Alone, with You [EM PAUSA]

☆Capítulo 8☆

No corredor dos quartos do dirigível, a polícia se preocupava com um cadáver coberto de sangue sobre o carpete e com um dos tripulantes que estava em pé, ao lado da vítima, segurando uma faca.

O homem disse que não fazia ideia de como chegara ali, que estava apenas tomando seu café da manhã e, de repente, quando se deu conta, o corpo já estava jogado no chão e a faca em sua mão. Os outros viajantes contavam a mesma história, ressaltavam que não sabiam o porquê de estarem em seus quartos sendo que suas últimas lembranças eram do salão do restaurante.

Quanto mais detalhes a polícia tinha, mais estranha ficava a situação. Para piorar, restavam apenas duas horas até que o dirigível aterrissasse em seu destino, e a prisão teria que ser dada a alguém.

Curiosamente, quando os oficiais interrogaram dois homens altos, que viajavam juntos e que foram os primeiros a sair do restaurante antes de uma multidão, eles desistiram de encontrar mais suspeitos; decidiram na mesma hora prender o homem que estava na cena do crime e declararam a faca como a arma. Quase como se desde o início não tivesse havido dúvida alguma.

Houve um boato entre os passageiros de que, muito provavelmente, aqueles dois influenciaram a polícia a não questioná-los muito. Quem sabe um suborno? Uma ameaça? Uma manipulação de qualquer natureza?

Seja lá o que tiver acontecido, foi apenas um boato.

***

Em poucos minutos, o dirigível chegou ao seu destino na cidade de Mountain Dew. Ali mesmo, a polícia organizou a saída de todos os viajantes para que o assassino recebesse a devida escolta da forma mais calma possível, sem tumultos ou excesso de curiosos; ainda mais que a família do rapaz teria que ser levada junto para prestar mais algumas queixas. Os jornalistas locais não se demoraram e seguiram as viaturas policiais que conduziam o homem para a delegacia mais próxima.

Para Hisoka e Illumi, tudo ocorria conforme o planejado. Sem chamarem muito a atenção, eles imediatamente se encaminharam ao cais da cidade e pegaram o primeiro barco que saía com destino a Ilha da Baleia.

Restava apenas mais um dia.

Mais uma tarde.

Mais uma noite até estarem mais perto do que nunca de Chrollo e da Genei Ryodan.

— Ilha da Baleia, 14h00 —

Como o sol estava mais a pino do que nunca, o primeiro ato de Hisoka e Illumi ao chegar na ilha foi encontrar o hotel no qual passariam a noite. Por insistência do próprio Morrow, ele ficou responsável pelo gastos naquele trajeto da viagem; e, por conta disso, ficou também encarregado de escolher onde ficariam. Não demorou muito para ambos encontrarem um pequeno prédio, de cinco andares, que funcionava como uma pousada em um estilo mais caseiro. Apesar da decoração minimalista e do porte mais simples, os quartos eram grandes, todos com uma cama de casal, um guarda-roupa, um banheiro com chuveiro quente, uma penteadeira alta de madeira que remetia um toque medieval e portas de vidro que abriam para uma pequena varanda.

— Vamos ficar com esse quarto! — exclamou o mágico jogando a bolsa sobre o assoalho de madeira para erguer os braços no meio do cômodo. — Pode colocar o preço da diária na minha conta.

— Será apenas este quarto, senhor? — perguntou a gentil funcionária que conduzia os prováveis, e agora definitivos, hóspedes.

— Sim, somente esse. E precisamos de duas chaves.

— Muito bem, então fiquem à vontade. As camareiras já limparam mais cedo, se precisarem de alguma coisa é só me chamar. Vou pegar as chaves na recepção, com licença.