Alone, with You [EM PAUSA]

☆Capítulo 4 ☆

— Duas noites depois —

— 23h54min —

O "Gardens Victorian" era um parque de diversões da Yorknew, próximo aos bairros mais periféricos da metrópole. Era uma atração relativamente bem conhecida pelos cidadãos locais, um lugar agradável e grande para dispersar a mente de adultos e crianças. Porém, quando o parque fechava, a ausência do brilho neon colorido dos brinquedos imensos deixava o ambiente triste e até aterrorizante para alguns olhares, como um lugar mal-assombrado. Mesmo Illumi, que era habituado a locais mais "obscuros", ficou surpreso ao chegar aos portões principais do lugar e vê-lo sob uma perspectiva tão diferente. Pelo menos, isso poderia, de fato, garantir que ele e Hisoka não seriam incomodados.

O Zoldyck olhou ao redor, todo o parque era envolto por uma cerca alta de arame prateado, com exceção da entrada principal, que eram portões de madeira com decoração estilo medieval igualmente altos e com pedras em seu contorno. O moreno sacou uma de suas agulhas e começou a andar para a direita, seus olhos observavam com atenção os nós fortes dos fios de arame em busca de uma brecha. Ao ver um dos nós um pouco menos apertado que os outros, Illumi encaixou a ponta afiada de sua agulha no minúsculo buraco; em seguida, concentrou sua aura no objeto, fazendo-o se mexer e desfazer o nó por completo. Com as pontas do nó soltas, o assassino conseguiu espaço o suficiente para segurar os arames com a ponta dos dedos e desamarrar os fios prateados em cima, em baixo e dos lados; fez isso até um buraco na cerca se abrir o suficiente para permitir a sua passagem. Ele, então, entrou no parque e começou a andar ao redor dos grandes brinquedos em busca de Hisoka.

Illumi sabia o que eram parques de diversão, mas nunca chegou a ir em um, e apesar do breu da noite, ele conseguia imaginar as visitas entrando na roda-gigante, gritando nas montanhas-russas e comendo seus petiscos — pelo menos, essa era a visão que ele tinha com base no que lhe contaram. Foi quando seus ouvidos detectaram um som fraco e distante a sua esquerda, um som que o lembrava folhas de papel recebendo um vento forte. Illumi direcionou seus passos para a esquerda e seguiu o barulho.

Chegou em um imenso carrossel e viu Hisoka, sentado em um dos cavalos do brinquedo, mexendo e embaralhando um baralho de cartas em suas mãos. Então era esse o som, pensou o assassino. O Morrow ergueu o olhar, sorrindo, quando o moreno parou de andar e ficou a alguns metros de distância; ele prontamente guardou o baralho de cartas no bolso da calça e apoiou os cotovelos sobre os joelhos.

— Boa noite, Illumi. — cumprimentou o mágico com um arquear de sobrancelha.

— Boa noite, Hisoka. Parece que, realmente, você não me chamou aqui para uma armadilha. Não detectei a presença de ninguém quando cheguei aqui e nem enquanto caminhava para cá.

— De nada, Illumi. — ele deu de ombros. — E, se veio aqui, suponho que tenha pensado bem na minha proposta e decidido aceitar.

— Sim. Mas não se considere vitorioso ainda. Antes de firmarmos qualquer coisa, quero saber melhor quem é você e o que exatamente você sabe sobre o Chrollo e a Genei Ryodan.

— Sabia que diria isso, então já vou me adiantar e dizer que seria um prazer saber também um pouco mais sobre você, Zoldyck, além de que é um excelente assassino.

Illumi não sabia dizer se era um elogio sincero ou não, mas ficou satisfeito em perceber que Hisoka sabia com quem estava falando.

— Você me parece o tipo de cara que é muito quietinho, então vamos fazer o seguinte: o assunto do que você me perguntar, você também vai precisar responder, e o mesmo vale para mim. Assim nós ficamos quites.

— Vai transformar até isso em um jogo? — o moreno arqueou a sobrancelha.

— Ora, Illumi, todo palhacinho gosta de umas brincadeiras. — Hisoka abriu mais o sorriso.