Tiana
Acordei no dia seguinte sozinha na cama, lembranças da noite passada vieram com tudo a minha mente. Sorrio enquanto as boas e maravilhosas lembranças passam com flashbacks em minha cabeça e sorrio passando a mão pelo meu rosto. Ainda estou nua e a cama está toda revirada, mas consigo ver a pequena mancha vermelha no lençol provando minha inocência tirada na noite passada. Ouço barulhos pela casa e imagino ser Kizian, deve estar se arrumando pra sair ou algo do tipo. Saio da cama ainda nua e procurando minha camisola jogada em algum lugar noite passada.
- Bom dia. - Ouço a voz grossa e potente do meu marido me dizer.
Me assusto e tento cobrir minha nudez inultimente.
- Bom dia. - Digo envergonhada olhando para o chão.
- Acho que isso é seu. - Diz se aproximando e me entregando a camisola que eu procurava instantes antes dele chegar. Eu a visto rapidamente, e mesmo que não cubra muito me sinto mais confortável.
- Obrigada! - Digo mais tranquila, porém ainda envergonhada.
- Como voce está? - Murmura parecendo sem jeito.
- Estou ótima. - Respondo confusa.
- Bem... Não está doendo... Hum... Depois de ontem? - Diz vermelho.
Rapidamente compreendo sobre o que ele quer dizer e fico vermelha que nem um pimentão. Eu estou sentindo uma leve ardência, mas eu acho que é normal ainda mais pelo tamanho dele.
- Um leve desconforto apenas, tá tudo bem. - explico pra ele envergonhada.
Nesse momento minha barriga protesta e acho que ele escutou.
- Vamos comer, preparei nosso café. Espero que goste. - Me surpreende ele ter feito nosso café, eu nunca tinha visto um homem fazer alguma coisa que não fosse trabalhar. Acho que Kizian é diferente de todo homem que conheci em minha vida.
Percebo que ele me olhando aguardando minha resposta.
- Vamos! - Pego sua mão o deixando surpreso e caminhamos juntos em direção a cozinha.
Sentamos na pequena mesa de madeira e comemos em um silêncio confortável.
- Obrigada por ter se casado comigo e ter me dado uma chance de ser feliz. Eu sou extremamente grato por isso. - Diz me surpreendendo cortando o silêncio.
- Não me agradeça, já está me mostrando que foi a melhor decisão da minha vida. - Digo sincera.
Ele me olha com um sorriso leve, mas não diz nada. Comemos em um silêncio confortável, ao acabar de comer eu me levanto pronta pra organizar as coisas.
- Pode deixar que eu limpo, tirei umas folgas que tinha direito a muito tempo para ficar em casa após o casamento. - Diz me surpreendendo de novo.
- Você é real? Isso não é um sonho? - Pergunto abobalhada.
- É muito real pequena, eu agradeço que não seja um sonho. - Diz carinhoso segurando em minhas mãos.
- O que acha de filhos? Você quer ter? - Mudo subitamente de assunto.
Ele parece surpreso com a pergunta, mas responde:
- Eu sempre quis ser pai, mas depois de um tempo eu percebi que não havia possibilidade de me casar ou ter filhos de qualquer maneira que fosse. Eu adoraria ter um garotinho ou uma garotinha pra cuidar e proteger.
Me emociono com suas palavras me identificando de alguma forma com seus sentimentos.
- Ninguém se casou comigo, porque diziam que eu era pequena e magra demais para dar filhos fortes e saudáveis. Depois de um tempo os maus - tratos do meu pai ficaram piores vistos que sua única filha não conseguia ao menos arranjar um marido, por essas e outras ele me vendeu. Acredito que ele nunca tenha sentido nenhum tipo de amor por mim, só a decepção da mulher que ele amou ter lhe dado uma menina. - Desabafo.