Capítulo 03 | Confidências

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"Ainda olhando para Pat, caminhei de costas em direção a porta da quadra, insinuando um convite, e ele entendeu."

*

Fui andando pelos corredores da escola, me distanciando alguns metros do Pat, para evitar qualquer conversa ou que eu mudasse de ideia.

Olhei algumas vezes pra ele e pude ver seu semblante sério e determinado. Ele não ia voltar atrás.

Virei a esquerda, entrando em mais um corredor e achei a sala que guardava minhas malas. Parei em frente à porta, segurando a maçaneta por um tempo para me certificar que Pat saberia onde entrar. Assim que o avistei na curva, entrei.

Ok, Pran, isso é uma loucura. Você vai realmente ser o adulto que tem que se esconder para beijar seu namorado, também adulto, na antiga escola de vocês? A verdade é que eu pretendia fazer mais que só beijar, e eu não me importava aonde seria, ou quando seria, ou se alguém iria ver. Eu queria e iria o fazer.

Respirei fundo. Pat estava demorando. Pensei ter se perdido ou encontrado alguém no caminho. Ou foi a antecipação que fez parar o tempo? Resolvi conferir a porta.

Assim que a abri, tomei um susto ao me deparar com Pat paralisado, a sua mão esquerda na maçaneta e um semblante marcado por fogo e ansiedade. Nos olhamos por alguns segundos através da pequena abertura do vão que nos separava.

Estávamos sozinhos e não ouvíamos mais os sons da quadra, somente nossos ofegos e o trepidar da luz amarela e oscilante do depósito. Puxei Pat pela gola da camisa com minhas duas mãos e o beijei sem pensar ou permitir que ele pensasse em nada, enquanto ele custava a fechar a porta com uma mão só — já que a outra estava em minha bunda — e sem olhar o que fazia.

Pat me empurrou contra a parede, me fazendo tropeçar em minhas malas, mas o lugar era tão pequeno, que não havia espaço suficiente para uma queda acontecer. E pelo jeito que Pat segurava minha cintura, eu não cairia nem se eu tentasse.

— Tá tudo bem? Te machuquei? — Pat perguntou preocupado, ofegante, com aquela voz arranhada e morosa que eu já não lembrava mais como era ouvir tão de perto. Eu estava completamente entregue a ele, de modo que nada saía de minha boca, apenas ruídos confusos e gemidos num tom quase inaudível. E ele percebeu. — Pran...

Sussurrou lento e airado, e voltou a encostar seu corpo no meu corpo. E seu rosto no meu rosto. Foi trazendo suas mãos para cima, passeando lento pela minha cintura, e deixou apertos firmes pelo caminho. Pelo meu abdome, que agora roçava o seu abdome. Pelas minhas costelas, que agora eram suas costelas. Pelas minhas costas, que imploravam para ser beijadas. E pelos meus ombros, que amoleceram imediatamente ao sentir suas mãos pesarem sobre eles.

Me vendo perdido em lufadas, segurou meu rosto entre elas, e sustentando meu olhar no seu, espalhou beijos leves e molhados por toda parte. Pelo meu nariz; por minhas bochechas; pelo topo da minha cabeça; pelo cenho franzido; pelo pescoço pulsante; e pelos meus olhos marejados de saudade e desejo — assim como os seus. Gemi.

— Está tudo bem. — Eu disse, sério e sussurrado. E aliviado. Finalmente havia saído uma frase inteira de minha boca. Eu tinha tanta coisa pra dizer, mas não sabia o que exatamente. Enquanto tirava a blusa dele de dentro das calças e espalhava minhas mãos por suas costas, movimento que ele logo copiou, aproximei mais nossos corpos e comecei a beijar seu pescoço. Me permiti, por alguns segundos, colar nossos peitos, e ele deixou. Ainda sobre o tecido macio de nossas blusas, senti o seu coração ressoar bagunçado ao encontrar as batidas do meu, enquanto eu me embebedava com seu cheiro. É tanta, tanta saudade, Pat, que deveria ser um crime. Fui descendo minhas mãos até sua bunda, as trouxe para frente percorrendo o cós da sua calça, sob constante efeito do ritmo em seu peito, até sentir o seu volume pulsar entre elas. — Eu senti sua falta, Pat.

Ele soltou um ruído assim que enterrei minha mão na sua cueca branca e macia, sem nenhum problema em atravessar a calça — que já estava aberta me esperando. Eu estava faminto por ele, e ele por mim. Preciso sentir você dentro de mim e eu sei que você também quer, era o que eu estava dizendo com meu olhar, que encontrava o seu em chamas, intercalado à luz oscilante, enquanto subia e descia a minha mão firme em sua ereção exposta.

Pat se permitiu sentir aquilo por alguns minutos, enquanto eu o tocava lentamente e confessava sussurros de gentileza e paixão em seus ouvidos. Ele gemia baixo e rouco em retorno, com sua cabeça apoiada em meu ombro, seu braço esquerdo debruçado na parede, com sua mão repousando em minha cabeça — e eu sentindo meu cabelo repuxar quando eu o apalpava mais forte —, e o direito largado ao lado de seu corpo imóvel. Comecei a acelerar os movimentos e Pat, rapidamente, ergueu a cabeça, olhou sério nos meus olhos, me deixando um pouco confuso e segurou minha mão com força, me fazendo parar.

— Assim eu vou gozar e eu não quero isso. Não agora. — Disse rouco, deixando um beijo molhado o e indecente em meus lábios.

Então, se agachou em minha frente e abaixou minha calça e cueca de vez. Minha ereção pulsou livre ao encostar seu rosto, enquanto ele me fitava com olhos incendiados.

Dez minutos atrás estávamos no palco nos apresentando para a turma inteira, enquanto eu contava para todos que não éramos só amigos ou inimigos, em todas entrelinhas, para poucos ou ninguém decifrar, e de repente ele estava lá, ajoelhado em minha frente, prestes a se confessar para mim. A lâmpada, por um mínimo instante, se fez de holofote, iluminando e contemplando sua beleza e pecados, todos disponíveis e oferecidos a mim, seja naquela tarde, ou seja para a vida inteira.

Seus lábios estavam entreabertos, passeando por meu membro, e eu podia sentir sua respiração quente e úmida me percorrer a pele. Pat sabia que teríamos que ser rápidos se não quiséssemos chamar atenção para a gente. Era capaz dos rapazes irem nos procurar a qualquer momento, pensando que estávamos brigando em algum canto dessa escola.

Enquanto eu pensava demais, Pat havia colocado dois dedos em sua boca e pude o assistir os tirando lentamente — e encharcados — olhando fundo em meus olhos. Ele ainda não tinha me chupado e estava se tornando uma tortura sentir sua boca tão de perto.

E então, eu entendi qual Pat era aquele.

* * *

[01] • TANTO •  [ PatPran | BadBuddy ] •  ):)Onde histórias criam vida. Descubra agora