Parte 1

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Gatilhos á seguir•

• Estupro
• Violência doméstica
• Mensão a problemas psicológicos  { TEI, TSPT, TP }

• Caso não se sentir confortável aconselho a parar de ler imediatamente, grata pela atenção

/∆\

Desde cedo fora uma arma de defesa inconsciente de sua memória corporal escapar ou então desviar do toque de pessoas mais velhas. Aquele que o adotou nunca conseguiu entender o motivo do garoto desviar de suas mãos. Chegavam a ficar no limite de extrema preocupação quando o garoto — que não havia construído confiança com eles naquele tempo — ganhava um ataque de pânico por estar muito tempo sendo segurado ou tendo uma mão nele, seguido de um acesso de fúria repentino.

Eles não conseguiam entender. Toda vez que tentavam conversar com o garoto, ele fugia do assunto ou algo aparecia para interromper.

O ódio daqueles toda vez que não conseguiam respostas era claro de ver, principalmente o jeito acanhado e retraído que Jason ficava.

Até que chegou o dia em que Bruce Wayne desistiu, mas por ter desistido de uma coisa, ou nas palavras dele, deixado para outro momento, ele tentou focar em outras coisas. Como por exemplo Jason tendo menos de 15 anos e armas escondidas pelo seu quarto e no hábito enfermo de fumar — de acordo com Alfred.

Mas a questão é que eles nunca entenderiam, havia a opção dele contar, claro, mas nunca se sentiu seguro o suficiente para revelar algo sobre seu passado enquanto morava com seu pai.  E ele não se importaria de levar tamanha desgraça vergonhosa para o túmulo.

E foi o que ele fez, ele levou o acontecimento que lhe assombrava à noite para o túmulo, junto de sua primeira vida. Não que ele esperasse retornar, mas todos sempre disseram que ele era teimoso até demais, então não seria uma verdadeira surpresa se nem a morte o conseguisse levar de bom grado.


§

Tolo, ótima palavra que o definiria naquele momento, isso se não estivesse competindo com a bagunça.

Ele morreu, mas não imaginava que iria voltar e com todas as lembranças ainda por cima, mesmo que elas voltassem aos poucos. A surpresa e decepção vieram juntas em sintonia com a lembrança de acontecimentos ocorridos 12 anos atrás — o que ele poderia ter feito?

Cérebro fudido. A morte não foi o suficiente para fazer com que ele esquecesse? O passado não seria digno de ser esquecido. A violência domiciliar e os abusos eram tão presentes que precisariam ser guardados. Da onde ele tiraria forças para ser melhor sem uma base fodida?

É o bom e velho ditado, o que é um peido pra quem já está cagado?

Ele voltou — eh —, estava com eles novamente. Estavam todos juntos, mas eles continuavam sem saber, pensavam: lembranças com o Coringa que o atormentam, vida cotidiana de um gothamita.

Seu subconsciente gostava de jogos, às vezes ele dava um tempo, às vezes era um por noite, às vezes era tudo de uma vez, na maioria das vezes era uma cachoeira.

Bem, ele estava na mansão naquela semana, e pelos seus cálculos — fudido, mas organizado —, eles viriam com tudo. Antes estar na mansão do que em casa com os vizinhos. Se bem que ele nem tinha vizinhos direito, e toda vez que ele se esquecia alguém aparecia pra pedir açúcar, era sempre a mesma garota.

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