Innocent {Malila}

Capitulo IV

Após colocar uma roupa mais quentinha no menino mais novo, seguiu até o porão e saiu pela parte de trás da casa. O menininho segurava sua mão, enquanto observava tudo.

Era mato para todo lado, suspirou fundo. Não fazia a mínima ideia de onde estaria a morena, andou por ali com o garotinho agarrado.

— Titia.- Gritou o menino olhando em volta, Marília continuava a andar devagar. Era muito mato, e muitas árvores por ali, se perguntava onde a morena tinha se enfiado.

Por outro lado, Maraisa permanecia escondida atrás da enorme árvore que havia ali. Estava morrendo de frio e com fome, precisa urgentemente procurar outro lugar para ficar e se esquentar.

Não sabia porque estava fugindo, pensava seriamente em se entregar. Não tinha como provar que não era a culpada, o que poderia fazer?

O jeito era se entregar e deixar que acontecesse o que tivesse que acontecer. Estava com fome, cansada, fazia noites que não dormia direito e acima de tudo, poderia ver sua irmã.

Tudo o que mais queria, ver sua irmã. Era a única coisa que mais desejava naquele momento. Desde a morte de Fernando, que mesmo sendo um imbecil, não teve a chance de consolar sua irmã e estar ao lado dela em um momento difícil.

Só sofrimento em dobro para a gêmea mais nova, se sentia tão mal e cansada só de pensar na irmã. Não queria que nada daquilo fosse daquele jeito, sua carreira estaria acabada e nem havia começado direito.

Levantou-se e sentiu lágrimas escorrendo por suas bochechas, passou as mãos pela mesma limpamdo-as. Olhou em volta e sorriu fraco soltando um suspiro cansado.

— Titia.- Aquela voz distante e chorosa, que ela reconheceria em qualquer lugar se fez presente.

Olhou em volta e logo parou seu olhar no pequeno que andava agarrado na camisa da mãe um pouco distante.

Saiu e apressou os passos para não gritar e correr o risco de chamar atenção de outras pessoas. Havia policiais por ali, tinha certeza disso, até porque depois da ligação, com certeza devem ter desconfiado.

— Psiu.- Chamou vendo o menino virar-se rapidamente e logo correr até ela lhe abraçando forte. Marília arqueou a sobrancelha soltando um suspiro aliviado.

— Eu disse se esconde e cê foi embora? - Questionou a loira vendo a mais velha lhe olhar confusa.

— Eu disse que iria embora se você não me entregasse.- Lembrou para a loira, pegando o menininho no braço.

— Eu falei com o Henrique, ele me falou sobre você.- Contou vendo a mais velha sorrir fraco.— Vem, vamos voltar.

A pequena caminhada até a casa da loira, foi concluída por conversas e apresentações. Marília confiava em Henrique, o suficiente para acreditar que ela realmente não era a culpada e Maraisa realmente não parecia alguém que faria aquele tipo de coisa.

Ao enfim chegarem na casa e entrarem, dessa vez, pela frente, Marilia fechou a porta e sentou-se no sofá, sendo acompanhada do menino mais novo que agora tinha um sorriso no rosto.

— Vai lá pequeno, a mamãe precisa conversar com ela.- Disse vendo o pequeno revesar o olhar entre uma e outra e logo assentir.

Subiu as escadas devagar e sumiu da vista das duas, Marília olhou para Maraisa ainda em pé próximo a porta e bateu no espaço vago ao seu lado.

Pegou seu celular discando o número de Henrique, esse que não demorou a atender o telefone.

— Eae Marilinha, como que cê tá? - O tom demonstrava uma animação fora do normal, aquilo era estranho.