TianaDesde pequena, sempre soube que não fui desejada e nem amada pelos meus pais. Quando minha mãe descobriu a gravidez, ela ficou eufórica, já que era casada com meu pai a 5 anos e não tinham conseguido ter filhos até então. Meu destino foi traçado e planejado como se eu fosse um menino. Por um breve momento no período da gestação do qual eu não me lembro, fui amada. Ao nascer e meus pais descobrirem que eu não era o tão desejado menino, a decepção não demorou a vir. Eu cresci em meio a um lar onde ninguém me amava, sofri as mais diversas agressões em um lar que eu era mais uma escrava que filha.
Os anos se passaram e hoje aos 26, eu desisti de ser amada pelos meus pais e qualquer outra pessoa.- Tianaa!!! Cadê você garota? - Ouço o grito de Frederic, meu pai.
Correndo em sua direção, com medo de apanhar por não obedece-lo, o encontro sentado em sua poltrona.
- Estou aqui senhor. - Digo com a voz baixa olhando pro chão.
Eu era proibida de dirigir o olhar em sua direção.
- Deveria estar casada! Não ficarei sustentando uma inutil pela resto da vida! - Exclama.
Como se eu tivesse escolhas ou direitos. Todos os rapazes por quem já me interessei, nunca me quiseram. Pelo fato de minha familia ser simples, e pela meu corpo infantil. Segundo eles, eu não conseguiria gerar uma criança saudável pelo meu tamanho, não daria a eles um herdeiro forte e digno. E alguns diziam que eu poderia ter herdado de Rosário, minha mãe, a doença que a impedia de engravidar com facilidade. No fundo todos queriam o mesmo, uma barriga de aluguel.
- Pensando nisso, decidi que irá se casar.
- Posso saber quem é? - Me limito a dizer baixo.
- Um bárbaro me ofereceu 10 moedas por você, o melhor de tudo de tudo é que eu me livrarei de você e ainda ganharei dinheiro. Até que enfim, prestou para alguma coisa.
Em silêncio, lágrimas se limitaram a descer pelo meu rosto. Mas não me atrevi a questionar. Os bárbaros eram conhecidos por serem cruéis e impiedosos com qualquer pessoa. Ouvi boatos de que estupravam mulheres que se negavam a deitar com eles. E agora, serei esposa de um.
- Não levará nada daqui. Sua mãe e eu já gastamos demais com você e podemos obter algum lucro vendendo seus pertences.
Apenas assinto. Como se eu tivesse o que levar. Dois vestidos e duas peças íntimas eles achavam muita coisa. Eu dormia no chão todos os dias.
- Mais tarde ele virá te buscar. Agora saia e termine de organizar as coisas antes de ir. Há muito o que ser feito ainda.
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Horas depois....
Mais tarde, Frederic avisa que o bárbaro chegou.
- Adeus garota, sua mãe infelizmente não está aqui, saiu cedo e falou que só voltava quando eu tivesse me livrado de você.
Apenas assinto. Não tinha nada do que me despedir. Aquela mulher só me trouxe ao mundo e mais nada. Nunca me protegeu. Eles nunca me protegeram.
Frederic me leva e abre a porta. Sinto o pouco de felicidade que existia em mim por sair daquela casa, se esvair rapidamente. O homem a minha frente carrega um olhar de pura malicia em direção ao meu corpo. Ele é enorme. Meu pesadelo particular parece não acabar.
- Até Frederic. Foi um prazer fazer negocios com você. - Diz o bárbaro.
Sem me dar qualquer chance, ele me puxa bruscamente pelo braço e sai me arrastando. Frederic somente.entra na casa e fecha a porta. Nenhum adeus, nada. Após o que parecem ser horas de silêncio, o bárbaro se pronuncia.