Capítulo 32

2.7K 259 25
                                    

As palavras de Lucien me surpreenderam naquele momento, não soube dizer em que momento ambos ficamos olhando para o nada e em total silêncio

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

As palavras de Lucien me surpreenderam naquele momento, não soube dizer em que momento ambos ficamos olhando para o nada e em total silêncio. Mas ver meu marido admitindo que sente algo por mim fez meu maldito coração pulsar e uma pequena parte de mim se alegrou, mas em minha mente eu sabia que não poderia confiar, não enquanto ele ainda estivesse confuso em relação aos seus próprios sentimentos.

— Sabe Lucian, — respirei profundamente, tomando coragem pelo que iria dizer — não podemos negar que existe algo entre nós, mas nos dez anos em que estive sozinha naquele castelo me ensinou muitas coisas. A primeira é que os homens e até mesmo mulheres sempre querem o que desejam e usam de emoções para obterem o que querem. — Lucien permanecia quieto, mas pude notar que prestava atenção em cada palavra que dizia. — Se você quer amor, bem temos que ir atrás dele e outras coisas como confiança e respeito para que venham junto, e assim estamos prontos para viver esse sentimento. A segunda coisa é que não importa o que esteja diante de você, mas sim o que aquilo representa para você.

Lucien me olhou rapidamente, se levantando sem se preocupar com a sua nudez e indo até a jarra d'água que se encontrava ali. Cada vez mais me admirava a beleza de meu marido e desejava o quanto me olhasse com paixão além de desejo.

— Não estou entendendo onde quer chegar Alicia — disse ainda de costas para mim — diga de uma vez, já que o momento entorpecente já passou. — Soltou e parecia irritado.

— Talvez você nunca tenha amado Rachel, mas sim o pensamento de a ter para si, o melhor partido daquela temporada, a mais bela e desejada de todas. — Disse e vi seu corpo se tencionar — Talvez Lucien o fato de você ser negado a algo que achava estar no seu direito de ter, tenha despertado em você somente o desejo de possuir aquilo que lhe era proibido.

— Não fale asneiras! — Disse se virando de frente para mim indo pegar sua roupa que estava espalhada pelo chão. — Eu posso ter o que eu quero Alicia, tenho dinheiro, título e poder para isso. A prova viva é ter você aqui, ou acha mesmo que se não quisesse, em um estalar de dedos esse casamento nunca existiria? — suas palavras eram como facas em meu peito e Lucien confirmou o que todos sabiam. Meu casamento não era mais que uma obrigação e o desejo pelo meu corpo não era paixão, mas sim a necessidade de saciar a si mesmo. — Ambos sabíamos Alicia que isso nunca daria certo. — Terminou de vestir o restante de suas roupas e foi em direção a porta, antes de tocar na maçanete virou-se em minha direção. — Arrume suas coisas, partiremos pela manhã.

E saiu como se nada tivesse acontecido, ou nem mesmo estivesse ali. Me recusei a chorar, eu não precisava viver naquela lamuria.

________________________________________________________________________________

— Acho que a senhora não deveria fazer isso milady! — Disse uma das criadas da qual já esquecera seu nome, pediria desculpas depois, mas agora era o momento de agir.

— Oras, não se preocupe. Estarei em segurança e mando notícias minhas assim que estiver em segurança e bem. Só diga a minha mãe e minha tia que está foi a melhor decisão nesse momento e cuide delas por mim —segurei em suas mãos — mas somente dê a notícia assim que perguntarem por mim, entendeu? — balançou a cabeça confirmando rapidamente, mesmo que estivesse assustada. A abracei me despedindo e a mesma pareceu relutante já que esse não era um comportamento normal, mas sentir o calor de seus braços em volta e pude sentir sinceridade.

— Adeus senhora, se cuide por favor. — Nos despedimos mais uma vez e subir na carruagem alugada.


Ainda era cedo quando abri meus olhos e os adaptei a claridade do ambiente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ainda era cedo quando abri meus olhos e os adaptei a claridade do ambiente. Não havia dormido direito, minha cabeça rodava não só pela bebida, mas também pelas palavras de Alicia. Eu não entendia o porquê minha esposa querer voltar sempre no mesmo assunto, parecia que aquilo me perseguiria até o último dia de minha vida. Depois da noite de ontem, assim que sai do quarto de Alicia segui a procura de um lugar que pudesse ficar sozinho e pensar. Mas fui interceptado pela tia de minha sogra antes mesmo de descer um degrau na escada.

— Vejo que está aproveitando bem a estadia milorde. — disse com sarcasmo enquanto seu olhar se mantinha fixo e frio diante de mim. Era uma mulher bonita apesar da idade avançada e antigamente apostaria que foi disputada em suas temporadas.

— Com certeza, milady. És muito atenciosa e acolhedora. — Disse tentando dispersar aquele clima hostil. — Gostaria de pedir um quarto de hospedes, creio que minha esposa gostaria de ficar sozinha. — Era uma mentira, mas se não fosse ali eu dormiria em outro lugar.

— De certo. Suba em alguns instantes e seu quarto está pronto, pedirei que um de meus empregados o acompanhe e o auxilie no que precisar. — Disse polidamente, logo fazendo uma reverência perfeita que deixava mais ainda seu vestido elegante. Acenei rapidamente com a cabeça e ambos seguimos o destino de nossos caminhos.

Dali em diante este é a única memória da qual tenho já que a bebida fez questão que eu esquecesse todas as outras, nem mesmo sabia como tinha ido parar ali. Mas agradeço a pessoa e o cuidado. Pois me sinto menos ruim do que estaria.

Minhas roupas cheiravam a álcool e ao perfume de Alicia, me peguei pensando em seu corpo, mas logo as coisas em que disse ficaram gravadas em minha mente e me fazia se questionar o que realmente acontecia comigo, mas isso ficaria para outro momento. Tirei o restante das roupas que estavam e entrei na banheira que estava cheia em minha frente, a água ainda estava morna, mas eu realmente precisa de um banho mais frio para que pudesse sair do estado em que me encontrava de completa deploração.

Mal percebi o tempo passar, somente quando notei uma movimentação do lado de fora percebi que agora o dia havia começado e me levantei pegando a toalha que ali se encontrava me secando. Ainda bem que havia trazido algumas roupas e o que mais precisasse, já que serviu para me tornar apresentável no café da manhã. Tentei ficar o mais polido possível mostrando que tudo estava bem e só esperava que Alicia concordasse em ir para casa hoje comigo, tinha muito a resolver e já passou da hora de ter a duquesa e senhora da casa administrando seu lar.

Me olhei mais uma vez no espelho e decidir descer pronto para encarar as perguntas que viriam e sucederiam outras do qual não estava a fim de responder ou falar do assunto em questão.

Passei pelo quarto de minha esposa e notei que o mesmo estava em silêncio, acredito que tenha descido ou ido passear no campo ou até mesmo dormindo, mas decidir não a incomodar e deixei que uma das criadas avinhe-se chamar. Desci as escadas lentamente a fim de prolongar aquele momento e evitar discussões e falatórios, mas quando desci do último degrau havia uma confusão de pessoas andando de um lado para outro e falando coisas das quais não entendia e naquele momento não me causou nenhum pingo de curiosidade, por isso segui para a sala de jantar onde aconteciam as refeições, mas minha sogra e sua irmão se encontravam discutindo e muito nervosas do qual se podia notar longe.

— O que está acontecendo? — Perguntei alarmado pela situação e por notar que Alicia não se encontrava ali ou em qualquer outro lugar.

— O que aconteceu, seu patife? — disse a tia de minha mulher se levantando e gritando em minha direção de maneira exaurida. — Você aconteceu, se eu soubesse do inferno que estava vivendo ao lado, eu teria feito qualquer coisa para impedir este casamento e tomara que ela esteja bem longe de você.

— Do que a senhora está falando? — Questionei começando a ficar aflito.

— Alicia foi embora e ninguém tem notícias suas desde a madrugada. 

Escândalos®Onde histórias criam vida. Descubra agora