Capítulo XVIII

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O Chanceler G. Wallen Gorduwin e seus capangas já estavam próximos da entrada da floresta de Malaya.

Aquela manhã era mesmo especial. O vento era fresquinho, parecia até que o mar de Culigan passava por aí, o clima era especial, olhando para o céu, aquele clarão parecia mais vivo do que no princípio do dia.

...Um grande vento soprou repentinamente sobre aqueles homens. Todos em seus cavalos, de cores diversas, se abalaram com o vento. Contando um pouco, somavam-se por aí uns cinquenta à sessenta homens armados, os guardas oficiais do Chanceler Gorduwin que trajavam umas fardas de cores azul e branco...

O vento repentino abrandou em cinco segundos, mas deixou uma incógnita entre aqueles por um meio tempo.

- Senhor Gorduwin olha! - alertou um dos guardas que estava mais para trás, apontando para a nuvem negra que vinha de lá do lado esquerdo da estrada...

Alguns já iam parando para se admirar, mas se ouviu a voz de comando. - Não parem! Vamos continuar, homens! - Subordinou Gorduwin. Quando outro homem notou uma grande fenda no chão bem a frente deles. - Olhe senhor, estamos sem passagem e parece que aquela nuvem está olhando para nós.

Era verdade, uma forma de face humana se formou na grande nuvem negra, não era algo que se pudia interpretar de primeira, mas era mesmo uma forma de gente, e já próximo dos homens trovejava...

- O que é aquilo, uma nuvem passeando sobre a superfície terrestre? Onde já se viu! - Disse um dos tantos. - Talvez seja só um tornado negro! - Repensou um outro homem. - O que vamos fazer senhor? - Questionou ao Chanceler, um dos guardas principais que estava mesmo ali a sua direita.

Quando aquilo que parecia nuvem e carregava um tipo diferente de raios e relâmpagos de cor branca com o envoltório violeta chegou perante aqueles todos, não se podia se reservar mais dúvidas, não era uma nuvem, nem era qualquer outra coisa comum, e nenhuma pessoa entre aquelas saberia ao certo explicar tal visão, nunca se viu nada assim antes.

- Deve ser aquele desgraçado! - G. wallen Gorduwin pensou em Papanza, o único que ele sabia poder ter tal proeza.

- É melhor voltarmos senhor! - Disse o homem a direita dele. - Não temos chances.

- Eu não vou a lado nenhum, a fenda não é assim tão vasta, deve ter uns cinco metros, nossos cavalos podem ultrapassa-lo. - Disse Gorduwin, naquele momento a única escolha de quem estava no local era não contrariar as palavras de sua excelência.

- Vocês ouviram homens, vamos.

Todos se posicionaram para o efeito. - Um, dois... - Contava o Guarda principal. - Três!

Todos conduziam seus cavalos ao quase impossível... Quando... começaram a pular, e ainda no ar, aquela coisa gigante que parecia uma nuvem com face do demônio devorou todos eles. Sem piedade, do jeito mais simples e rápido possível.

Poderia se ver os homens perdendo a alma em pleno ar, os raios os atingia a todos, os gritos de falecimento repentino se soavam penosamente, estavam todos acabados.

Mais lá na margem da fenda, o Chanceler tentava se salvar, com os dois braços apoiados a superfície e seu corpo na iminência do buraco, foi quando dentro daquela coisa que não se sabia ao certo o que era, que cobria toda a fenda naquele momento, surgiu nela um ser. Não estava nítido de se ver no meio daquela nuvem, mas era um ser de cor totalmente negra, sem especificidade no seu semblante, tinha a forma de homem, seus braços eram longos que quase chegavam ao joelho, suas coxas eram grossas e seus ombros longos, e pela cor, só se pudia ver o sorriso maligno, dentes alvos e afiados.

- Quem mandou você, sua besta! - Chanceler estava em maus lençóis, numa triste situação de todo.

- Vem comigo para o inferno... - Disse aquele ser maligno ainda sorrindo e caminhando até o Chanceler que se segurava com esperança. - Você é meu. - acrescentou, sua voz era muito roca, desafinada e difusa, pareciam duas vozes em uma.

- Sai daqui sua coisa! - Gritou Gorduwin, mas aquela coisa saltou sobre ele e o levou consigo fenda a baixo...

A nuvem desapareceu naquele momento e a fenda se fechou como uma boca saciada.

No mesmo instante, no centro de Cameron, já em sua casa, Papanza perdia a vida aos poucos, ele já esperava por isso, então preferiu falecer em seu leito espiritual, na posição meditativa, fazendo sua última oração. A dívida espiritual estava paga.

Uma grande calmaria se sentiu em toda Cameron. O âmago de Papanza se expandia como um feixe de luz por toda a cidade é um sentido de luto se sentia no geral, era algo inédito, e se você sentisse, seria difícil de explicar à alguém... era profundo.

A Grande Investida - by Zenildo Brocca (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora