TW: muito sangue e violência.
Rebekah
Um vazio. Um vazio cruel e assustador, ao mesmo tempo que familiar. É isso o que Rebekah sente quando, com a cabeça latejando em dor física e emocional, acorda num lugar escuro.
Além de escuro, é um lugar apertado. Aquilo é muito sombrio. O corpo da loira, ensanguentado nas regiões da barriga e da testa, dói incessantemente - é com muita cautela e preparo que a mulher consegue abrir os olhos e encontrar, sem se surpreender, o que não esperava: nada. Um lugar vazio, cruel, apertado e escuro.
- Filha da puta. - Rebekah murmura, e se levanta rapidamente, abrindo os braços. - Vem pra cá, Janina. Mostra aí o inferno que você prometeu!
E ela espera. E nada acontece.
Mas, em contra partida, Rebekah tem tempo de se recompor e olhar ao seu redor. E o lugar que há pouco aparentava ser tão vazio e sem graça, de repente mostra-se um pouquinho mais complexo - nada que apague a solidão que emerge dele.
Ali há três portas. Duas nas paredes ao lado de Rebekah, uma na sua frente. Cautelosa, a vampira resolve se aproximar de uma delas. A que está à sua esquerda.
É uma porta vermelha, com detalhes rústicos por mais que aparente ser nova; familiar. Antes de tocar a maçaneta dourada, a loira olha em volta, como num primeiro e último pedido para que não tenha que viver algo tão assustador de novo, logo depois de todo o terror da sua vida supostamente ter finalmente acabado.
E então ela suspira. Uma grande merda está acontecendo mais uma vez.
Porém, quando Rebekah direciona seu olhar para a maçaneta novamente, ela pula para trás em um grande susto, retirando sua mão do objeto e enquarando-a. Sangue. Sangue por toda a sua mão e, quando a vampira levanta o olhar para a porta que estava prestes a abrir, há sangue na maçaneta e derramado por todo o chão em frente à porta, escorrendo de onde quer que seja lá dentro, pela fresta que há por baixo.
Que merda é essa?
Por um momento Rebekah é tomada pela sede tão característica de sua espécie, mas não é burra ao ponto de beber qualquer coisa a que seja exposta naquele lugar. Ela não esquece de Janina em momento algum. Mas, quando lembra que não tem nada mais para fazer, é tomada pela curiosidade e abre a porta diretamente.
O que ela encontra ali é simplesmente horrível.
Rebekah imediatamente descobre a causa de tanto sangue. Ela se depara com mais mortes significantes para sua vida em menos de um mês. Mortes antigas, mas significantes.
São todos os seus ex-amores espalhados pelo chão, com marcas de crueldade pelo corpo.
Todos aqueles que sofreram as consequências de amar Rebekah Mikaelson. E ao se deparar com essa cena, abalada, a vampira não pode evitar questionar-se se isso será para sempre um padrão.
E então ela vê Alexandre. E se enoja ao imaginar o quanto Janina é baixa.
- Uau. - Rebekah vocifera. - É isso, então? Você vai me condenar a encarar as consequências do meu amor? O fato de que eu perdoei tudo isso? Sinceramente...
"Eu pensei que você fosse pior."
Rebekah imediatamente se arrepende de sua afirmação quando, no fundo da sala, enxerga uma pessoa conhecida em pé, olhando para o mar de corpos sem vida e ensanguentados debaixo de si. A pessoa aparenta ter notado ela ali, e está segurando um objeto extremamente familiar.
Uma adaga.
A pessoa começa a se virar lentamente, ao que Rebekah recua para trás, nervosa. É Klaus Mikaelson. Ao mesmo tempo seu irmão amado e inimigo. Aquele que provava a Rebekah todos os dias o quanto ela era humana apenas por mostrar-lhe uma mulher capaz de conceder o perdão repetidas vezes. Mas ele se vira com raiva, com os olhos amarelos e suas veias se sobressaindo, expondo sua miscigenação. E Rebekah percebe a qual inferno Janina queria submetê-la. E se prepara para brigar com a ilusão do seu irmão que há pouco a havia deixado enlutada.
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Por Todos Os Mundos | marbekah
FanficÉ o fim do reino dos Originais. Após a morte de seus irmãos e cunhada, Rebekah decide buscar por novas experiências, sozinha. E enquanto espera pela tão sonhada cura, vive um novo capítulo de sua vida, um no qual ela é a única protagonista. Porém el...