Capítulo 04 | Coragem

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"E então, eu entendi qual Pat era aquele."

*

Aquele era o Pat que não teria piedade de mim e era exatamente esse Pat que eu precisava naquele dia, e naquela hora, e naquela sala, ou em qualquer lugar.

Ele passou seu braço direito com cuidado por entre minhas pernas nuas, enquanto se mantinha vidrado em meu olhar, deixando a ponta da língua percorrer a minha ereção, insinuando o que iria fazer. Coloquei minhas mãos pra trás, abri caminho para seus dedos me acessarem, assentindo o movimento. Senti ele encostar minha entrada e não tive muito tempo para pensar, quando de repente, colocou meu membro inteiro em sua boca. Meu gemido deve ter ecoado por pelo menos quatro salas ao lado.

Pat estava com a boca quente e salivando por mim. Comecei a me movimentar pra frente e pra trás, me retirando e me colocando em sua boca devagar. Sentia seus dois dedos molhados acariciarem minha entrada — por fora, e com um pouco de pressão —, enquanto eu mantinha minha mão esquerda abrindo caminho para ele.

Enterrei minha outra mão em seu cabelo e comecei a controlar os movimentos. Meus ruídos nos acusavam sem pudor na pequena sala, enquanto Pat gemia abafado, encaixado no meu pau. Eu estava latejando como já não me lembrava mais ser possível. Mais um dia sendo privado disso e eu morreria de desnutrição.

Tive a impressão de ouvir uns passos no corredor e fiquei em alerta. Com muito sufoco, consegui dizer:

Ai Pat, e se alguém aparecer aqui?

Pat desobedeceu ao movimento que fiz tentando retirar sua cabeça de meu membro, que foi saindo devagar de sua boca, me deixando encharcado. Com sua mão livre, começou a me masturbar, ignorando complemente minha preocupação.

— Você quer que eu pare? — Disse com a voz arranhada me encarando, e voltou a dar beijos por toda minha extensão.

— Não... — respondi respirando fundo — só que eu nunc-...

O silêncio se apossou de minha boca, em meio a um forte ofego seguido de um gemido rouco e agudo que tentei abafar com o meu braço, quando senti Pat meter seu dedo de vez em minha entrada.

— Não tem coragem de continuar? — Disse Pat, provocante, me desafiando e retirando seu dedo lentamente, sem sair de dentro. E introduzindo novamente, e puxando para fora. Deslizando. Dentro. Fora. E, enquanto me assistia contorcer o rosto em prazer para ele, me possuía na palma de sua mão, literalmente. — Posso parar agora, se quiser. — Ele sabia que naquele momento eu não poderia mais parar. Fomos longe demais. O olhei com a cara mais indignada do mundo e neguei com um sorriso torto. Eu faria qualquer coisa que você me pedisse agora.

Pat entrava e saía, me tateando fundo e lento, enquanto minha ereção pulsava em sua boca, me fazendo soluçar de tesão. Enfim, ele colocou os dois dedos, abrindo caminho devagar e me deixando mais vulnerável às suas vontades. Parece que ele leu minha mente enquanto o olhava na quadra, e agora está fazendo comigo tudo aquilo que eu queria fazer com ele.

— Você me deixa maluco, eu quero você, Pran...

— Então vem pegar.

Pat se levantou. Tirei minha blusa, pois estava com medo de me sujar, e ela já estava amassada o suficiente. Não vou aparecer na quadra com cara de culpado depois. Pat tirou a dele e percebi que estava completamente suado. E delicioso.

— Você é insuportável.

Falei, e enquanto ele sorria orgulhoso, peguei no bolso da frente da mala o preservativo e uma embalagem de lubrificante — que comprei na primeira farmácia que achei no aeroporto — e entreguei para ele já aberto. Ele encaixou em si, me virou de costas e mordeu meu pescoço com fome. Encostou seu abdome em minhas costas, me empurrando contra a parede e continuou a me masturbar. Eu estava a ponto de explodir e nem havia sentido ele por completo. Pat introduziu dois dedos, agora bastante lubrificados, em mim, tirando e colocando morosamente. Eu não vou aguentar. Implorei:

— Me fode, Pat.

— Achei que não fosse pedir.

Pat se encaixou em minha bunda, sem entrar. Respirei fundo e alto — ansioso e excitado. Ele tapou minha boca com sua mão esquerda e começou a introduzir seu membro pouco a pouco em minha entrada. Gemi com a dor e ele me masturbou mais forte, transformando qualquer mínimo incômodo, em prazer genuíno. Coloquei minhas mãos para trás até encontrar sua cintura e o empurrei de vez pra dentro.

Eu estava completamente preenchido por Pat. Seu pau deslizando, molhado e duro, dentro de mim; meu membro inteiro apalpado de maneira firme por ele, sendo puxado para cima e para baixo; seus dedos — da mão que me calava —, agora haviam adentrado meus lábios, e eram chupados com desejo por mim; sua boca em meu pescoço, ora devorando, ora sugerindo obscenidades; e todo o amor que me manteve vivo, seja nesse minuto, ou por um ano de espera, estava igual. Ou maior. Presente em cada pedaço seu que me encostava. E, em mim, não havia um cômodo sequer, em que Pat não se encontrava. Ele era o mesmo, e eu o recebi com a mesa posta e banquete farto. Sinta-se em casa. Me bagunce, Pat.

E sem aviso prévio, senti meu membro expulsar o líquido quente — enquanto o lugar que ele socava, o apertava dentro de mim —, seguido por um ruído alto de Pat, que não percebeu meu orgasmo, pois suas duas mãos agora estavam investidas em impulsionar meu quadril.

— Eu vou gozar.

Pat abocanhou minha orelha e sussurrou gemidos agudos e ofegantes. Tremeu junto ao meu corpo, enquanto seu pau jorrava dentro de mim, e eu me desmanchava sem ele saber.

— Desculpa, desculpa Pran... era pra eu ter esperado você.

Eu estava extasiado, moído, amuado de paixão. Nada disse. Apenas me virei para ele, neguei com a cabeça e o beijei. Naquele momento, eu amei Pat mais que tudo no mundo e, olhando minhas lágrimas de prazer, me sorriu e me acolheu.

— Eu te amo, Parakul.

— Eu te amo, Napat.

* * *

[01] • TANTO •  [ PatPran | BadBuddy ] •  ):)Onde histórias criam vida. Descubra agora