VIII Respostas

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Rebekah

Rebekah não consegue raciocinar direito, devido à dor imposta a ela pela magia e pelo choque causado pela voz tão, tão familiar.

Ela e Marcel gritam escandalosamente de dor, mas há apenas uma frase, uma voz se repetindo na cabeça da vampira.

É ela. Sua sobrinha. Sua pequena loba. É Hope quem esteve o tempo todo ajudando Janina a prendê-la num mundo tão cruel e traumatizante. Parece que Hope esteve conspirando com uma inimiga para conseguir a morte de Rebekah.

Num instante, a dor cessa. Rebekah se levanta imediatamente e olha para o semblante sério da tríbrida, que usa uma capa e está tirando o capuz da cabeça.

— Não pode ser... — Rebekah começa, mas seu discurso é interrompido por um grito desesperador vindo de Marcel.

A vampira olha assustada para o altar mágico de Janina, e encontra a bruxa, aparentemente recuperada, fazendo com que sangue escorra do nariz de Marcel e caia dentro de uma tigela de pedra. Ao que parece, apenas um pouco não é o suficiente.

Com uma súbita onda de raiva subindo por seus ossos, Rebekah tenta correr em direção ao altar, mas é impedida pela magia da sobrinha e cai de joelhos no chão.

— Você ainda não entendeu, tia Bekah? — Hope diz — Isso é necessário. Não vou deixar você impedir nada.

— Necessário?! Seja lá o que vocês queiram fazer, é mesmo necessário nos inflingir tanta dor?

— Ah, é,  teve isso — Hope encara os olhos da tia — Desculpa. As torturas foram ideia dela, o único jeito dela me ajudar. Eu só quero terminar o ritual, tia. Me deixe fazer isso.

— Do que se trata esse ritual, pelo amor de Deus?! — lágrimas formam rios abaixo dos olhos de Rebekah, mas a vampira não sabe se estão ali por conta da traição da sobrinha ou por não poder ajudar Marcel, que não para de gritar de dor. Talvez seja os dois.

— Você não vai compreender. Você superou tudo rápido demais. — Hope responde num suspiro e Rebekah logo entende. — Eu vou trazer meu pai de volta, tia. E Janina vai trazer o primo dela de volta. Precisamos de um ritual grande, de uma fonte de magia enorme. Ela já me explicou tudo, é um preço pequeno a se pagar, mas eu sabia que você nunca ia concordar. Me desculpa por tudo estar acontecendo dessa forma, mas eu não vou desistir.

— Um preço pequeno?! ELA QUER ME MATAR! — Rebekah grita com todo o ar de seus pulmões.

Hope recua, liberando Rebekah da sua magia.

— O quê? — ela pergunta.

Mas, antes que Rebekah possa sequer responder, Janina interrompe, gritando de onde está:

— Ela está mentindo, Hope! Continue segurando-a!

Hope franze a testa em direção a Janina. Rebekah está completa e totalmente preenchida da mais pura e forte raiva, entendo que Janina provavelmente enganou sua sobrinha. Suas veias saltam e, aproveitando que está liberta da magia de Hope naquele instante, ela corre em direção a Janina, empurrando a bruxa para o alto e longe do altar.

Marcel é liberto da compulsão e cai no chão, fraco. Rebekah se abaixa, segurando o rosto do vampiro com as duas mãos.

— Aguente firme — ela diz, com o olhar triste, para Marcel.

— Bekah...

— Tente não falar, se recupere primeiro.

Mas o olhar preocupado de Marcel revela que ele realmente tem algo importante para informar. Rebekah sente uma respiração pesada atrás de si e se vira.

Por Todos Os Mundos | marbekahOnde histórias criam vida. Descubra agora