Imagine Gaara - Eu não consigo te matar, apenas te amar

Capítulo 10 - Primeiro Beijo

Me virei rapidamente para ver quem era, e para a minha infeliz surpresa, é a Ayaka.

- Por nada. – Voltei a olhar para o Rio que reflete a luz da lua. – A que devo a “honra” de sua “adorável” presença?

Ayaka: - Já está tarde e você continua aí, concordamos que deveríamos te chamar.

E desde quando ela se importa comigo?

- Posso te fazer uma pergunta?

Ayaka: - Hm?

- Quem foi que te mandou aqui?

Ayaka: - O Kazekage-sama iria vir, mas ele não merece gastar os seus adoráveis pés andando para procurar uma coisa feia.

- Ué mas aí ele estaria te procurando ao invés de mim.

Ayaka: - Para! Eu sou mais bonita que você!

- Calma que eu não decaí ao seu nível de feiura, assim você até me ofende, se você é mais bonita que eu, então eu sou o ogro e você é o chupa-cabra?

Ayaka: - Para de falar assim de mim sua abusada!

- Abusada? Eu nem me equiparo a boca nesse quesito.

Ayaka: - Quer apanhar!?

- Vai fazer o que? Puxar meu cabelo?

Ayaka: - Agora você me paga!

Ela levantou a mão para me bater.

- Olé! – Desviei para a esquerda.

Ela se aproximou para ter mais chances de me bater e tentou para a esquerda.

- Como foi que você virou Chunin com essa lentidão? – Ri enquanto desvio. – Deu o cu pra quem pra poder passar na provação?

Ayaka: - Eu não sou uma puta! – Ela fala enquanto tenta acertar os tapas.

- Eu duvido muito. – Segurei a mão dela e a joguei dentro do rio. – Tem nem graça brincar com você.

Ayaka: - Meu Deus essa água está muito gelada! – Ela falou apenas com a cabeça de fora da água.

- É de noite, queria o que? Que fosse morna? – Não consegui evitar, tive que falar isso, essa garota nem parece que viveu a vida.

Fui andando para o acampamento.

Ayaka: - Me ajuda a sair daqui! Agora!

- E desde quando eu tenho que fazer isso? – Parei no meio do caminho.

Ayaka: - Você me empurrou!

- E daí? Você tá morta por isso? Tô falando com um morto?

Ayaka: - Pode ter um bicho aqui dentro! Eu posso ser morta!

- Pra mim você não vai fazer falta, então pode ficar aí mesmo.

Ayaka: - Eu exijo que você me tire daqui! Eu vou pegar um resfriado por sua culpa!

- Pelo que eu sei você tem braços e pernas, então você pode sair daí na boa. Quanto ao resfriado, relaxa que infelizmente isso não mata.

Ayaka: - Infelizmente!? Você não tem amor a vida dos outros?

Essa é uma pergunta um tanto relativa.

Voltei a andar e ignorei a franga que está me gritando. Quando cheguei no acampamento a Temari e a Matsuri já estão dormindo, apenas o Gaara está acordado.

- Kazekage-sama, vá dormir, você precisa descansar.

Gaara: - Estou sem sono no momento.

- Te entendo, também não sinto sono a noite em certos momentos. – Me sentei ao lado dele. – Mas tem uma atividade que deixarão as coisas melhores. – Olhei para ele.

Gaara: - O que é? – Ele olhou para mim de forma curiosa.

- Já tentou pegar um vagalume?

Gaara: - Não.

- Acho que está na hora de tentar, o que acha?

Gaara: - Pode ser. Ah, e onde está a Ayaka? Ela havia ido te procurar.

- Tomando um banho. – Ri um pouco.

Gaara: - Certo... – Ele ficou um pouco surpreso.

- Vamos, não vamos sair de perto daqui, fique tranquilo.

Nos levantamos e fomos andando pelas redondezas procurando vagalumes. Eu dei essa sugestão porque as fazia com os meus irmãos à noite quando nossos pais dormiam, era divertido, fizemos isso duas noites antes de uma... tragédia acontecer.

- Encontrou algum?

Gaara: - Acabei de pegar um.

Corri até ele e parei na frente do mesmo.

- Cadê?

Gaara: - Se eu abrir a mão ele irá voar.

- Não tem problema, me deixe ver.

Ele abriu a mão e dois vagalumes saíram voando juntos.

- Lindo né!? – Ri.

Gaara: - É divertido mesmo. – Ele disse enquanto observa outros vagalumes em volta. – Como sabe desses jogos se na vila da areia não há vagalumes?

- Acabei de inventá-lo.

Notei que estamos próximos, bem próximos.

Gaara: - Nossa... – Ele ficou um pouco sem jeito.

- É por cada da besteira que eu fiz com você não foi? – Fiquei meio sem graça ao lembrar daquilo.

Gaara: - Mais o menos... é que é constrangedor para mim ficar muito próximo de alguém.

- Gaara. – Segurei os ombros dele e o mesmo olhou fixamente para mim, mas ainda um pouco sem jeito. – Me perdoe pelas coisas que eu fiz com você naquele dia, eu nunca faria isso em sã consciência, mas se você ficar constrangido com minha presença, eu não sei como eu ainda vou conseguir olhar no seu rosto.

Gaara: - É que quando você havia me beijado... bom... Você foi a pessoa com quem eu dei meu primeiro beijo. – Ele disse ainda no mesmo estado de antes. – E foi um tanto... inesperado.

- Eu devo ter estragado a sua experiência. – Ri sem graça. – Quem que gostaria de beijar uma porre em seu primeiro beijo?? Mas eu devo confessar que aquele também foi o meu primeiro beijo, e eu nunca na minha vida pensei que beijaria um Kage.

Gaara: - A vida dá altas voltas né?

- Muitas... Mas se você quiser pode desconsiderar aquele primeiro beijo.

Gaara: - Bom... é que na realidade... eu não vou fazer isso.

Por que???

Você é uma caixinha de surpresa né?

- Então me deixe pelo menos arrumar as coisas de uma forma melhor.

Segurei o rosto dele com as duas mãos e o beijei calmamente e de maneira doce e gentil. No começo Gaata ficou surpreso e assustado, mas depois se tranquilizou e fechou os olhos. Nossos rostos se inclinam em direções opostas lentamente.

Até que nos separamos.

- Essa foi para compensar aquele terror daquele dia. – Soltei o rosto dele.

Gaara: - ... – Ele está morrendo de vergonha.

- Bom... eu posso dizer que você tem a boca bem macia, e que quando você encontrar uma pessoa para ficar com você, ela terá muita sorte. Aliás, você foi a melhor experiência que eu poderia ter tido. – Sorri. – É melhor eu ir...

Saí de onde estávamos e voltei para o acampamento.

E dessa vez, nada que eu falei foi uma mentira para me aproximar dele... foi nada mais nada menos que a pura verdade...