Nunca um "sim" tinha alegrado tanto Illumi.
Sentiu seus lábios se esticando involuntariamente em um pequeno e bobo sorriso. Talvez fosse efeito do orgasmo recente, talvez fosse a catarse ainda distraindo seu cérebro do mundo afora, talvez fosse uma empolgação preenchendo-o por estar prestes a transar mais uma vez com o homem ao seu lado. Ou, talvez, o sorriso relaxado e feliz do Morrow o tinha feito sorrir também.
O Zoldyck puxou forte o ar pelas narinas e beijou os beiços úmidos de Hisoka. As bocas dos amantes dançavam frenéticas uma sobre a outra, degustando a doce luxúria que delas escorria. Nem parecia que tinham acabado de se satisfazer, sentiam seus interiores ardendo duas vezes mais.
Illumi notou que o mágico buscava, muito provavelmente, mudar de posição no colchão. Ele se afastou para que o ruivo tivesse sua vontade atendida e estava um tanto curioso para saber o que ele pretendia. Seus grandes olhos se arregalaram quando viram Hisoka ficando com as costas para cima, os cotovelos apoiados no lençol, os joelhos separados um do outro e as nádegas fartas e redondas empinadas para o alto. A cereja daquele bolo suculento foi o Morrow olhando em súplica para ele por cima do ombro direito, dizendo:
— Illu, vamos, Illu, me dê mais.
O membro do Zoldyck, que ainda estava ereto todo esse tempo, começou a pulsar mais forte. Illumi conhecia bem técnicas de tortura, mas aquela, ah, aquela era demais até para alguém como ele. Seria uma pena deixar um homem como Hisoka passando necessidade daquele jeito, e um desperdício também, então ele precisava agir logo.
Porém, não tão rápido. O moreno encostou a pélvis nas nádegas de Hisoka e inclinou o peito para frente, abaixando-se sobre suas costas largas. Ele tocou a nuca do ruivo com os lábios, desenhando ali uma trilha de beijos e pequenas mordiscadas que eriçavam a pele do outro. Sua destra pousou no tórax do amante, ela desceu por aqueles músculos bem delimitados até alcançar o pênis. Seus dedos seguraram o órgão e começaram a estimulá-lo com movimentos para cima e para baixo. Hisoka respondia a tais gestos com grunhidos baixos e com espasmos nos quadris, o que resultava em sua entrada se roçando contra a glande do Zoldyck.
— H-Hum, Illu...— o Morrow gemeu manhoso, afundando o rosto no colchão. — V-Venha logo, e-eu quero...
Illumi quase teve pena do que estava presenciando. E, sendo sincero, ele também já não aguentava mais. O assassino parou a masturbação e ocupou as duas mãos com a cintura fina logo abaixo de seu abdômen. Um pequeno impulso para frente com a virilha foi o suficiente para o pênis do moreno entrar no mágico mais uma vez.
Quando o Zoldyck começou a estocar o ruivo, percebeu que este estava pressionando a própria bunda contra seu membro em algumas reboladas fortes. Aqueles movimentos deixaram a fricção ainda mais gostosa para ambos. Illumi parou suas estocadas por um segundo apenas para apreciar as nádegas de Hisoka bailando em seu pênis, acolhendo-o e deixando-o ainda mais desperto. Saindo de seu transe graças à melodia libidinosa que saía dos lábios do Morrow, o moreno voltou a meter forte em sua entrada e se pôs a acompanhar o amante em gemidos sôfregos e arrastados.
Illumi viu as pontas dos dedos do mágico agarrando os lençóis enquanto seus grunhidos ficavam mais altos. O assassino pôde supor que estava atingindo um local sensível dentro do hunter, e aquilo fez seu ego se inflar mais ainda.
Ele diminuiu o ritmo das penetrações, ato este que fez Hisoka suspirar em frustração. O moreno então abraçou as costas do ruivo e o fez erguer o tronco do colchão; agora, o Morrow estava sentado no membro de Illumi com as omoplatas encostadas no peitoral pálido do homem que o fodia. O Zoldyck voltou a estocar, seus lábios marcavam a pele do mágico com pequenos e certeiros chupões. O ruivo arfou e deitou a nuca no ombro esquerdo do moreno, deixando a área do pescoço mais exposta e abrindo bem os lábios para o ar entrar e os gemidos de misericórdia saírem.
Os amantes sentiam seus ápices bem próximos, porém ouviram um barulho no corredor e pararam imediatamente.
Pareciam vozes comuns, possivelmente de hóspedes que voltavam para seus quartos após o festival. A fresta debaixo da porta de madeira era iluminada pela luz amarela do corredor, Hisoka e Illumi viram ali as sombras de alguns pés circulando de um lado para o outro.
Mas o Zoldyck não queria atrasar o orgasmo do hunter só por causa de desconhecidos. Em silêncio, Illumi voltou a estocar, colocando a destra sobre os lábios do Morrow para que ele não fizesse tanto barulho.
— H-Hum, hummm, Illumi! — gemeu o hunter com a voz extremamente abafada pela mão do assassino.
— Quer que ouçam a gente? — sussurrou o moreno, aumentando a velocidade.
Os dois estavam em ritmo desesperado, forçavam-se um contra o outro como se fosse a última coisa que fariam na vida. Queriam mais do nunca gozar, e gozar para mostrarem o quanto podiam satisfazer um ao outro da melhor forma possível.
Cada mergulho que Illumi dava em seu mágico dizia: fique. Fique. Fique. Fique, não porque eu precise, mas porque eu quero ter o mundo lá fora junto com você. Posso dar isso e muito mais a você.
Seremos sozinhos, juntos.
Quando as vozes no corredor se cessaram, o Zoldyck libertou a boca de Hisoka e o acompanhou nos gemidos finais de um prazer prestes a se consumar. O primeiro a sentir a eletricidade do orgasmo varrer seu corpo foi Illumi, e, um pouco depois, o ruivo se contorceu sobre o peito de seu amante e permitiu que seu sêmen jorrasse no lençol.
Exaustos, eles se deixaram cair na cama. Enquanto encaravam o teto, enchiam seus pulmões com ar e com a fragrância de sexo ali instaurada. O suor frio revestindo seus corpos refrescava suas peles do demasiado esforço feito. Seus corações acelerados recebiam a adrenalina ainda circulante por suas veias. Em meio ao caos dentro de seus organismos, que lidavam sozinhos com os efeitos da libido, ambos estavam, finalmente, satisfeitos. Só não estavam felizes, não como gostariam.
A realidade começava a esmagá-los como um piano despencando do céu. Por que o futuro incerto precisa ser tão cruel?
Illumi deitou para a direita enquanto Hisoka deitou para a esquerda. Conseguiam enxergar a satisfação e a melancolia nos olhos um do outro. O Zoldyck levantou a mão esquerda e a aproximou do rosto do ruivo, seus dedos acariciaram a bochecha magra alheia com cuidado e delicadeza como se seus dígitos estivessem alisando uma estátua de cerâmica. O assassino se perguntou o que estaria passando na misteriosa mente do Morrow, o que aquela expressão calma e leve queria lhe transmitir? Um adeus em breve, quem sabe. Um obrigado. Um pedido de desculpas. Vai saber.
Hisoka..., por que tão enigmático? Por que tão livre? Por que tão belo?
— Illu...— sussurrou o mágico. — Eu...não vou poder ficar...com você...
— Tudo bem...
— Eu...não posso ser...seu.
— Tudo bem...
— Eu...
— Shhh...
Illumi escorregou no colchão para mais perto de Hisoka, seus braços o envolveram em um abraço forte enquanto suas mãos afagavam os cabelos avermelhados do outro.
— Está...tudo bem... — murmurou o assassino.
O Zoldyck se assustou por um breve momento ao notar que os braços do Morrow começavam a envolver sua cintura com certa hesitação. Hisoka enterrou o rosto no pescoço do moreno, ele imaginou que seus olhos amarelos já tinham se fechado para colocá-lo em um profundo sono. Illumi beijou o topo da cabeça do mágico e olhou para a pequena sacada do quarto, com suas portas de vidro abertas e o vento da noite adentrando o quarto.Illumi pensou em Killua, e logo em seguida pensou em Hisoka. Um mundo pequeno e ao mesmo tempo grande demais. Ele permitiu que uma teimosa lágrima rolasse por seu rosto antes de cair no sono.
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Alone, with You [EM PAUSA]
FanfictionCansado dos problemas que assombram sua família, Illumi Zoldyck decide sair de casa e provar a si mesmo que é um digno assassino. Para tal fim, seu objetivo é caçar e matar Chrollo Lucilfer, o líder da grande máfia "Genei Ryodan". Porém, o rapaz so...