Capitulo 1. Infiltrados

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Eu não sabia a onde estava me metendo, mas agora era tarde demais. O sol já se colocava no horizonte azul, dando ao céu uma coloração espetacularmente alaranjada, a cidade de Mônaco com certeza era mil vezes mais bonita vista aqui de cima. O vento morno e fresco assoviava em meus ouvidos e inflava o meu paraquedas, que me dava uma descida lenta e tranquila, o que era bom pois me dava tempo pra esfriar a cabeça e fazer tudo conforme o plano. Eu odiaria ter que improvisar essa noite.

O meu ponto de aterrisagem já estava perto, manobrei o paraquedas habilidosamente pela brisa que me sustentava no ar, mirando bem no centro do térreo do prédio, eu não podia errar, qualquer mudança que fosse nos ventos me tiraria da rota, por isso tratei de me concentrar. O ponto de aterrisagem ficava maior à medida que eu descia, o frio na barriga me incomodava mais meus olhos não despregavam do alvo.

Quase lá. Preparo-me para o impacto, meu corpo todo fica tenso. Vejo o chão se aproximar, enrijeço meus pés e aterrisso perfeitamente no solo. A tensão no peito alivia e enfim posso respirar com mais calma. Uffa não foi tão difícil assim. O paraquedas cai para o lado e murcha logo em seguida. Desafivelo-me de todos aqueles cintos de segurança presos ao meu corpo e desamasso o tecido do terno que eu vestia, não era grande coisa mais serviria para ocasião. Ajustei os pulsos da manga e dei uma checada no relógio, faltavam cinco pras sete, bem em cima da hora. Olhei o redor e não havia ninguém. Ajeitei a mochila nas costas e tratei de me apressar, não tinha mais muito tempo, já estava quase para começar.

Acionando o ponto intra-auricular no meu ouvido, ouço por alguns segundos a interferência do sinal, logo após a voz angelical de Alex ressoa no dispositivo.

- Vermelho na escuta. - disse ela.

- Na escuta gavião.

- Quinze minutos de atraso, olha... Esse e o seu tempo recorde garoto

- Pois e, tive que enfrentar um pequeno congestionamento no meio do caminho, sabe como é. Espaço aéreo. - respondi com sarcasmo.

- É bem a sua cara.

- Mas então, qual vai ser. - perguntei me aproximando da borda do parapeito. As luzes da cidade começavam destacar-se na paisagem. Dava para ver o porto daqui e junto com ele o cheiro do mar. Atrevi-me a olhar para baixo mais me arrependi no mesmo instante. Era tão alto que chegava a dar gastura.

- É só ouvir minha voz que você vai continuar vivo. 

- Convencida...?

- Nem um pouco.

Tive que rir.

- Tudo bem, você é quem manda.

- Assim que eu gosto. Escuta, você tem menos de quatro minutos pra chegar ate lá em baixo, os andares mais altos do prédio estão bloqueados, isso torna impossível tentar chegar lá por dentro, eu ate daria um jeito mas estamos sem tempo.

- Deixa comigo. - peguei minha mochila, abri o zíper e de lá tirei uma corda. Eu sabia que precisaria dela. Sem muito mais tempo amarro a corda na barra do parapeito e prendo as cordas auxiliares na minha cintura, afivelando com força para que não soltem. Enrolo a corda no freio, uma espécie de gancho que soltaria a corda de acordo com a velocidade que eu quisesse. Quase lá.

- A partir do decimo andar às portas e elevadores estão ok. Vou te guiar pelas câmeras que tenho acesso, mas fica de olho, tem um punhado de seguranças rondando por lá.

- Mas alguma coisa? - perguntei colocando minha mochila e passando por cima da barra do parapeito, ficando de cara com o precipício. Aquilo era insano.

A arte de ser um ladrão. (Dark romance gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora