Capítulo VI

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Leozinho, sobe pra gente ter uma conversa de adultos rapidinho? - O menino olhou para os quatro ali presentes e assentiu subindo as escadas para ir ao seu quarto.

"Maiara Carla Henrique Pereira, foi vista pela última vez em um cruzamento na rua principal, em Goiânia. Testemunhas afirmam ter lhe visto pela última vez ás três da manhã e pelo que dizem, estava alcoolizada." 

— Por que? - Maraisa não tinha nem condições de gritar de raiva, nem de reagir a nada daquilo, sua voz saiu baixa e fraca. Suas pernas falharam e ela simplesmente apagou.

Marília acabou por segura-la a tempo, impedindo que caísse no chão. Henrique caminhou apressadamente até a amiga no último degrau da escada e pegou a mais velha nos braços, colocando-a deitada no sofá.

A loira deu leves tapas em suas bochechas, esperando que acordasse, mas não pareceu surtir efeito.

— Juliano, trás um pouco de agua e pega o algodão na caixa de primeiros socorros em baixo da pia do banheiro, por favor.- Pediu passando as mãos pelo rosto da morena que continuava desacordada.

Os dois saíram do cômodo às pressas em busca do que se foi pedido pela amiga, Marília encarou a morena desacordada sua frente e colocou uma mexa de cabelo para trás de sua orelha.

Não demorou muito até que os dois voltassem à passos rápidos e a entregassem tudo. A mais nova molhou o algodão e passou pelo rosto de Maraisa que não demorou a despertar.

A mais velha pareceu voltar a realidade e ao lembrar do que havia acontecido, permitiu que suas lágrimas caíssem livremente por seu rosto.

Sua irmã.

Foi por isso que não me responderam quando perguntei por ela? Foi por isso que mudaram de assunto? - Agora a morena gritava com todas as suas forças, suas bochechas molhadas pelas lágrimas, a reação dos dois homens ali presentes foi baixarem a cabeça diante da situação.

Um grito estridente e doloroso foi tudo o que conseguiu fazer, aquela dor ali dentro, não sairia. Ela desapareceu, sabia que nunca mais a veria novamente e aquilo era tão doloroso, que palavras não poderiam expressar.

Marília puxou Maraisa para um abraço apertado, foi então que se permitiu desabar. Havia perdido a pessoa mais importante da sua vida, perdeu sua metade.

Não haviam mais lágrimas, Maraisa deitou-se no sofá e se encolheu com os olhos inchados e o nariz vermelho. Tudo doía, tudo, não conseguia nem respirar mais direito de tanto chorar e era o que ela mais queria naquele momento, morrer.

Porque sua irmã sempre foi o motivo de tudo e imaginar um hoje sem ela, não tinha como. E novamente, voltou a chorar, abraçada ao próprio corpo acabou dormindo ali mesmo.

Ao ver a mais velha adormecer, Marília se permitiu sentar no outro sofá e deixar suas mãos entrarem por seus cabelos. Se perguntava como explicaria ao seu pequeno o que havia acontecido.

Só de pensar no que aconteceu e na reação de seu filho, se permitiu deixar suas lágrimas escaparem silenciosamente. Não acreditava que aquilo realmente estava acontecendo, precisava falar com ele de uma forma sutil.

Engoliu o choro, limpando seus olhos ao ver o filho aparecer na escada e sorriu para ele que a olhou desconfiado.

— Por que você tá chorando mamãe? - Perguntou curioso, deixando que uma expressão confusa tomasse conta de seu rosto.

— Tava assistindo filme e me emocionei, pequeno.- Contou com um pequeno sorriso, sentindo seus olhos arderem, a vontade de chorar novamente ali. Entregou seu celular a ele e o mesmo acabou por pegar com um enorme sorriso e sair dali logo em seguida.

Innocent {Malila}Onde histórias criam vida. Descubra agora