Capitulo X

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A cavalaria de Fidel Peltier já estava ali em Malaya, Hanna estava com eles.

- Que lugar é este! - Já exclamava ela, com medo aparente, afinal para quê uma mulher é capturada e levada a um matagal como aquele?! Floresta, aliás. Densa e fria, se olhasses para o céu, a pergunta faria mais sentido, aquele clarão amarelado, lembrava até a luz da lua cheia, o que também lembrava lobisomens, e estes últimos não são seres de se confraternizar não...

- Daqui já não é possível levarmos a carroça, temos de caminhar. - Disse Fidel aos companheiros. As árvores eram muitas e o declive era ascendente a partir de qualquer extremidade até ao centro, onde se localizava a montanha, ia dizer a tão cobiçada montanha, mas os méritos vão todos para a preciosidade da pedra da iluminação.

- Se assim for, é fundamental que estejamos atentos, Diz-se que por cá os perigos são inúmeros. - Admoestou em reposta ao chefe aquele que se chamava Berlim, o braço direito de Fidel, é de realçar que esta era só uma fracção daquela que é a grande organização de Fidel, conhecida como "A Anarquia", não é um nome oficial, mas pelos seus feitos concebivelmente desoladores, é genericamente bem colocado.

- Você está certo. - Afiançou o chefe. - Vocês! - continuou ele, apontando e acenando de seguida em sinal de continuidade. - Passem a frente e sejam cautelosos. Não dormiremos hoje, tenho a sensação de que não somos os únicos por aqui. Não posso perder a minha pedra por nada! - Asseverou.

Hanna estava a ser levada amordaçada e com os punhos amarrados ligeiramente. Era agora carregada pelos braços por Berlim.

***

O Chanceler G. Wallen Gorduwin batia desesperamente a porta de Papanza, com ele, dois capangas armados com armas de guardas oficiais, cano fino, adições pontiagudas a diante do cano, em batalhas de reinos, estas eram armas bem úteis... você atirava de longe ou enfiava-o de perto, pronto. Inimigo liquidado.

Papanza estava calmo, sentado em seu assento, não levantou-se em momento algum para abrir a porta. Já esperava esta visita, está na visão que teve quando Shedder o visitou.

Um barulho se ouviu, a porta acabava de ser rompida por um dos guardas do Chanceler. A calma de Papanza não foi abalada em momento algum.

- Papanza, eu preciso que me digas onde está minha filha. - Disse de primeira, sem saudações, pura Arrogância. Chanceler estava visivelmente agitado.

Papanza se mantia calado em sua calma, os olhos ainda estavam fechados, em seu estilo habitual de meditação. - Você não ouviu o que eu disse!? Seu verme! - A postura do alto dirigente era bastante instável, nunca fora um homem ruim de todo, mas severo sim, e com este recente acontecimento, parecia que a loucura o tomava por completo. - Fala alguma coisa! - insistia.

- Não é assim que funciona. - Disse Papanza abrindo os olhos quase poeticamente. E continuou... - Não é magia negra, eu não posso manipular nada, se o alto me falar com as visões, eu lhe falo com as palavras, mas eu não sou o autor da visão, se me entende.

- Não me interessa entender babuzeira alguma, apenas dê-me o que quero, você sempre sabe o que está a acontecer, não me venhas com desculpas, o que você sabe!? - Senhor Gorduwin ficava cada vez mais agitado, sua mão se apoiou de imediato em sua espada que estava ainda na cintura, mas parecia que não seria por muito tempo.

- Está bem eu vou tentar! - Consentiu Papanza, mas nada poderia dizer mesmo já sabendo de tudo que o Chanceler precisava. O dilema era claro, só Shedder poderia salvar Hanna, era conveniente porque ao mesmo tempo isto o levaria até a pedra preciosa, na ideologia de Papanza, o universo estava cumprindo uma sina, e nada há que possa se incumbir nisto. Shedder era o escolhido e Hanna, a garantia de que a pedra sairia da Floresta sem maldição pendente.

O que ninguém considerava entre todos aqueles que caçavam a pedra, é que se a pedra for tirada sem o cumprimento de todas estas cláusulas supracitadas, um mal atrás de outro se desencadearia, até que tudo ruísse, não era só Cameron que estava em risco, mas toda a terra verde e suas distintas cidades.

A Grande Investida - by Zenildo Brocca (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora