Red Lines [caitvi]

11.

Caitlyn POV

São 16h da tarde. Violet tinha feito sua ligação privada do lado de fora e agora estava sentada na minha frente, no sofá, sorrindo para mim quando apertei o botão do meu gravador .

─ Violet, sessão quatro. – eu disse.

  ─Oi, Violet. – comecei, tentando esconder o desprezo na minha voz.

Lutando para conter o sorriso que queria aumentar, ela respondeu.

─ Oi, Dra. Caitlyn.

Eu já esperava por isso e devolvi.

─ Você sequer sabe meu sobrenome?

─ Sei. – ela respondeu sem qualquer alteração em sua expressão. ─ Kiramman. Você sabe o meu?

Eu suspirei e tentei esquecer como fiquei humilhada sendo abandonada na estante de livros, sem roupa, enquanto ela afastava-se de mim.

Ela estava tentando me deixar brava com ela? Estava tentando me afastar outra vez? Odeio isso… eu sentia como se nem sequer pudesse ficar brava com ela porque primeiramente ela é minha paciente, segundo, a pessoa que eu amo.

Coloquei um sorriso no rosto e voltei para a lista de perguntas, escolhendo a mais leve.

─ Me fale sobre como foi quando você entrou na Fire. – eu disse com a voz fria.

─Espere. – ela cerrou um pouco os olhos. ─ Tem algo errado, Caitlyn?

─ Não. – menti, minhas mãos apertando a caneta com tanta força que eu estava pensando que ela se quebraria ao meio.

─ Caitlyn… – ela estava procurando algo em minha expressão. ─ Você está brava comigo. Se existe uma coisa que eu sei, é quando uma mulher não está feliz. Eu não agradei você?

Ela estava se inclinando para frente, muito interessada em saber de que forma tinha me magoado. Eu odeio quando ela fala como uma escrava. Mas não é culpa dela, isto é quem ela é, em quem Sarah e todas aquelas mulheres a tinham moldado. Seja paciente com ela. Não mostre sua raiva. Seja profissional.

Eu estava prestes a negar de novo que estivesse brava, mas achei que ela estava certa, ela percebia o que eu estava sentindo, como sempre.

Eu devo ser honesta com ela, mesmo que ela não goste. Droga, por que ela tem que ser tão atenciosa e frágil agora? Ela parecia tão triste e chateada, como se ela tivesse feito algo horrível.

Apenas diga o que está na sua cabeça, Caitlyn. Provoque as emoções dela um pouco.

─ Por que você simplesmente me largou lá daquele jeito? – ouvi minha voz se alterar antes de eu perceber o que estava dizendo. ─ Você tem idéia de como é vergonhoso tentar colocar sua calcinha de volta, usando salto alto, quando suas pernas estão tão fracas que você mal consegue ficar  em pé, e ao mesmo tempo tentar puxar sua blusa para cobrir os seios em um lugar público, pedindo pra Deus para que ninguém te encontre?

─ Você está fazendo essa pergunta pra MIM? – ela forçou um sorriso debochado. ─ No meu mundo, isso é um simples domingo!

─ Bem, no meu mundo, isso é incrivelmente humilhante! – minha voz respondeu e a odiei, eu parecia com uma menininha de terceira série.

Forcei meus olhos a olhá-la, vendo seu sutiã a mostra, sua pele macia e sua barriga levemente definida, as características tatuagens que cobriam um de seus braços e a calcinha que acompanhava seu sutiã na cor azul, acentuando claramente sua feminilidade bruta. Por que ela tem que ser tão fodasticamente linda assim? Eu não consigo nem mesmo ficar brava com ela. Merda.