Capítulo 9

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Não demorou para que toda a cidade estivesse sabendo do ocorrido na escola.

As pessoas já se amontoavam em frente ao local, uns esperando seus filhos, outros de pura curiosidade para ter o que conversar depois na vizinhança. Os policiais se mantinham na porta do colégio com os olhos inchados e atentos, os mesmos não aguentavam mais de exaustidão e pressão vinda de todos os lados. Podia-se ver que alguns deles tinha até mesmo marcas de café na roupa, denunciando que haviam passado a noite na delegacia. Minseok já havia dito ao xerife que tal comportamento só atrapalharia o caso, que devia deixar os seus homens descansarem ao menos por um dia, afinal, o assassino não atacaria todos os dias, e se ele atacasse bem quando todos estiverem no limite? Ninguém seria capaz de pará-lo e de nada adiantaria as semanas acordados.

Mas o xerife não ouvia ninguém, ele era extremamente arrogante e egoísta, o que levava o detetive a questionar o motivo de tanto trabalho árduo para encontrar o serial killer.

Não tinha mais nenhum estudante na escola além dos meninos e o cadáver que um dia foi um aluno. Minseok não permitiu que nenhum outro policial entrasse com ele, fechou o refeitório para que pudesse analisar a cena antes dos outros começarem a bagunçá-la.

Luhan e Sehun estavam sentados a uma mesa mais distante do corpo, os outros não questionaram por estarem preocupados com o rosto pálido do loiro. Por mais que ele quisesse sair dali, ainda permanecia. Era um garoto muito forte apesar de tudo.

Nenhum dos meninos havia tocado no corpo ou em qualquer lugar, assim como instruídos. Mas, nem teriam a coragem de fazê-lo se quisessem. Era muito assustador ver um cadáver daquela forma.

— Então, isso é uma réplica de Psicose? – indagou Chanyeol sem conseguir conter para falar sua referência.

— Quem iria, realmente, aplicar taxidermia em um ser humano? – Jongdae sentia frio na espinha em pensar em uma pessoa fazendo aquilo. Nunca pensou que alguém, de verdade, seria mesmo capaz de algo tão doentio.

— A questão não é quem, mas sim, porque esse rapaz? – comentou Baekhyun com a testa franzida – Quero dizer, os pais desse garoto estão mortos, então quem se importaria em cuidar de seu cadáver todo esse tempo?

— Alguém... – a voz de Luhan surpreendeu a todos, que se viraram em sua direção. Ainda tinha o rosto pálido, mas seus olhos estavam concentrados na conversa – Alguém que o amava demais para suportar sua partida. – vendo que os outros ainda não tinham entendido, ele explicou – Amor, gente! – disse como se fosse óbvio – Que insensíveis.

— Quer dizer que o namorado dele fez isso? – Jongdae arregalou os olhos – Bem que o "até que a morte nos separe" estava ficando velho mesmo. – ironizou.

— Mas sabemos se ele tinha um namorado? – questionou Minseok que até agora estava ocupado demais mexendo no corpo.

— Se haviam boatos tão fortes sobre sua sexualidade, então creio que deve ter tido alguém. – respondeu Chanyeol.

— Não eram boatos. – corrigiu Baekhyun – Eram fatos. Quero dizer, a cidade comentava sobre ele na época.

— Como podemos diferenciar as fofocas dos fatos? – questionou Jongdae observando Minseok mexer no cadáver com atenção. Teve uma certa curiosidade em fazer o mesmo algum dia.

— Podem deixar comigo! – Luhan levantou-se fazendo os meninos sobressaltarem com a sua determinação – Eu vivi no meio dos piores fofoqueiros dessa escola, conheço todos os boatos e os fatos, ou posso descobrir mais. – deu um sorriso confiante e parte da cor de seu rosto voltou.

Minseok analisava a expressão do loiro, mas não via nada que indicasse que estava tentando chamar a atenção. Para ele parecia que o mesmo estava sendo sincero, principalmente pelo fato de que seria difícil fingir estar prestes a passar mal como ele estava. Seu rosto estava realmente muito pálido e seus olhos mal piscavam. Até mesmo suas mãos estavam claramente trêmulas. Mas mentindo ou não, ainda poderia descobrir alguma coisa com ele.

Scream [xiuchen]Onde histórias criam vida. Descubra agora