ALÉM (?)

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Um dia me perguntaram
Esta disposta a querer algo
Mesmo que custe esse tanto
Só pra pagar pra ver?

E uma criança imatura que pouco entende
Costuma agir a ferro e fogo e ser tão certa de tudo
E de fato, os poucos laços eram importantes
Em detrimento de algo incerto

Era quase óbvio
Mas a arrogância e orgulho as vezes
Conseguem cegar a gente
E o óbvio vira quase como um desafio a ser transpassado

Antes não compreendia o que de fato era abnegar de algo
Ainda que na época houvesse tanta pureza e bondade
A inocência dá a certeza pra gente com base em nebulosidade
Pena que ainda era boa demais

Aos poucos a gente cresce
E tudo vai sufocando e doendo
Até restar poucos lampejos de pureza e disposição
Até que a mais óbvia certeza se torna um questionamento confuso

O mais engraçado foi anos depois passar pelo mesmo tipo de questionamento
A mesma certeza de ganhar ou perder
E bom, as vezes a mente consegue entender a partir do caos
Enquanto a gente sofre tentando se endireitar

E olhando pra fora, de um jeito natural e irônico do além
Acho que entendi abnegar e que isso pode fazer bem sim
Só é doloroso demais pra admitirmos
Mas não estou disposta a passar pelo mesmo dilema mais uma vez, talvez nem suportaria

E perdas fazem a gente se questionar num looping torturante
E acho que não é sobre minha insegurança
Mas se ponderar o bom e o mau pra ti
Em que lado da balança eu vou pesar no seu julgamento?

Isso é abnegar e entender aquele que transcende espaço e tempo
Isso nos torna egoístas e caprichosos
Nos causa indisposição de torcer por algo
E ter a certeza de precisar mas não acreditar no Divino tanto assim, me faz duvidar de uma benção

Como vou suportar perder minha última centelha
Pela possibilidade de causar infelicidade me matar antes
Perder aquilo que o destino ao que parece criou pra aplacar meu masoquismo
Mas como serei resiliente caso justamente isso lhe ferir?

BRD


Sopros De Um CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora