De: Parakul, Singapura
Para: Napat, BangkokOi,
É Pran aqui
Não sei como começar a escrever isso, mas, deixo um aviso prévio: eu não sei quando me permitirei fazer algo parecido de novo. Ok? Então aproveita — prevejo chegar aí na próxima visita e encontrar essa carta emoldurada ao lado de nossa cama.
):)
Pat, eu quase morri nesse ano distante de você. E agora estou prestes a encarar outro. Sabe quando eu digo que você já é grande e consegue ficar sozinho? Eu também sou e consigo, mas eu não quero, Pat. Mas preciso. Precisamos, agora.
Estou empolgado com as novas tarefas que surgiram para eu cumprir, e isso é bom. Depois vou te ligar pra contar tudo. Talvez, quando você receber essa carta, eu já tenha te ligado. Eu estou fazendo tanta coisa linda aqui em Singapura, coisas que queria mais que tudo te mostrar. Não por foto. Queria que você visse. Não só pra te mostrar pessoalmente, mas porque, se você pudesse ver pessoalmente, significaria que você estaria aqui comigo e eu não me sentiria mais tão só.
Eu preciso fazer o que estou fazendo — e sei que estou sendo repetitivo, mas eu nunca me permiti escrever tanto sobre mim em uma carta. É isso que você provoca.
Estou fazendo cada segundo nessa cidade valer a pena, mas jamais serei feliz, como um dia sonho ser, como um dia sei que fui com você. Como quando cheiro seu cabelo quando você acorda de manhã. Como quando você me abraça na rua, mesmo eu te afastando. Como quando você sempre traz comida pra mim, mesmo eu dizendo que não quero. E eu nunca vou sentir essa felicidade, se você não estiver do meu lado.
Eu vou passar mais um ano aqui, e é só. Eu prometo, Pat. Eu não estou prometendo isso pra você, eu estou prometendo pra mim. Eu não quero mais que a gente viva nesses termos. A gente precisou fazer isso anos atrás, sim, para que conseguíssemos chegar até aqui. E a gente conseguiu, Pat. Mas eu não quero mais ter que te esconder, ter que entrar e sair de fininho dos lugares, ou que você tenha que fazer isso. Ou mentir pra nossos amigos. Ou fugir de seus abraços na rua. Nossos pais já sabem, eu tenho quase certeza, te falei? Meu pai me disse que eles ouviram "barulhos diferentes" no meu quarto aquele dia, e minha mãe sorriu. Eu só não te contei isso em BKK porque você é impulsivo e ia querer se mudar lá pra casa no dia seguinte, ou me levar de vez pra a sua. Eu estou exausto de encenar distância de você para/com eles, mas sei que temos que ir com calma agora que nos sentimos confortáveis para isso. Eles são demasiadamente orgulhosos para admitir que aceitam nossa relação.
Nos comportamos bem demais por muito tempo, e eles se acostumaram com a zona de conforto que criamos e colocamos eles dentro. Eu quero incomodar, Pat. Eu quero andar de mãos dadas com você na rua de nossa casa. Quero te convidar pra jantar e te receber pela porta da frente. Você me traz de volta a vida, Pat e isso não deveria fazer mal a ninguém. Porque não faz. Eu sou seu, e eu quero e vou sair das sombras do passado de nossos pais. Eu estou pronto, você também está?
Estou dizendo todas essas coisas em papel e caneta, para que fique marcado o quão sério eu estou sobre tudo isso. E essa energia, essa antecipação, de tudo que está por vir, me deixa mais presente do que nunca estive em minha vida. Em nossa vida. Você é peça crucial para eu estar aqui, e eu sou muito grato por não ter me deixado desistir.
Nosso futuro será lindo, porque nosso presente, já o é.
Te amo, Napat.
Ps.: Lembra do dia que cheguei, e fizemos "aquelas coisas" no guarda-volumes da escola? E eu reclamei contigo depois? Então, eu já tinha terminado antes de você — segundos antes, OK? Eu jamais iria revelar isso, mas resolvi te dar essa vitória hoje.
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[01] • TANTO • [ PatPran | BadBuddy ] • ):)
Romance[+18] • Sobre amor, delicadeza e afeto. É tudo muito. E eles são tanto. • Saga BadBuddyUniverse por MariJoopter [00] • V O C Ê • (Postado) | Leitura Independente [01] • T A N T O • (Esse aqui) [02] • Q U A S E • (Postado) [03] • B R E V E • (Posta...