Capítulo 10

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O anúncio da festa tinha se espalhado como um vírus entre os estudantes locais.

Os policias tinha interditado o local marcado, mas, obviamente, que colocaram uma pista falsa no convite e o original não chegou a ser descoberto. Enquanto a delegacia achava ter acabado com a comemoração insana dos adolescentes, os mesmos estavam se divertindo por ter enganado as autoridades sem muito esforço, e como os alunos estavam excitados com a ideia da festa, acabaram guardando segredo da real localização.

Jongdae tinha achado aquilo um absurdo por parte deles, ninguém parecia se importar se estavam ou não morrendo, só queriam saber da tal festa. Nem ao menos parecia que a escola deles tinha sido cenário de um crime. Mas, como Minseok disse, essa ideia poderia lhes ser bem útil, assim o detetive poderia se camuflar no meio da multidão para tentar encontrar o assassino ou impedir o que quer que ele estivesse planejando. Como o lugar estaria cheio, o pai de Jongdae foi o único policial que confiaram em chamar para ajudar na missão de proteger um bando de jovens enlouquecidos. Minseok tinha certas dúvidas sobre o xerife e decidiu que verificaria a festa e uns minutos depois avisar a todos para que fechassem tudo. Precisava tentar emboscar o assassino ali, sabia que não teria outra chance como essa. Mesmo que fosse extremamente perigoso e imprudente, mas o detetive jurou a si mesmo que não deixaria ninguém se machucar sob sua guarda.

O quarto de hotel virou rotina na vida de Jongdae. Ele se reunia com o detetive todos os dias durante a noite até algumas horas antes de amanhecer. Tinha deixado suas anotações ali, já que só as usaria quando estivesse com Minseok, não queria correr o risco de um dos seus amigos pegar e encontrar seus nomes nele.

Ainda não se sentia confortável com aquela situação de desconfiar deles, pensava que conseguiria colocar seus sentimentos de lado, mas não era assim tão fácil como parecia. Teria que ter muita prática para um dia chegar no mesmo nível que Minseok. Vez ou outra se pegava o fitando, o modo como ele remexia os papéis, seu rosto concentrado, seus devaneios, o olhar distante em direção ao quadro. Jongdae estava passando tanto tempo ao lado dele que estava acostumado com cada detalhe do detetive. Isso o fazia ter ainda mais dificuldade em manter sua atração em segredo, então sempre tentava evitar contato visual e físico o máximo que podia.

Naquela noite estavam em um dilema sobre o que fariam em relação a festa.

— Devíamos alertar a polícia agora. – dizia Jongdae – E se morrer alguém? – estava sentado de pernas cruzadas no chão em frente a cama onde estava Minseok.

— Ninguém morre sob minha guarda. – o detetive era confiante sobre isso e tinha repetido essa frase várias vezes.

— Mas são muitas pessoas. – deixou suas anotações de lado e olhou para Minseok com atenção – Temos que pedir a ajuda dos meninos.

O olhar do detetive de repreensão pareceu cortar Jongdae, mas o mesmo não se deixou abalar.

— Eles não são policias treinados. Pretende que eu os chame para serem mortos? – mantinha os olhos sob o moreno no chão.

— Você não acabou de dizer que ninguém morre sob sua guarda? – rebateu Jongdae com um sorriso travesso.

Minseok abriu e fechou a boca algumas vezes e franziu a testa em direção ao rapaz que se sentia triunfante em ter ganhado aquela discussão.

— Minseok, – depois de tanto tempo tinha acostumado a chamar o mais velho pelo nome sem se sentir estranho – você está disposto a arriscar a vida de todos os alunos daqui. – o outro fez menção de que ia falar algo, mas Jongdae foi mais rápido – Precisamos de ajuda! Não podemos monitorar mais de cem inconsequentes bêbados apenas com três pessoas! Você sabe que estou certo! – suspirou com seu olhar compenetrante – É a polícia ou meus amigos.

Scream [xiuchen]Onde histórias criam vida. Descubra agora