Capitulo II

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Marília terminou de arrumar a casa e caiu no sofá. Estava exausta, o dia havia sido cansativo e ainda precisava colocar o pequeno Léo pra dormir.

Estava cochilando quando sentiu duas mãozinhas tocarem seu rosto, sorriu para o menino mais novo que tinha o rostinho próximo ao seu.

— Mamãe tem alguém ali em baixo.- O menino apontou para a porta do porão. Havia escutado alguns barulhos ali, a loira levantou-se devagar.— Tem barulho.

— Fica aqui, tá bom? - Pediu vendo o garotinho negar agarrando sua blusa.— Mamãe vem logo.

Mesmo a contragosto, o mais novo a soltou e ela seguiu até o porão abrindo a porta. O lugar estava silencioso, desceu as escadas e olhou em volta.

Parecia mais organizado.

Viu o pequeno aparecer na porta do porão e pediu para que esperasse. Deu uma olhada pelo local e ao constar que não havia nada ali, seguiu em direção a saída, subiu as escadas e pegou seu pequeno no braço logo saindo dali com ele.

Já era tarde, colocou o menor na sala e ligou a televisão colocando Scooby-doo. De início o menino não parava quieto, mas de acordo com o passar do desenho que parecia ficar interessante, deitou-se ao lado da mãe no enorme sofá e se aconchegou em seus braços.

Maraisa por outro lado deixou um suspiro aliviado escapar ao ver a loira enfim sair do porão, havia se escondido atrás do enorme armário que havia ali.

Estava morrendo de fome, não tinha levado tanta comida quanto deveria e não tinha como sair dali sabendo que as buscas por ela se intensificaram.

Já era tarde, sua lógica de que o garotinho já estaria dormindo se foi por água a baixo quando se aproximou da porta que dava para o corredor e escutou um barulho de desenho animado vindo da televisão.

Olhou para os dois ali agarrados que pareciam dormir e sorriu com a cena, aproveitando a oportunidade para sair dali e no menor barulho possível pegar algo no armário.

Chegou na cozinha a passos leves e acabou por deixar a porta aberta para não precisar reabri-la, até porque não demoraria nem um pouco ali.

Abriu o armário e assustou-se com o tanto de comida que havia ali, o único problema era que não havia nada fácil, tudo precisava cozinhar ou assar.

— Quem é você? - Uma voz de criança se fez presente, assustou-se olhando para o garotinho em pé na porta com a cabecinha caída para o lado.

— Eu sou a Maraisa e você? - Perguntou se aproximando um pouco do mais novo que deu alguns passos para trás e antes que o menino se assustasse ou algo do tipo, ajoelhou-se para ficar do tamanho dele e sorriu.— Eu não vou te machucar, eu sou boazinha, prometo.

— Por que tá aqui? - Perguntou parado vendo a morena suspirar mordendo o lábio inferior.

— É que eu não tenho para onde ir, eu só vou ficar aqui por um tempinho.- O menino a olhou por alguns segundos, como se lhe analisasse, logo dando alguns passos para mais perto.

— Eu sou o Léo, eu tenho quatro aninhos.- Disse colocando nos dedos a idade vendo a mulher sorrir. Fofo.— Vou contar a mamãe que você tá aqui.

— Não pode Leozinho, se não ela vai me colocar pra fora.- Comentou rapidamente vendo o mais novo parar de andar para lhe olhar.

— Mamãe não faz isso, ela é boazinha.- Concluiu virando-se. Sua mãe jamais faria aquilo com alguém, ainda mais com uma pessoa boazinha como ela.

— Mas eu sou uma pessoa estranha, ela não vai me deixar ficar.- Seu olhar suplicante fez o mais novo parecer pensar.— Se cê contar para ela eu vou precisar ir embora agora.

Innocent {Malila}Onde histórias criam vida. Descubra agora