimidade. — Não permitia, mas fiquei curiosa diante de sua fala. — Tenho algo que preciso saber, mas acredito que somente investigando o passado posso chegar nas respostas que quero. — Parou, olhando para atrás de mim.

— Porque acredito que esses motivos tenham a ver com Rachel e a chegada repentina de vocês. — James abriu ainda mais o sorriso como se eu estivesse chegando aonde queria.

— Isso lhe contarei depois, é um assunto complicado e exige mais confiança, Alicia. — Levantou-se e ajeitou a vestes ao se pôr de pé. — Mas primeiro faço o papel da amiga boazinha e acredite no arrependimento de Rachel, mas mantenhas os olhos abertos e não confie nela.

— Isso inclui você, milorde? — o questionei.

— Tolo seria o homem que confia no próprio homem, milady! — James fez uma reverência e saiu logo em seguida, me deixando ali, sozinha, com os pensamentos do que havia acabado de acontecer.

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Estava cansada e exausta tanto físico como mentalmente, a noite tinha começado de uma maneira boa, mas terminado da maneira mais horrível que fosse e surpresas que não poderia esperar ou jamais imaginar.

Estamos dentro da carruagem e tudo continua no mais absoluto silencio, Lucien com seus pensamentos e eu com os meus. Ninguém quer falar nada e muito menos ser o primeiro a dizer algumas coisas. Ambos estávamos estranhos e quietos demais.

Mal havia percebido que já tínhamos chegado à mansão e que o cocheiro se encontrava a minha frente para me ajudar a sair. E pelo visto meu marido nem se quer se deu ao trabalho de me esperar, o que o Senhor Robert, me olhar pedindo desculpas, mas agradeci com um sorriso o confortando pela atenção e seguindo para dentro. Já se encontravam todos dormindo, então segui para o meu quarto e não me incomodei de saber onde Lucien estava.

Estava tirando a última peça de roupa quando sombra entrou pela porta. Tentei cobrir minha nudez rapidamente e notei que a sombra era meu marido, que parecia estar furioso com algo.

— Por que não está no quarto? — perguntou parecendo impaciente.

— Já estou em um quarto Lucien, se você não percebeu. — disse de cabeça baixa e andava lentamente até mim.

— Sabe que não é a este quarto que me refiro, mas sim o que se encontra atrás daquela porta. — disse apontando para as portar de ligação. — Por que não foi? — sua voz parecia melancólica.

— Lucien eu... — tentei, mas fui interrompida.

— Não Alicia, não! — balançava a cabeça freneticamente — Eu lhe vi com James! — disse com entredentes, então era por isso que James olhava atrás de mim. — Você não terá um AMANTE! — gritou. Eu não estava reconhecendo sua atitude e muito menos o modo em que falava, Lucien parecia desorientado e eu estava começando a ficar com medo.

A porta foi aberta de repente e minha sogra entrou no lugar assustada, com os rompantes do filho e veio em minha direção me abraçando e envolvendo meu corpo com um lençol.

— Sai mamãe, preciso terminar uma conversa com a minha esposa. —Ordenou cerrando os punhos.

— Amanhã Lucien. Olhe o seu estado e o de Alicia. — Me abraçou ainda mais — Não permitirei que isso continue. Vamos querida! — disse me mantendo firme em seus braços e andando comigo para fora do quarto. Meus olhos começavam a lacrimejar e eu tentava segurar as lagrimas, mas era muito muita coisa que havia segurando desde o início daquela noite e não aguentei. Chorei nos braços de minha sogra, que parecia demonstrar preocupação comigo. — Querida, vamos para o meu quarto. Prometo que ficara bem.

Eu não tinha certeza, mas desde quando entrei nesse casamento nada parecia bem. Em um rompante tudo se desmoronava. 

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