BAGUNÇA

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Dessa vez tu conseguiste
Eu, uma exímia tagarela
Estou sentindo como se o gato tivesse
A minha língua e minha capacidade de raciocinar
Devorado vorazmente

Das plumas negras e intensas
É o mais lindo e exótico que já vi
O único pra qual contantemente
Ando possuindo o desejo
De abrigo ser das suas tempestades
E sua futura morada permanente

Me deixa sem reação e sem nexo algum
E me provoca intensa sensação
Desde o sussurro dito ao verso escrito
Tira o meu eu de orbita
Me fazendo sorrir estantaneamente

Sinto que a confusão que causa em mim
É na verdade a organização que eu precisava
A pitada de sal pro sabor equilibrar-se
Ou o alicerce para manter minha estrutura firme

Concluir posso apenas que
Se assim que tem de ser, que seja
Me bagunce o quanto desejar
Pois não importa o quanto se prolongue
Nunca será uma coisa cansativa

Pois no final das contas
Sinto que essa bagunça na verdade
É o ápice que ninguém havia antes
Tido a destreza de me fazer alcançar
É a calmaria feita ao meio do caos
Que eu tanto precisava para me encontrar

Bruna Rodrigues Dourado

Sopros De Um CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora