Yoongi.
O carro parou na frente da casa do Namjoon. Grande. Discreta. Segura. Por fora, parecia só mais uma mansão no meio da cidade. Por dentro... era uma fortaleza.
Bati a porta antes mesmo do motorista desligar o carro. Caminhei até a entrada, rangendo os dentes, com o celular na mão e o peito pegando fogo.
A porta tava entreaberta. Estranho. Namjoon nunca deixava uma brecha dessas.
Empurrei, entrando.
E o que vi me parou no meio do caminho.
Lá estavam eles. Namjoon, Jin, Jungkook e Taehyung.
Todos reunidos. Todos já ligados no que tava acontecendo.Na mesa do centro, mapas, documentos, fotos impressas, linhas vermelhas ligando rostos, empresas, contas bancárias, contratos falsos. Telas de computador piscando com dados hackeados. Códigos. Rastreamentos.
Eles estavam dois passos na minha frente.
- Até que enfim, Min Yoongi. - Namjoon não olhou pra mim, só mexeu nas telas, digitando rápido. - Tava demorando.
- A gente sabia que você ia aparecer. - Jin cruzou os braços, recostado na parede, sério, sem aquele sorriso debochado de sempre. - Isso aqui é grande demais até pra você resolver sozinho.
Jungkook tava sentado, o notebook no colo, os olhos cravados nas linhas de código, os dedos voando no teclado.
- Tô quebrando os servidores deles. - Disse, sem nem desviar o olhar. - Vai cair tudo. Contas offshore. Empresas fantasmas. Registro de movimentação de dinheiro sujo. Até... - ele apertou mais uma tecla, e um sorriso cortou seu rosto. - ...algumas provas bem interessantes de quem eles estavam protegendo.
Taehyung tava perto da janela, observando lá fora, com um cigarro entre os dedos o olhar mais afiado do que lâmina.
- E não são só eles. - Disse, a voz baixa, rouca. - Tem nome pesado nisso, Yoongi. Gente que paga pra desaparecer pessoas, jornalistas, policiais, promotores. Eles não iam deixar isso vazar sem reagir. E adivinha? Agora... eles querem a SN.
Me aproximei, cruzando os braços, observando a bagunça organizada sobre a mesa.
- Sabiam que eles iam morrer antes de mim?.- Perguntei, olhando pra Namjoon.
Ele finalmente parou de digitar, virou pra mim, jogou os óculos pra cima do nariz.
- Sabíamos que esse seria o desfecho se vocês não recuassem. - Disse seco. - Mas... - apontou pra um canto da mesa onde tinha uma pasta preta. - Isso aqui... a morte deles não limpa.
Peguei a pasta, abri. Fotos. Documentos. Contratos. Depoimentos. Provas de tráfico de influência, de lavagem de dinheiro, de financiamento de redes criminosas. Coisa pesada.
Meus olhos queimaram.
- Eles não eram só podres... - murmurei, apertando a pasta. - Eles eram a raiz de uma árvore inteira apodrecida.
- Exato. - Jin se empurrou da parede e cruzou os braços. - E agora que a raiz morreu, os galhos estão surtando. Porque sabem que ela... - apontou pra mim-...é herdeira disso tudo. Querendo ou não.
- Eles vão tentar usar isso contra ela. - Jungkook completou, com a voz firme. - Ou ela some, ou se entrega, ou...
- Ou a gente some com eles antes. - finalizei, olhando pros quatro.
O silêncio foi pesado. Depois, Namjoon sorriu, aquele sorriso frio, profissional. O sorriso de quem sabe que o jogo tá sujo, mas é mestre no tabuleiro.
- Foi por isso que te chamei. - Ele levantou, cruzou os braços, e me olhou de cima. - Porque isso... isso não é só sua guerra, Yoongi.
Taehyung apagou o cigarro na janela.
- Isso virou pessoal pra todo mundo aqui.
Jin pegou uma garrafa de whisky, serviu quatro doses, e empurrou uma pra cada um.
- Ao inferno. - Disse, levantando o copo. - Porque é pra lá que eles vão.
Ergui o copo, meus olhos ardiam.
E eu soube. Nesse exato momento... não tinha mais volta.
Se eles achavam que tinham poder, dinheiro e influência... eles nunca tinham enfrentado a gente.
Continua...

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O leilão
FanfictionMin Yoongi foi o meu primeiro amor. E também o meu maior sofrimento. Éramos dois jovens tolos que acreditavam que o amor bastava para enfrentar o mundo. Mas meu pai fez questão de me provar o contrário. Ele arrancou Yoongi da minha vida com a mesma...