A chuva não iria cessar, e a prova disso, era o quanto o Duque de Bourton e eu corriámos em direção ao palácio.
Não poderíamos ficar naquele coreto o dia inteiro, por mais intenso que tenha sido estar com ele, em seus braços, precisávamos ir embora, e era por este motivo, que corriámos tentando nos livrar inutilmente da forte chuva que não tinha previsão de trégua.
Eu não podia deixar de gargalhar com toda aquela cena, já estávamos inteiramente molhados e mesmo assim tentávamos correr, assim como uma presa corre de seu predador.
Severus segurava minha mão, mais era quase inútil visto que elas deslizavam por estarem molhadas. O gramado afundava a cada passo que dávamos, porém o mais engraçado mesmo, eram os passos desajeitados que Severus dava, onde suas botas de couro resvalava vez ou outra na grama encharcada.
Assim que chegamos a enorme porta de entrada, onde a água já não mais nos atingia, ambos nos encaramos. Estávamos ensopados, os cabelos negros caiam por seu rosto, grudando na testa, mais ele não deixava de estar lindo, um sorriso casto saiu de seus lábios, e aquela mesma sensação que sentirá mais cedo no coreto voltava a percorrer meu corpo.
— O que foi? — me perguntou com aquele mesmo leve riso.
— Nada, só acho interessante o quanto fica bem molhado. — sorri tentando desgrudar um fio insistente que grudava em sua testa.
— Eu poderia lhe dizer a mesma coisa, mais não sei se seria correto dizer assim sem filtros que vê-la inteiramente molhada me atraí.
Apesar de sentir meus dentes baterem um contra o outro pelo frio de estar molhada, senti meu corpo rapidamente esquentar, ele tinha mesmo de dizer aquilo, naquele momento?
Estava prestes a dizer alguma coisa, tirar aquele sorriso maroto de seus lábios, porém minhas palavras foram interrompidas pela grande porta se abrindo, mostra do uma Minerva muito preocupada.
— O que aconteceu? Por que estão aí fora parados, céus está caindo uma tempestade. — se mostrou indignada. — Entrem antes que peguem um resfriado.
— Tentamos esperar a chuva passar, mais como vê, está longe de terminar, precisávamos vir embora antes mesmo que escurecesse. — Severus disse logo adentrando a casa, sendo recebido com uma toalha para poder se secar.
— Pedirei que avisem a seus pais que passará a noite aqui querida, não pode ir embora neste estado, pode pegar um resfriado. — se mostrou muito preocupada comigo, enquanto jogava uma toalha em minhas costas e me levava escadas acima para que eu me secasse. — Vou preparar um quarto para você, precisa de um banho quente, e você.... — olhou para Severus. — Vá fazer o mesmo.
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Hermione não fazia idéia de que horas eram, mais sabia que não conseguia dormir. Seu corpo estava quente, sua cabeça doía, e por mais que não se sentisse nem um pouco bem para se levantar, o fez.
As cobertas eram grossas o suficiente para esquentar seu corpo naquela noite fria e tempestuosa, porém ainda se sentia com frio.
Seu corpo estremeceu quando seus pés tocaram o chão gelado, uma de suas mãos foram diretamente para a cabeça, sentia como se ela fosse cair de tanta dor. Mesmo com todos os cuidados de Minerva, ela com certeza havia pego um resfriado.
Apesar de sentir frio, fios de cabelo grudavam em sua testa, havia suado um pouco, mais aquilo não a importava, pois só queria um copo d'água naquele momento.
Meio zonza, se aproximou de um criado se servindo dia líquido que estava em uma jarra, levou o conteúdo do copo até os lábios enquanto observava a chuva forte que caía. Céus, parecia o fim do mundo.
Quando terminou, seus olhos correram mais uma vez para a cama, porém não sentiu nenhuma vontade de voltar para ela, mesmo não se sentindo bem, se lembrou de mais cedo quando estava com Snape.
Ela se sentiu tão bem em seu braços, tão livre, tão bem cuidada principalmente por ele ter se preocupado com o prazer que ela poderia receber do que com o próprio....
Ela poderia citar tudo o que fazia dele perfeito, mais não conseguia, não naquele momento quando se sentia mal. Hermione não o havia visto depois do jantar, se sentiu não por aquilo, gostaria de saber como ele estava, mesmo tendo passado o dia inteiro com ele, por isso uma idéia passou por sua mente.
Pegando um robe que minerva lhe esprestara, ela saiu a passos delicados de seu quarto a procura do de Severus, por sua surpresa, não demorou a encontrá-lo.
Parada em frente a porta do Duque, a jovem hesitou em bater, seus dedos deslizaram pela madeira enquanto decidia se fazia ou não, porém no gesto mais delicado a porta se abriu a fazendo recuar antes de tomar coragem e entrar.
No mesmo corredor, um pouco mais no escuro, a figura quase inexistente de Dumbledore olhava toda aquela cena, seus oclinhos meia lua refletiam em meio a escuridão, e um sorriso arteiro estampava seu rosto.
{....}
O quarto estava numa penumbra, o único som possível de se ouvir, eram das gotas pesadas de água que batiam na janela de vidro.
Ela estava parada no meio do quarto, olhava atentamente para a cama onde Snape dormia tranquilamente, porém em um torpor de sanidade percebeu o quão estranho aquilo poderia ser, o quão errado, pois alguém poderia a pegar alí.
Rapidamente ela se virou para voltar para seu quarto, mais um trovão alto estourou no céu a assustando, suas mãos foram ao peito pelo estrondo, mais outro susto lhe atingiu quando seu nome saiu em um timbre rouco e confuso. Ele havia acordado.
— Hermione! — ela se virou, o encarando sentado na cama. — Está tudo bem? — jogou as cobertas de lado, saindo da cama e se aproximando dela.
— Eu só.... Eu.... — quando as mãos grossas tocaram a pele de seus braços, ele a olhou assutado, seu corpo estava tão quente.
— Está com febre. — levou a mão até o rosto dela, comprovando o que já sabia.
— Eu não conseguia dormir... Achei que estaria acordado e.....
Sem deixá-la dizer mais nada, a puxou pelas mãos levando-a até sua cama, fazendo com que ela se deitasse onde estava antes. Não se importava se ela havia aparecido alí no meio da noite, de qualquer maneira havia demorado a pegar no sono apenas imaginando tê-la por completo em seus braços...
Dando a volta na cama, se deitou ao lado dela, e antes que pudesse fazer qualquer movimento, ela abraçou seu tronco, deitando a cabeça em seu peito. Seu corpo se arrepiou , ela estava tão quente.
— Sabe.... — sua voz estava baixa. — Eu sei que combinamos de não ter sentimentos mas... Eu acho que estou me apaixonando por você.
Severus congelou naquele momento, fora algo tão inesperado, tão rápido..... Seu corpo se esquentou imediatamente, um sentimento nunca antes sentido o atingiu, o deixando sem palavras.
— Hermione eu ...... — ele já não podia dizer mais nada, ela rapidamente havia dormido em seus braços antes mesmo de ter uma resposta.
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