Dez.

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Hoje é sexta-feira e a festa do Brad é à noite. Eu estava em dúvida se ia ou não mas ele disse que ia me arranjar algumas coisinhas pra me motivar.

- Savannah! - ouço Riley me gritar do outro lado do corredor e correr em minha direção.

- Por que o desespero? - pergunto fechando meu armário - Deixa eu adivinhar, você achou mais alguma prova de que Larry é real? - a provoco.

A verdade é que zombar da Riley por ainda ser fã de uma banda morta é o meu passatempo preferido.

- Primeiramente: eu não preciso de mais provas porque sei que é real - ela dá um sorriso falso - Segundamente: você não me falou que ia aparecer no jornal da escola! - ela levanta um pedaço de papel.

Tento tirar o papel de sua mão mas ela é mais rápida. A garota encosta suas costas no armário e começa a citar parte do que está escrito no jornal.

- "Tem pessoas que realmente precisam dessa vaga e vocês não estão sendo descolados quando usam sem necessidade, estão apenas sendo cuzões" - ela faz uma voz grossa e então olha para mim com um olhar empolgado - Annah, isso tá perfeito! Todo mundo da escola tá falando sobre!

Então deve ser por isso que tinha tanta gente olhando pra mim quando cheguei na escola hoje. Quase sinto remorso por ter levantado o dedo do meio pra eles.

- Ninguém costuma ler o jornal porque sempre é tediante, mas isso, - a morena aponta para o jornal - está incrível! Ava deve estar saltitante nesse momento por ter tanta atenção pro jornal!

- Que bom que estou causando algum impacto, então. - meus lábios se curvam involuntariamente.

- Isso é um sorriso de orgulho? - Riley fala com voz de bebê apontando para minha boca.

Reviro os olhos mordendo a bochecha, ainda não conseguindo conter o meu sorriso.

Eu tenho que admitir que estou feliz, é legal fazer parte de algo.

- Você vai na festa do Brad? - mudo de assunto.

- Ainda tava pensando se vale a pena ou não. - dá de ombros.

- O Brad convidou o Logan mas ele tava esquisito e disse que não ia.

Riley franze o nariz como se eu tivesse tocado em um assunto sensível.

- O Brad e o Logan tem um passado... conturbado - a garota tenta dizer do modo mais delicado possível.

- O que você quer dizer com isso?

Riley ajeita a postura e finge uma risada.

- Oi, garotas! - Logan diz colocando os braços nos ombros da Riley - Estavam falando sobre o que?

Eu e Riley nos olhamos e dizemos ao mesmo tempo:

- Aquecimento global - digo.

- O artigo da Annah no jornal - Riley diz e imediatamente me olha como se perguntasse "O que está fazendo?".

- Isso, sobre o meu artigo - concordo com um sorriso nervoso.

Logan pega o papel da mão de Riley. A garota ainda me olha com os olhos arregalados, assombrada com minha péssima atuação.

- O que o aquecimento global tem a ver com... - ele confere no jornal - vagas preferenciais? - pergunta confuso.

- Tudo. Você sabe, o aquecimento global influencia todos nós hoje em dia - digo tentando parecer convincente.

Ele ia dizer alguma coisa mas o sinal toca, indicando o início do sofrimento e ao mesmo tempo me salvando.

Jogo beijos no ar para os dois e praticamente corro até minha sala.

Tenho que admitir: improvisação não é o meu forte.

[ ••• ]

Riley disse que ia me esperar embaixo do meu prédio. Nós vamos juntas mas eu duvido que a gente passe mais de meia hora juntas, que nem na última festa.

Dou uma última checada em meus cabelos no espelho do elevador e chego no térreo.

- Ugh... Ah não - Riley resmunga assim que me vê - Eu sei que você se sente baixinha e tals, mas você precisa usar essas botas de 30 centímetros de altura? Eu me sinto uma formiga do seu lado toda vez que você usa.

- Você não tem o direito de ficar brava porque quando estou sem elas você fica uns 7 centímetros mais alta que eu - digo andando do seu lado.

- Deus tem seus favoritos, se ele se esqueceu de adicionar altura na sua preparação, a culpa não é minha!

- Você é irritante, sabia? - pergunto arqueando minhas sobrancelhas.

- Eu e metade da população terrestre, de acordo com você. - me provoca.

Bufo e apenas a ignoro. Parece que estou andando sem rumo já que não sei exatamente onde é a casa do Brad, então só acompanho os passos de Riley.

Chegamos na frente de uma casa enorme e me pego pensando porque Brad vende drogas se parece ser tão almofadinha, ao julgar pelo tamanho da casa.

Não toco a campainha, apenas entro sentindo o olhar de repreensão de Riley em cima de mim.

A princípio, vejo muita gente se agarrando no corredor principal e me pergunto quanto tempo faz que não faço sexo com ninguém. Mais de 2 meses e estou quase surtando, já. Falando desse jeito parece que sou ninfomaníaca, mas é só porque eu já estava acostumada a fazer com uma certa... frequência, e é estranho parar do nada.

- Vocês chegaram! - Brad abre os braços segurando uma garrafa de Uísque em uma mão e um cigarro na outra.

Como um impulso, tiro a garrafa de sua mão e dou um longo gole em sua bebida, sentido meu corpo arder por dentro.

Riley ignora Brad, o que eu acho estranho e vai direto para outro cômodo, mas como não conheço a casa não sei identificar para onde ela foi.

- Então, o que você tem pra mim? - pergunto.

- Nossa, nem um "Eu também senti sua falta, Brad"? - o garoto finge estar magoado.

- Eu só vim porque você disse que ia arranjar pra mim, então me desculpa se eu não pareço sociável - dou um sorriso nada simpático.

- Vamos lá, depois eu te dou, beleza? Você mal chegou! - ele diz me arrastando.

Eu realmente não queria ter que esperar mas o Brad é do jeito que é: ou você se contenta ou fica sem.

Vamos para uma sala onde está cheio de pessoas dos mais diferentes estilos: emos, jogadores de futebol, nerds que provavelmente estão em uma festa pela primeira vez, líderes de torcidas e etc.

Me sento no braço do sofá, ainda com minha bebida em mãos, e Brad se senta ao meu lado.

Eu não conheço realmente ninguém, mas o povo parece bem tranquilo e apesar de uma música alta de outro cômodo invadir esse, ainda dá para ouvir tranquilamente a conversa de quem está aqui.

Em uma rápida varredura pela sala, não vejo ninguém que me interesse, então acabo ficando com Brad, mesmo.

alô alô

tô em dúvida, vocês
preferem capítulos
com em média quan-
tas palavras? eu
normalmente faço com
800/1000 e queria
saber com quantas
vocês gostam

Savannah TaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora