V Defeito

67 5 2
                                    

TW: sangue.


Marcel: alguns minutos antes

Ao chegar no riacho que se assemelha a um pântano, Marcel se enche de fúria e não hesita em correr em volta do lugar, a fim de achar qualquer que seja o 'próximo desafio' da bruxa que o tortura.

Mas ele não encontra nada.

No lugar, ele percebe que o ambiente onde foi parar está envolto por um imenso muro de espinhos grossos, de onde não dá para escapar. Ele está preso ali. E sabendo disso, em um momento, o vampiro desiste de procurar por algo, e resolve voltar para a beira do rio e pensar no que deve fazer.

Mas, quando retorna, Marcel é surpreendido por algo que não estava lá antes: uma coroa de flores, em cima de uma pedra. Ele estranha e, quando se aproxima do objeto e começa a analisá-lo, escuta um movimento nas águas; barulho esse que direciona seu olhar diretamente para o rio.

Marcel cerra os olhos incrédulo ao, ainda duvidando de sua sanidade, enxergar um rastro branco nadando sob as águas, como se uma pessoa estivesse ali. Esse rastro é instável e só é visível em alguns momentos, mas Marcel consegue segui-lo com o olhar.

De repente, o rastro branco se perde debaixo da cachoeira que fica numa das extremidades do rio, e não volta mais. Sem entender nada, Marcel analisa suas opções e, sem muitas expectativas, resolve checar se há algo para além da queda d'água.

Assim, ele deixa a coroa de flores, que até então segurava, de lado e, tomado por uma força de vontade e curiosidade tremendas, ele pula no rio, fazendo o mesmo percurso que o negócio estranho que estava observando.

O que Marcel encontra vai muito além do que esperava, mas mesmo assim não o surpreende tanto. Uma gruta. O lugar não é enorme, mas está cheio de irregularidades e pedras de todos os tamanos espalhadas, então ele resolve andar por ali, com a intenção de encontrar aquilo que viu antes, nas águas. Porém a tentativa só gera frustração. Desanimado, por fim, Marcel vocifera:

- Olá?

Mas, como previsto, não tem nenhuma resposta de imediato. No entando, quando o vampiro já começa a refletir sobre sua possível paranoia, sua audição é preenchida por uma voz que ele conhece e ama.

- Marcel? É você? - é a voz de Rebekah. É definitivamente a voz de Rebekah.

Ele não poderia estar enganado enquanto a isso e, desesperado, corre pela gruta mais uma vez, chamando e procurando por Rebekah. Mas não acha nada.

É Rebekah. Com certeza foi a voz de Rebekah, ele pensa. E não desiste.

E ele procura de novo. E ele checa cada cantinho em meio às pedras. E ele grita. E ele procura. E ele não acha. E então, ele chega perto de uma das paredes da caverna. E ele sente.

Não por um instante, mas por todo o tempo que ele permanece parado naquele lugar, perto daquela parede, ele sente. Ele sente que não está sozinho, e que isso não poderia ser loucura. Algo ao mesmo tempo parecido e muito mais forte do que aquilo que ele sentiu quando estava do lado de fora da casinha no topo da montanha. Ele sabe que só pode ser ela.

E por isso, Marcel formula uma ideia.

Esperançoso, o homem pega uma pedra pequena no chão e, usando sua força sobrenatural, escreve na parede da caverna:

Por Todos Os Mundos | marbekahOnde histórias criam vida. Descubra agora