A Grande Investida - by Zenildo Brocca (Em Andamento)

Capítulo XIX

- O que lhe trás aqui? - perguntou Durkman à Silver Meyer.

- Eu vim a busca da pedra da iluminação, como todo mundo que vem aqui faz. Afinal, para quê um homem comum viria para este lugar cheio de surpresas desagradáveis? - Meyer caminhava atrás de Durkman, a caminhada dos dois estava muito tranquila. Durkman dominava o lugar.

- Não sei, um entusiasta; Ou até mesmo um explorador, ou sei lá, um caçador de monstros também teria interesse, há muitos seres que seriam de alta renda lá fora.

- Falando em monstros. - Intermitiu Meyer olhando para o outro. - O que você é afinal? E o que você faz aqui?

- O que lhe alarma... Minha face? Eu sou apenas um ser comum como você, minha espécie também é terrena, não sou um extraterrestre ou coisa parecida, como pensariam muitos de vossas comunidades. - disse com franqueza.

- Entendo, és uma variedade diferente de ser humano...

- Não, eu sou um Brommo... Um ser nascido das áreas mais secas da terra, onde a vida é escassa, somos uma espécie de seres selecionados pela seleção natural... Aqueles que suportaram a maior estiagem que já se desenrolou em toda a face da terra... Eu sou de Vergas.

- Vergas! Nunca ouvi falar...

- Poucos ouvem... Por que você acha que somos sobreviventes? Eu não estou aqui pela pedra, eu estou aqui porque cansei de estar naquela parte do mundo, mas também sabia que Malaya seria o único lugar onde ser eu não seria estranho, vocês em vossas comunidades, não estão prontos para aceitar a diferença... esta é minha casa faz tempo.

- Parece que chegamos... - disse Meyer ao pé da montanha.

- Sim, chegamos, venha, vou mostrar-te algo.

***
- Wau, que lugar mais fantástico. - Falou Bullie olhando para as paredes iluminadas com cristais de cor rochas, verdes, azuis, vermelhas e amarelas...

- É... parece até aquelas lendas que o senhor Bennie conta lá no bar...

- Você acha que podemos vender isto?

- Não esqueça que estamos aqui para achar e resgatar Hanna.

- Mas ela não está aqui Shedder! Por uma vez na tua vida não seja teimoso!

- Papanza disse que à encontraríamos aqui!

- Eu disse-te, aquele tipo é um charlatão, como tu.

Um pequeno barulho se ouvia mais para lá do centro do túnel, parecia o som ampliado de uma ratazana.

- Você está ouvindo isto? - Perguntou o Bullie. Era típico dele entrar em pânico sem avaliar antes o caso.

- Estou, o que deve ser. - Shedder já caminhava em direção ao som.

Caminharam um pouco quando se viu alguém se resguardando em pedras.

- Shedder, vamos sair daqui! - Disse Bullie.

- Espera, não acho que seja algo perigoso. - Disse Shedder. - Quem és? Mostra-se!

Muito vagarosamente saiu por de trás das pedras um ser de estatura raquítica, parecia um anão, mas não tão baixo, era magricelo, seus olhos grossos como a cebola, as orelhas eram mais salientes que os satélites no espaço, meio amarelado... parecia tímido pelo olhar.

- Olha o que temos aqui... Que fofura, cutchi cutchi cutchiiii. - Brincava Bullie dançando seu dedo naquele nariz pequeno da coisinha em sua ridícula postura de adulto imaturo quando recebeu uma mordida no dedo. - Seu besta! O que eu te fiz de mal. - Se protegia com as mãos aquele pequeno ser.

- Pára com isso seu idiota, você está a assustar ele!

- Ele quase comeu meu dedo, você não viu?!

- Vem aqui, coisinha fofa, me diz, qual é seu nome? - Shedder baixou-se.

- Minimus. - Falou com receio a coisinha, seu comportamento era de uma criança inteligente e muito expressivo, coloco assim porque tinha a aparência de um macho.

- Minimus... Que nome lindo...

- Pergunta-o se viu Hanna, já que você ficou amigo desta coisa... - Bullie falou isto com voz baixa.

- Minimus, você viu uma Garota por aqui?

- Garota, viu garota... - Repetiu Minimus, com sua voz finíssima.

- Eu já sabia, é um bichinho retardado, ele não compreende nada! - Se aborreceu Bullie

- Ali. - Disse Minimus apontando mais para o fundo da gruta. - Ali, uma garota.

Depois daquela estanha conversa, Shedder decidiu seguir a indicação de Minimus... Caminharam uns minutos até chegarem ao centro da gruta, onde se concentrava um grande brilho vindo do altar.