9.

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Violet POV

Obrigada, Deus, pelas academias, halteres e suor. Eu tinha terminado o levantamento de peso e já tinha feito minha corrida de oito quilômetros, então me sentia ótima e disposta, e minha camisa cinza estava escura com a umidade do meu corpo. Agora eu estava dando golpes com meu punho no saco de pancadas, o aparelho seguinte, atacando intensamente a sua volumosa superfície rígida.

Evelynn o segurava no lugar para mim enquanto eu tomava fôlego e avançava novamente, com bastante força.

— Tudo bem, Violet, quando você vai se abrir comigo, garota? -  ela me olhou e deu um sorriso convencido.

—Me abrir sobre o que? – eu soltava o ar, batendo no saco outra vez, como se eu o estivesse esmurrando no estômago, com uma mão, e depois com a outra.

— Bem, esse saco de pancadas ou fez algo  para você, e você está tentando matá-lo, ou há alguma outra coisa te incomodando. – ela disse, girando um pouco, segurando o saco enquanto eu seguia o movimento.

—Eu só estou me exercitando, Evelynn. – afirmei, atingindo o saco com mais dois socos.

—Ok. – ela desistiu, depois perguntou.  —Como estão indo as coisas com aquela garota?

—Bem. – eu disse secamente, dois socos mais fortes.

—Uhum… – ela me deu um olhar como se entendesse.

Ignorei aquilo e continuei distribuindo murros.

— Qual é, Vi, sou eu. – Evelynn estava fitando meu rosto agora.  —Eu não tenho sempre te ajudado? Você pode conversar comigo, você sabe. Eu sou sua amiga.

Fechei meus olhos e me senti culpada agora, sabendo que ela estava certo. Eu estava construindo muros a minha volta, mesmo entre as pessoas em que eu acreditava que poderia confiar. Evelynn não merecia ser deixada de fora. Ela é uma amiga de verdade.

— Porra. – eu soltei, parando com os socos, encostando minhas costas na parede, olhando agora para Evelynn, enquanto ela largava o saco de pancadas e dava um passo na minha direção, cruzando os braços, esperando. —Desculpe, Eve. Eu sei que você é minha amiga. Eu só não me abro muito bem.

— Eu sei disso. – ela riu, nem um pouco surpresa com minha confissão.  — E aí, o que está incomodando você? Aquela garota não é boa na cama ou algo assim?

Eu dei risada dela, apesar do meu mau humor. Mas por que estou mal humorada? Não tinha acontecido nada de diferente comigo hoje. Faço isso o tempo todo.

— Não, ela é maravilhosa na cama. – arregalei meus olhos para enfatizar o meu ponto.  —E ela é linda demais… mas…  –dei um longo suspiro. —… ela… quer conversar comigo o tempo todo. Ela faz muitas perguntas pessoais. Tem aquele papel em que ela fica escrevendo ou coisa do tipo, ela me acha interessante e eu concordei em deixar que ela me estude, sabe… no começo pensei que seria tudo tranquilo. Eu não tenho nenhuma intenção de contar toda a minha história de vida,  mas, eu pensei em algumas coisas que não faria mal dizer a ela. Só que agora… – eu olhei para ela. —… eu me sinto esquisita.

— Esquisita como? – a testa dela enrugou em curiosidade enquanto ela escutava com atenção.

— Meu estômago parece dar nós e minha cabeça dói. – eu relatei a ela os sofrimentos físicos primeiro. — E hoje, durante um trabalho, eu quase não consegui ir ter um orgasmo. Senti que não conseguia respirar por alguns segundos. Quero dizer, eu nunca tenho problema encarnando um personagem, principalmente com a mulher de hoje. Ela sempre me excita, de imediato, mas hoje, demorou muito mais tempo. Ela não se importou, ela teve uma bela foda, mas aquilo me perturbou. O que quero dizer é que, graças a Deus que hoje tive que ser o lado submissa, mas o que vai acontecer quando eu tiver que ser a garota dominante? entende?

Red Lines [caitvi]Onde histórias criam vida. Descubra agora