Quarenta e cinco.

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Eu, Brad e Riley estamos nos degraus do terceiro andar da escola, uma parte que está em reforma e ninguém acessa durante a parte da manhã.

Virou o nosso lugar, nós vamos para ele quando estamos com aula livre, ou querendo matar aula, ou só matar tempo entre os horários.

— Savannah, que você era doida eu já sabia, mas parece que piorou desde que voltou dessa viagem com a sua mãe. — Brad diz repentinamente.

Solto a fumaça do cigarro lentamente da minha boca, Riley fazendo uma careta de desgosto e balançando as mãos dramaticamente na tentativa de afastar a fumaça de si.

Ela odeia tudo que eu uso, seja maconha, estimulantes e até álcool.

Mas quando estamos nas festas, obviamente seus princípios vão ralo à baixo e ela bebe de boa vontade junto comigo.

— E como você chegou nessa conclusão? — franzo a sobrancelha passando o cigarro para o loiro.

— Sei lá, você está estranha. — dá de ombros.

— Uau, que ótimo argumento. — Riley zomba e eu rio concordando.

Brad rola os olhos, começando a falar depois de tragar.

— Você consegue explicar melhor que eu? — desafia a morena.

Sim, a rivalidade constante dos dois também inclui "quem prova melhor que a Savannah é uma fodida".

— Claro. — estufa o peito, começando a listar os itens que pareciam já estar prontos em sua mente. — O uso excessivo de maconha, a quantidade de sexo com desconhecidos e a falta de interesses em coisas que não sejam festas, drogas ou relações sexuais. — diz de forma metódica.

Solto uma risada sem humor.

— Está falando sério? Agora não posso nem transar em paz? — pergunto com humor.

Brad parece pensativo, os olhos semicerrados enquanto ele balança a cabeça.

Como se Brad pensasse...

— Você está certa. — diz perplexo para Riley. — E ela ficou estranhamente tranquila depois que eu a impedi de comprar aquelas merdas que ela usava. — pondera como se estivessem reconstituindo um crime, encaixando as peças de um quebra-cabeça que nem sequer existe.

É, ele ainda não sabe sobre eu ocasionalmente pegar seus comprimidos. O que é bom, significa que está dando certo.

E sim, eu sei que não tem jeito nenhum disso terminar bem, mas, cara, eu vou aproveitar muito até lá.

— Você preferiria que eu continuasse com raiva de você? — indago para o garoto. — Porque, olha, não precisa pedir duas vezes. — dou a última tragada no cigarro, me pondo de pé e jogando a bituca no chão, pisando com a minha bota.

— Não, não quero que fiquei com raiva de mim. — diz sem emoção. — Mas você usava ecstasy pra caralho, é estranho você não contestar tanto ou não me dar um chute na bolas depois que o cara parou de te vender por minha causa.

Solto um suspiro impaciente.

— Que merda, vocês precisam criticar tudo que eu faço? Se eu estou usando, vocês reclamam. Se eu não estou usando, vocês reclamam também. O que eu devo fazer!? — pergunto irritadiça lançando meus braços ao ar num gesto de frustração.

— A gente só está falando que o jeito que você está lidando não parece muito saudável, Annah! Qual é, você realmente acha que transar com a escola toda vai ajudar alguma coisa nessa vida? — Riley se levanta também, me imitando.

Savannah TaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora