Capitulo 5. No covil dos criminosos

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Atualmente.

Sai do elevador calmamente olhando para os lados percebendo uma intensa movimentação de pessoas naquela imensa cozinha, o falatório era alto e um batuque de panelas e talheres reverberava pelo ambiente, ninguém pareceu notar minha presença, eles estavam mais concentrados em equilibrar as taças em cima das bandejas e deixar os legumes no ponto. O cheiro por outro lado estava ótimo. Segui calmamente por entre os cozinheiros afoitos ate avistar as portas duplas que me levariam ao salão principal.

Quando de repente o brilho ofuscante de uma lavareda de fogo se acendeu bem do meu lado.

- MEU DEUS! - gritei no susto. Levei às mãos a boca imediatamente percebendo que havia chamado à atenção de algumas pessoas que passavam por perto.

Droga. Se era pra passar despercebido acabei pagando mico. Olhei para o lado e vi que era um cara sacudindo uma frigideira flamejante com alguns pedacinhos de carne dentro. Filho de uma... Respirei fundo e me recompus, ajeitei o colarinho do terno e segui andando pela cozinha ignorando os olhares tortos.

Chegando próximo à saída da cozinha, alguns garçons passaram na minha frente com pressa, aproveitei a deixa e segui logo atrás deles. No mesmo instante em que as portas se fecharam atrás de mim, meu olhar se ergueu ao vislumbrar um grandioso salão repleto de pessoas. O salão principal. Enfim eu havia chegado, meu coração acelerou no peito ao ver todas aquelas pessoas ali, não esperava que houvesse tantas nesse evento. Mas isso não seria um problema desde que eu seguisse disfarçado.

Dei alguns passos a frente e estudei melhor o perímetro, o espaço que o salão ocupava era extremamente grande com uma arquitetura renascentista riquíssima em detalhes que dava um tom de realeza ao lugar. Havia muitos lustres suspensos no teto por cordas quase que imperceptíveis ao olhar, isso dava a incrível sensação de estarem flutuando no ar, o ambiente tinha uma iluminação amarelada que contrastava sublimemente com o piso de mármore escuro, tão polido que chegava a espelhar o teto do salão de baixo de nossos pés.

Um pequeno grupo de violinistas tocavam em um palco no canto superior do salão, a dramática melodia que eles reproduziam ecoava por todos os cantos, dando um ar sensual e obscuro ao lugar, mas ao centro alguns casais valsavam lindamente ao som dos intensos acordes, era hipnotizante de se assistir, pois o mármore polido refletia todos os movimentos que eles faziam e isso dava a ilusão de ver um mundo de ponta cabeça depois do piso.

Quem vise assim nem desconfiaria que se tratava de um encontro de assassinos, políticos corruptos, traficantes e integrantes de organizações criminosas... Que sabiam fazer uma festa bem chique aliás. Mas todos estavam ali por um único objetivo, dar o maior lance em joias roubadas extremamente raras e de inestimado valor. Um leilão do crime, digamos assim. É... As aparências realmente enganavam. E eu estava lá para estragar a noite deles.

Eu tinha que por a fase três em ação. Um garçom passou próximo a mim, e eu peguei uma taça de champanhe, comecei a caminha por entre os convidados atento a qualquer olhar suspeito sobre mim, essa gente era perigosa eu não podia subestima-las. O objetivo era se misturar e não chamar a atenção. O que não parecia ser uma tarefa difícil, afinal de contas muitos ali pareciam querer chamar mais atenção do que os outros.

Algumas mulheres, por exemplo, trajavam vestidos ultra transparentes e outras usavam decotes extremamente provocantes e reveladores, alguns homens por sua vez vestiam ternos chamativos e glamorosos, alguns ate rendados. Enxerguei um cara que usava apenas uma calça slim e exibia orgulhosamente suas inúmeras tatuagens pelo peitoral e abdômen sarado, bem vulgar. Sem contar com algumas pessoas que riam e conversavam escandalosamente umas com as outras. Parecia que eu não ia me destacar nem seu quisesse.

A arte de ser um ladrão. (Dark romance gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora