Capitulo 7. Dançando com o diabo.

660 57 7
                                    

Levei minhas mãos hesitantemente ate as suas após aceitar o inesperado pedido. O calor de sua palma envolveu a minha em um aperto delicado e singelo fazendo minha pele se arrepiar por baixo do tecido. Umedeci meus lábios com a língua e ele pareceu ter notado isso, pois seu olhar escuro desceu para minha boca. Senti minhas bochechas arderem. O que esse cara pretendia com isso.

- Senhoritas, se nos dão licença. - disse Dominic sem tirar os olhos de mim, passando minha mão para o seu antebraço e me guiando cavalheiramente em direção à pista de dança.

Passei pelo olhar indignado de Charlote no qual ela tentava disfarçar sem sucesso. Olhei de soslaio para as outras e percebi que nem piscavam de tão chocadas que pareciam estar. À medida que nós afastávamos elas iam sumindo em meio aos convidados o que me trouxe um imenso alivio em finalmente me livrar delas.

Voltei meu rosto para frente e olhei disfarçadamente para Dominic que me conduzia elegantemente. Suas costas eram retas e seu peito estufado, cada passo seu requeria dois passos meus para acompanha-lo. Seu queixo era levemente empinado e seu olhar escorregava entre um convidado e outro que passava por nos. Sempre com um pequeno sorriso galante e charmoso. Como ele conseguia ser tão belo? Eu me perguntava. Não pude deixar de notar alguns olhares em nossa direção. Muitos olhares aliais, e ate alguns cochichos. À medida que prosseguíamos as pessoas abriam espaço para que passássemos. O que eu achei muito estranho.

Seu braço vez em quando roçava em meu ombro e isso me causava um misto de sensações estranhas, que faziam cócegas no meu estomago. Eu podia sentir seus músculos tencionados através do tecido do seu terno. Engoli em seco, eram tão rígidos e duros. Tentei manter minha concentração nos casais que valsavam lindamente na pista, mas era difícil manter um raciocínio logico com um cara desses do meu lado.

- Não vai me agradecer? - murmurou ele disfarçadamente em um tom baixo quase sussurrante, mais que chamou a minha atenção.

A principio fiquei sem entender o contexto da sua pergunta. Mas logo me dei conta de que ele só podia estar se referindo ao cerco que aquelas loucas armaram contra mim em plena multidão no qual ele acabou de me salvar. Hum... Agora fazia sentido ele ter me tirado para dançar. De certa forma eu lhe devia agradecimentos, mas como eu já tinha dado uma ótima desculpa para abafar o caso, optei pela descrição. Afinal eu não queira me contra dizer.

- Por...? - tentei me fazer de desentendido.

- Convenhamos que a sua desculpinha para encobrir a indelicadeza das minhas convidadas não foi lá muito convincente. E conhecendo Charlote e a sua trupe, sei muito bem que elas não estavam lhe ''contando curiosidades sobre as peças do leilão''- comentou ele em um tom sutil, sorrindo logo em seguida para um casal que passava por nos.

Meu queixo foi ao chão ao ouvi-lo dizer que a minha ''desculpinha'' não colou. Meu Deus que vexame. Comprimi meus lábios e tentei pensar rápido em alguma coisa para responder.

- Bem, eu não podia simplesmente disser que elas estavam me encurralando e apalpando as minhas nádegas. - decidi abrir o jogo. Ele já tinha sacado mesmo. - elas me rasgariam em pedaços com aquelas unhas de acrílico se eu desse uma de dedo duro. - brinquei por fim.

Ele sorrio largamente do meu comentário me fazendo rir também. Meu deus como ele tinha um sorriso lindo.

- Elas não teriam a audácia de tocar um dedo em você na minha presença. - disse ele me olhando de soslaio. Desviei meu olhar no mesmo instante sentindo um arrepio cruzar minha espinha. - e em relação ao ocorrido, peço minhas sinceras desculpas pela falta de respeito das minhas convidadas. Às vezes elas costumam ser um tanto receptivas demais.

A arte de ser um ladrão. (Dark romance gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora