Capítulo VII

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- O que vocês querem de mim? - perguntou Hanna, que estava selada em um compartimento vasto no quarteirão de Fidel Peltier. Fronte a sua sela estavam sentados os raptores, paus mandados deste último.

 Fidel, o comandante da turma, agia e falava de modo brusco entre os outros homens, que estavam sobre seu mandato... Daí se dirigiu a princesa e frente a grade interagiu. - Daqui a pouco partiremos para Malaya, e você minha cara, é meu cartão de visita. - Fidel reconsiderava a cláusula da lenda que dizia: Se um sangue puro for derramado perante o pedestal da pedra da iluminação, mal nenhum lhe enterditará, e assim a pedra será definitivamente sua, sem haver possibilidade de lhe ser retirada, mas do contrário, mesmo que a pedra seja conquistada, uma perseguição inusitada ao detentor terá lugar.

- Você é um idiota, meu pai vai fazer com que acabem contigo em minutos! - Retorquiu sinicamente Hanna, com desprezo e nojo.
- Você está enganada, seu pai não tem chance contra a minha organização, olha a minha volta... eu tenho mais homens desses por toda a parte, mas por obséquio, eu não farei jus a tal provocação, ia lhe provar meu poder mandando matar seu pai, isto seria feito em um instante, mas tenho uma pedra a conquistar.

***

Em Cameron, Shedder e Bullie entravam no recinto de Papanza com o objetivo de obter respostas sobre Hanna.

- Que lugar mais sujo! - disse Bullie e com razão, ali se via todo tipo de tralha e coisas obsoletas, um lugar apertado e enfeitado de poeira bem visível, o cheiro também incomodava, havia aí uma diversidade de objetos estranhos ao repertório comum e restos de animais, desde aves e felinos de minor, muito comumente utilizadas em invocações e magia negra.

- É mesmo imundo! - consentiu Shedder que andava na linha da frente. A entrada era livre, de manhã a porta se mantia aberta para qualquer um que quisesse visitar Papanza ou saber de seu futuro.

- Sejam bem-vindos! - Disse Papanza em recepção calorosa. Estava sentado e acabava de encerrar um ritual de concentração espiritual, a que curar os poderes, é constância curar os chacras para maior efectividade dos dons do espírito. - Parecem abatidos, sentem-se. - disse apontando para os assentos de atendimento a sua frente, havia cortesia na sua expressão geral.

- Precisamos de seus serviços. - adiantou Shedder.

- Eu sei por quê estão cá... - falou com voz de sábio - É uma mulher.

- Sim, como o senhor sabe! - indagou Bullie com a cara espetada em dúvida.

- É meu trabalho.

- Vamos ao que interessa. Hanna, a mulher que amo, se é que esta informação possa ajudar, foi raptada... preciso saber como acha-la.

- Você vai achar ela, com certeza.

- O quê?! - Shedder entrou em conflito com tal alegação.

- Este tipo é mesmo estranho. - Sussurrou Bullie para Shedder com seu tom habitual de tirador de onda.

- Você está destinado a estar onde ela está agora, é questão de pouco tempo até as circunstâncias o levarem até lá. - Disse o clarividente.

- Eu só preciso saber onde a encontrar!

- Ela está a ser carregada neste momento para a floresta de Malaya. - Os olhos de Papanza estavam fechados e seus braços em pose de meditação. - Há uns seis homens com ela, Você precisa impedir que eles cumpram seu objetivo.

- Você está a ouvir as mesmas babuzeiras que eu? - Sussurrou de novo Bullie.

- Cala-te e ouça. - Implicou Shedder e acrescentou nas questões. - Onde fica isto Senhor? Como lá chego!

- Só precisa seguir a estrada a leste, ela dá direito para lá. Mas não vá sozinho, contradiria o destino. - Naquele momento os dois amigos olharam um para o outro e Bullie abanava a cabeça sugestionando negação. Todo mundo por aquelas bandas conhecia a macabra lenda de Malaya.

...O plano de Shedder era básico. Senhor Bennie nunca usa seu cavalo, leva-lo emprestado, embora que as escondidas, não faria muito mal, hipoteticamente, ele nem daria pela ausência do cavalo ao qual chamava Punni, um cavalo branco de saudável aparência, mas muito preguiçoso também. Culpa-se o dono que o mima como um filho. Senhor Bennie conversava mais com seu cavalo do que o montava. Iam eles entrar de fininho pelo seu celeiro caseiro, moveriam Punni para fora sigilosamente e partiriam os dois para Malaya, montados em um só cavalo.

A Grande Investida - by Zenildo Brocca (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora