Capitulo 3. A origem de um ladrão. Parte-I

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Alguns anos atrás.

Acho que desde muito pequeno, sempre tive a sensação de que nunca me encaixaria em nem um lugar, mas quem disse que eu ligava pra isso. Cresci em um orfanato, na cidade de Detroit no estado de Michigan ate meus doze anos de idade, quando decidi fugir de lá para conhecer o mundo. E é claro que eu acabei me ferrando. Infelizmente para um pré-adolescente sem pais ou parentes eu acabei me tornando um morador de rua, tive que me virar como pude, roubando comida e batendo carteiras nas ruas. Confesso que acabei me tornando muito bom naquilo.

Aos quinze anos acabei entrando para uma gangue, e lá acabei me jogando de cabeça na vida do crime. Porém, mas do que uma gangue, acabei encontrando neles uma família, pessoas que realmente se importava comigo. E por um momento na minha vida eu sentia que havia encontrado o meu lugar, e mesmo sendo aquele, a sensação de esta entre os seus, era inexplicável.

Não éramos uma gangue violenta, muito pelo contrario a gente era ate que de boa. Éramos conhecidos como, os Dark Boys. Vivíamos do que roubávamos nas ruas, mas a gente sempre queria mais. De carteiras a relógios, começamos a roubar carros e estabelecimentos de luxo. Revendíamos os artigos roubados por um preço bem abaixo do mercado e isso fazia com que o nosso estoque se esgotasse rápido. O dinheiro que lucrávamos com isso começou a bater a casa dos milhões, e a partir dai tudo começou a mudar pra gente. Roubamos joalherias, fabricas, empresas de marcas famosas, cassinos, bancos e ate um museu. Não havia sistema de segurança que não conseguíssemos burlar. Nosso trabalho se tornou profissional, ate mafiosos e magnatas do crime organizado contrataram os nossos serviços. Nós tornamos uma ótima equipe, fazíamos tudo juntos e não deixávamos ninguém pra trás, afinal éramos uma família.

Mas foi em um desses assaltos que tudo virou de ponta cabeça. Sempre concordamos que nunca machucaríamos ninguém em nossas missões, mas aquilo havia sido um acidente. Mas ver aquele segurança caído no chão, derramando sangue pelo peito e pedindo ajuda pra mim, logo pra mim, desestruturou todo o meu emocional. Aquilo acabou comigo. Os outros me puxavam pelo braço e gritavam para eu fugir, os alarmes de segurança disparavam alto e luzes piscavam por toda parte, mas eu simplesmente não conseguia.

Tudo o que eu via eram os olhos daquele cara perdendo o brilho. Foi então que decidir correr ate ele e tentar estancar o seu sangue. Eu ouvia os outros dizerem que era loucura mas eu pouco dava ouvidos, eu fazia massagem cardíaca e chorava ao mesmo tempo, eu não podia deixar aquele homem morrer. Os policiais então chegaram e prestaram os primeiros socorros, logo aquele homem foi levado às pressas para o hospital mais próximo, e eu... Eu fui detido e preso por roubo à mão armada. Os outros fugiram e me deixaram para trás, mas eu não os culpava. Eles fizeram o que tinham de fazer. Foi escolha minha ficar.

Na cadeia recebi a noticia de que o segurança baleado havia sobrevivido. Aquilo realmente me trouxe alivio e paz mesmo estando preso, mas eu ainda me sentia culpado. E foi a partir daquele momento que eu prometi pra mim mesmo que nunca mais faria aquilo. Bem, eu não era muito bom em cumprir promessas, mais eu realmente tentei.

Cumpri um ano e meio de detenção em regime fechado. Foi legal, conheci uns caras bacanas lá. Mesmo sabendo que a maiores deles queria me comer. Foi quando um dia recebi a visita de uma misteriosa mulher chamada Alex Covar, ela era jovem, bela e muito elegante, tinha uma certa malicia no olhar e eu gostava disso.

- William Clark não e? Prazer em conhecê-lo me chamo Alex Covar. - cumprimentou ela estendendo a mão.

Estávamos em uma sala de visitas, sentados em uma mesa completamente a sós.

- O que você quer. - perguntei serio, escorando minhas costas na cadeira e cruzando os braços ignorando completamente seus cumprimentos.

Ela ficou surpresa com a minha atitude, mas pareceu não se ofender. Colocou uma mecha de cabelo a trás da orelha e me encarou.

A arte de ser um ladrão. (Dark romance gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora