Capítulo 07 | Tanto

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Para outros casais, entrar na rotina pode ser algo ruim, mas eu e Pat precisávamos estabelecer algumas regras já que poucas pessoas sabiam da gente.

Na faculdade, mantínhamos o mínimo contato possível. Inimigos de fachada, dissemos. Mas era só chegarmos no dormitório, para Pat vir correndo para meu quarto. Quando íamos para casa, minha janela se tornava palco, esperando o grande ato, em que Pat atravessaria as cortinas, com cuidado — às vezes não —, para não fazer barulho. No nosso tempo livre, a rotina se criou sozinha. E eu amava nossos dias. Ainda amo.

Toda vez com Pat é como se fosse primeira vez, e ainda assim eu sinto que consigo absorver mais um pouco do que ele é, e ele, um pouco do que sou, sempre que nos entregamos à nossa intimidade e verdade.

Consigo entender cada pedaço de seus sorrisos, seus sonhos e seus sentidos a cada vez que tenho ele sob/sobre mim; e eu, a ele. Ele me faz sentir em casa, mas uma casa diferente toda vez. E todas elas são nossas casas, não importa para qual planeta, estrela ou galáxia ele me leve naquela noite, ou essa manhã, ou na próxima tarde, ou qualquer madrugada. Na casa dele ou na minha. Por telefone ou pesando seu corpo sobre o meu. Em Singapura ou em Bangkok.

Onde e quando se tornam irrelevante detalhe.

É tudo novo a cada vez que me faço dele, e ele, meu. E é sempre assim. E é tudo nosso.

Quando é, é. E a gente é tanto.

* * *

[01] • TANTO •  [ PatPran | BadBuddy ] •  ):)Onde histórias criam vida. Descubra agora