Capítulo 19

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Eu não sabia muito bem o que fazia ali, mas uma parte de mim, estava em expectativa

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Eu não sabia muito bem o que fazia ali, mas uma parte de mim, estava em expectativa. As meninas iam à frente, animadas e pareciam conhecer bem o local. Eliza e eu caminhávamos logo atrás.

Eliza parecia uma mulher reservada apesar da vida que levava, não a julgava por escolher esse caminho, mas fiquei curiosa para saber o porquê de fazer isso. Era notável que possuía uma educação e elegância que não se consegue nos locais em que trabalha. Somente uma escola para moças poderia muito bem educá-la a este ponto.

— Pergunte o que quer perguntar Alicia. Vejo como me olha. — Sorriu para mim com divertimento. — Afinal, acho que sei qual é a sua dúvida.

— Não passa despercebido o trejeito que fala, anda e se porta. — Aquiesceu diante da minha afirmação. — O que a fez estar onde está hoje? — soltei de uma vez. Eu precisava entender em como uma mulher para naquela vida, tão renegada pela sociedade, mas, ao mesmo tempo requisitada pela podridão dos desejos mais escuros do ser humano.

— Não entrei porque quis, se é o que se está pensando. — disse categórica. — Mas aprendi que não se deve confiar nas pessoas. E que a traição vem de quem menos esperamos. — Sua frase parecia a fazer lembrar de algo distante, mas que parecia doloroso. — Eu tinha apenas dezessete anos, era uma menina para alguns, mas uma mulher para outros. — disse de maneira que parecia nojo — Meu tio nunca se conformou que meu pai fosse o herdeiro ideal, afinal ninguém confiaria em um homem que gastava mais dinheiro do que deveria. Quando meu pai morreu, foi o pior momento de minha vida, ao contrário de muitos homens, papai era um verdadeiro cavalheiro e fazia questão de que mamãe e eu nos inteirássemos de tudo para que assim pudéssemos ter a nossa própria fortuna. Mas meu tio via aquilo como uma fraqueza e após a sua morte ele achou que colocaria as mãos na herança, mas papai havia deixado uma cláusula, e não me pergunte como ele conseguiu, mas ele havia me denominado sua única herdeira e poderia obter de meus bens quando fizesse vinte e um anos. Infelizmente papai não contava que meu tio faria de tudo para tirar de mim o maldito dinheiro e o que arruína mais uma mulher Alicia, do que a sua reputação? — disse de maneira triste e pude notar que seus olhos carregavam lágrimas não derramadas. — Meu tio simplesmente armou para que numa noite de baile me flagrassem com um de seus comparsas. Acontece que nunca conseguir entender como cheguei ali, mas estava nua e com homem completa nu ao meu lado.

Eu não sabia qual era a sensação de ser desmoralizada dessa maneira, não estava comparando a minha situação com a de Eliza, mas eu ainda tive a oportunidade de viver uma vida considerada normal. Já ela foi completamente tirada de sua vida, família, amigos e o que poderia se perder por algo que não teve e jamais terá culpa.

— Ele chegou... — não conseguia concretizar a frase, era absurda demais que existissem pessoas que fizessem isso e saísse impune.

— Não. Após toda a confusão e ser completamente humilhada e expulsa de casa somente com as roupas do corpo. O rapaz se sentiu solidário — riu com escárnio — e me ajudou aquela noite. Ele disse estar fazendo aquilo pelo dinheiro e não havia motivo para me fazer mal, mas já que tinha acontecido me levou até o clube ou como chamam verdadeiramente ao bordel. No começo chorei muito, mas ele estava disposto a reparar o erro de alguma maneira e foi lá que conheci a Madame Sinclair, uma mulher vivida, mas muito perspicaz e depois de um tempo conheci as meninas e nos tornamos uma família. — A olhei admirada pela sua força e coragem. — No começo foi difícil, eu não aceitava bem e tentava a todo custo voltar para casa, mas sempre era barrada e todos me olhavam como se eu tivesse feito a pior coisa do mundo. Até que desistir um dia e nunca mais obtive notícias e assim prefiro, já que aquela vida não me diz respeito mais.

Não sabia o que dizer para aquela mulher a minha frente, somente a admirava e sentia orgulho de conhecer uma pessoa como ela. Conversamos por mais um pouco a descobri que Eliza tinha a minha idade e que não era um simples nome, que estava atrelado ao seu, mas Eliza nada mais pertencia ao marquesado e foi aí que descobri que ela era Eliza Monte'Serra a filha do marquês de Carnavon. Aquilo me surpreendeu mais ainda por saber que a notícia de seu "descuido" ao ter um amante foi revelada a fazendo ser deserdada imediatamente o título e herança passando automaticamente para o tio. Já não gostava do atual marquês, agora que sei a verdade, odeio aquele homem.

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O clube estava perfeitamente animado, havia uma decoração luxuosa e completamente elegante que exalavam luxúria por onde quer que passasse. Os meses de jogatina estavam dispostas em diferentes lugares e havia umas mais reservadas. Casais de todos os tipos estavam se tocando e ouso dizer que uns estavam até mesmo nus a vista de todos, em se importar com as opiniões. Bebidas e quitutes eram distribuídas abundantemente, e todos estavam alegres demais ou bêbados demais.

Não era de fato que somente algumas mulheres contando comigo, estavam vestidas de uma maneira provocativas, mas com um certo mistério a se esconder. E poderia apostas que todas se encontravam na mesma situação que eu, tinha títulos e reputações a zelar ao contrário dos homens que estava em sua maria despojados e sem máscaras, somente alguns tinham a querência de cobrir o rosto.

— Vejo que as meninas já reservou um lugar para nós. — Olhei para onde Eliza olhava e vi as três sentadas em uma mesa ao canto da parede.

Fomos em sua direção e percebi alguns olhares sobre mim enquanto caminhávamos. Acredito que a uma novidade... ótimo. Me sentei ao lado de Jenna e Eliza se colocou rapidamente ao meu lado.

— Então meninas o que vamos fazer primeiro, para apresentar a Alicia os prazeres da vida. — Inquiriu Jenna divertida.

— Jenna! — Louise advertiu.

— Sabe Loulou, para uma meretriz você é muito séria. Até demais. — disse pegando uma bebida na bandeja do garçom que passava.

— Isso não é da sua conta Jenna, mas precisamos manter a linha ou você gostaria de meter a duquesa em uma situação comprometedora — disse baixo, próximo a nós. — Não precisamos arruínas a fodida reputação de mais uma mulher, para ela se divertir.

Ambas se encaravam seriamente, e nenhuma parecia disposta a desviar o olhar até que a outra cedesse. Jenna zombava secretamente de sua amiga enquanto a morena a olhava com raiva.

— Tudo bem, chega, meninas! — disse Mercedez abrandando a situação. — Vamos nos divertir como sempre fazemos e não precisamos extrapolar. — Olhou com interrogação para Jenna.

— Tá! Que seja! — Jenna tomou em um gole a bebida em sua taça — Vamos mostrar como ser livre para a princesa aqui por pelo menos uma noite. — Apoio a taça em cima da mesa e se levantou. — Vocês não vêm?

Todos olhamos umas para as outras e acenas positivamente, afinal o que poderia dar errado.

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