Prova

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Era sábado, eu tinha acordado cedo, vestido uma t-shirt velha e pôs to uma leggins quais queres que estavam bem no fundo do armário.

Tinha acordado bem humorada apesar das horas. Meti me na cozinha, preparei o pequeno-almoço e meia hora depois ele apareceu nas minhas costas.

Beijou-me o pescoço e depois beijocou-me a cara e eu que já estava bem disposta fiquei ainda mais com o “Bom dia” rouco e melado dele e com os seu braços á volta da minha cintura.

_ Tá fazendo o que meu anjo?- pousou o queixo no meu ombro e ali ficou a observar-me.

_ Provando que te amo. – falei.

Ele riu-se escondeu-se na covinha do meu pescoço.

Sentamo-nos os dois ao balcão a partilhar o que podia muito bem ser a primeira e ultima refeição do dia, juntos.

Eu com as pernas em cima das pernas dele, encostada á parede a comer a minha torrada enquanto olhava para ele. Ele a beber o seu batido de proteínas, com uma mão esfregando o  meu joelho e com os olhos colados igualmente em mim.

Todas as manhãs e contavas os minutos, rezava para que eles se transformassem em horas. Era definitivamente a parte mais difícil do dia, deixa-lo ir.

Ele olhou para o relógio e em sobressalto saltou do banco e correu para o duche. Eu revirei os olhos, suspirei baixinho e levantei-me uns minutos depois para arrumar o pequeno-almoço meio comido. Meti tudo na pia e fui até á janela fumar o primeiro cigarro escondido do dia. Como ele odiava que eu fumasse. Eu bem que lhe tinha prometido que ia parar, e parei, alias eu parava todos os dias quando o tinha á minha beira. E ele acabou por acreditar que eu tinha deixado de fumar. Ele ficava até orgulhoso de contar para os amigos que eu tinha deixado o tabaco, que o meu único vício agora era ele. Ele sorria para mim, bem feliz então, eu nunca lhe cheguei a contar a verdade porque era assim que eu o queria, bem feliz. Comigo.

Ouvi-o a correr do quarto de banho para o quarto. Apaguei o cigarro. Sabia que dentro de 4 minutos certinhos ele ia aparecer na sala, ia-se despedir de mim e ia correr para o trabalho. Que bosta essa de trabalhar ao fim-de-semana!

Cronometrei o tempo e ali estava ele 4 minutos em ponto, apareceu na sala/cozinha, pegou no telemóvel, na carteira, nas chaves de casa e saiu porta fora.

O meu queixo caiu, fiquei de boca aberta. Então e o meu beijo?!?!?

Não me mexi durante uns bons segundo depois desses segundo o choque passou e eu fui andando que nem uma perdidinha para o quarto de banho. Tirei a camisola, tirei as leggins e liguei o duche, e aí ouvi a porta de casa a bater.

“Meu Deus, estou a ser assaltada e estou praticamente nua. O que é que eu faço?” ironizei para mim mesma. Havia melhor altura para ser assaltada que no meio, no meu caso, no inicio do nosso banho.

Ouvi passos rápido aproximarem-se do local onde eu estava. Peguei no toalhão que estava ao meu lado e cobri-me no exato momento em que estavam a abrir a porta. Entre aqueles segundos do abrir e não abrir ainda pensei em pegar em me esconder mas lá era impossível por isso fiquei imóvel, esperando a porta abrir, esperando o meu destino se concretizar.

Fechei os olhos e encolhi-me. Aí eu ouvi uma voz meia íntima, abri os olhos e vi aquele sorriso lindo que me era familiar, aqueles olhos verdes que me tiravam o fôlego e me eram tão queridos, aquela barba por fazer, aquele cheiro bem cheiroso característico dele e engoli um seco.

Ele estendeu-me a mão para eu pegar. Deu uma risada e brincou com a situação.

_ Tavas a pensar que quê?! Que alguém te vinha matar meu anjo.

_ Não gozes! Pensei que ia morrer, eu pensei que estava a ser assaltada! Que o meu destino ia ser morrer aqui, esta casa de banho, nua! Idiota! – ri me embaraçada escondendo me no abraço dele e batendo-lhe no peito.

Ele riu-se do meu embaraço, e eu tentei-me explicar uma vez mais.

_ Tu já tinha ido para o trabalho, né?! Não pensei que fosses voltar, nunca voltas! O que é que estás aqui a fazer?

_ Puxa a vida amor. Que é que achas?! Provando que te amo, né?! Ficou a faltar o beijinho, meu bem.

Puxou-me o queixo para os nossos olhos ficarem ao mesmo nível e beijou-me. Beijou-me como se eu tivesse a roubar aquele beijo gostoso.

Afinal de contas tinhas sido um ladrão mesmo. E o meu destino estava traçado por ele.

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