Capitulo 14. Ação e Reação

265 26 7
                                    

Los Angeles, EUA.

A viajem de volta havia sido longa e cansativa. Desembarcamos no aeroporto pela manhã e com pontualidade o motorista particular de Alex, nos esperava do lado de fora próximo a um luxuoso SUV cinza fosco, pronto para nos levar.

– Parece cansado... – indagou Alex, chamando minha atenção da paisagem ao qual eu observava distraidamente já alguns minutos depois que deixamos o aeroporto.

Percorríamos por uma das principais rodovias que levava a cidade, sob um trânsito constante e moderado. O banco dos passageiros ao qual – eu e Alex – compartilhávamos acento era extremamente espaçoso e revestido por uma espécie de couro sintético cor de creme assim como todo interior do veículo. Fazia um típico sol californiano naquela manhã, tal claridade insistia em transluzir por entre o teto solar e atingir – incomodamente – minhas pupilas minguadas.

– Não preguei os olhos a viagem inteira. – me encolhi dentro do enorme casaco que vestia.

– Precisa descansar um pouco quando chegarmos.

– Eu estou bem. – esbocei um quase sorriso. – Além dos mas, acho que não conseguira fechar os olhos quando deitasse a cabeça no travesseiro.

– Preocupado? – seu olhar era complacente.

– Você não?

Alex respirou profundamente se deixando recair sobre o banco. Seu rosto carregava traços ligeiramente cansados e reflexivos. Momentaneamente, mais reflexivos do que cansados.

– Talvez mais do que eu quisesse admitir... – disse, logo após um breve silêncio. –... Me peguei pensando algumas vezes em uma das últimas coisas que Max falou pouco antes de partirmos...

– Sobre contata-lo caso precise?

– Sobre não conhecer essas pessoas o suficientes para saber que são perigosas...

– Acha que eles não sabiam da existência da irmandade?

– Não até pedirmos informações sobre ela. Talvez isso explique o porquê dos helicópteros militares que você questionou... – Alex me encarou. – Não era apenas exibicionismo como eu pensava. Era proteção. Afinal de contas foram eles que conseguiram as informações, então já sabiam aonde estavam se metendo, mesmo antes de sabermos aonde a gente já tinha se metido. Isso que me preocupa.

– É agora eles conseguiram a façanha de serem completamente invisíveis digitalmente com os códigos do algoritmo que entregamos a eles. Estão mas protegidos do que nunca. – indaguei pensativo. Refletindo em minhas próprias palavras, como se der repente eu me desse conta de algo que havia deixado passar.

– E por falar nisso, tenho que começar a trabalhar em um novo algoritmo, dessa vez mas desenvolvido e aprimorado...

– A quanto tempo você não via o Max...? – a interrompi brevemente.

– A uns seis anos, porque?

– E nunca teve notícias dele desde então?

– Aonde quer chegar com essas perguntas William...? Acha que o Max tem alguma coisa a ver com isso?

– Não que ele ou a Cyber Ativistas tenham alguma coisa a ver com isso, mas você já parou pra pensar que eles hackearam seu celular e nos rastrearam.

– Ele explicou o porquê disso...

–  Sim, mas agora eles sabem as nossas verdadeiras identidades e onde moramos. Quem pode garantir que eles não invadiram o nosso firewall e hackearam o nosso sistema também...?  Podem ter informações nossas, ou pior, podem negociar informações nossas e nunca saberíamos. Fomos expostos.

A arte de ser um ladrão. (Dark romance gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora