Capítulo 4

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Allison foi mais uma vez em busca de Henry em um dos rachas, mas dessa vez não o encontrou. Pensou em ligar para saber se havia acontecido algo, mas hesitou. Havia ido com um propósito, que era encontrá-lo para dizer a verdade, mas resolveu ir embora, não tinha porque ficar ali. Quando ela entrou em seu veículo para ir embora, ao olhar para frente pôde ver CJ bem na frente do carro. Por uns instantes ela até pensou em dar partida e passar por cima dele, mas não ia sujar seu nome dessa forma. Ela ficou ali por longos minutos o encarando, sem sair do carro, esse por sua vez deu um sorriso cínico de canto e saiu da frente do carro a deixando ir. Allison deu partida, e deu uma leve acelerada passando por ele bem devagar, até que ela pisou fundo no acelerador e saiu arrancando dali.
 
- Oie, achei que estivesse dormindo. - Cumprimentou Allison ao abrir a porta e ver Isadora deitada num pequeno sofá que havia ali enquanto via TV.
 
- Eu estou com sono, mas ela não me deixa dormir. Ela não para de mexer. - Respondeu a olhando.
 
- Sério? - Allison aproximou-se e ajoelhou-se próximo a ela. Isadora ergueu sua blusa deixando sua barriga amostra e passando uma de suas mãos sobre a mesma.
 
- Olha só... - Disse mostrando a ela onde Lindsay mexia. Allison olhava atenta.

 - Nossa, ela está mexendo mais do que das outras vezes

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- Nossa, ela está mexendo mais do que das outras vezes. - Comentou dando um leve sorriso. Logo ela pousou a cabeça sobre a barriga de Isadora e com uma das mãos começou a acaricia-lá. A outra por sua vez começou a fazer cafuné em sua cabeça. - Ei Lind, falta pouco pra você sair daí. O mundo está um caos, mas eu prometo estar sempre aqui com você, por você. A mamãe é chata as vezes, mas não leva em conta, ela só quer nos proteger sempre. Já está tarde, você podia ir dormir e deixar ela descansar um pouco também. Eu só vou tomar um banho, e vou deitar com vocês, está bem? A mamãe já vem.
 
Allison pousou um beijo sobre a barriga de Isadora, logo em seguida pousou um beijo rápido em seus lábios e então seguiu para o banheiro. Isadora ficou ali pensativa, achava incrível a forma com que Allison lidava com toda situação, quer dizer... Ela podia simplesmente ter dado um pé em sua bunda e caído fora, mas não. A cada dia demonstra a ela o quanto a ama, o quanto está feliz com essa nova fase, essa nova idéia. E com isso, seu medo de perdê-la aumenta cada vez mais. Seu amor por ela chega a doer, de tão intenso. Tem medo de como tudo pode mudar depois que Lindsay nascer, Allison é aventureira, gosta de fazer loucuras, e teme que esteja sendo um fardo para ela. Com todos esses pensamentos, todos os sentimentos nos últimos dias, sua gestação chegando ao fim, seus hormônios a flor da pele, ela deu-se a chorar. Estava emotiva e odiava quando ficava assim, porém para ela era melhor do que quando está com raiva de tudo sem motivo algum.
 
- Ei o que houve? - Questionou Allison ao sair do banheiro e vê-la chorando. Ela aproximou-se e a abraçou. - O que foi meu amor? Está com dor? É algo com a Lind? Você está bem? - Disparou preocupada.
 
- Eu... Eu estou bem... É só que... Eu... Tenho tanto medo... De perder você. - Respondeu entre pausas enquanto chorava.
 
- Não, você não vai me perder meu amor. Eu estou aqui, sempre vou estar. - Repreendeu ela. - Estamos numa fase tão gostosa, as vezes a ficha não cai, mas... Cara vamos ser mães, vou ter que ter mais responsabilidades, deixar um pouco de lado essa mania louca que eu tenho de viver me arriscando. Mas isso não é ruim, isso é algo bom. Eu te amo demais, e me pergunto como é possível? Como eu posso amar tanto um ser que eu nem conheci ainda. - Acrescentou referindo-se ao bebê. - Ela me ganha cada vez mais a cada dia, eu estou nessa loucura com meu pai, mas eu prometo que vai acabar logo, eu estou me preparando para contar a ele. E vai ficar tudo bem, eu espero... Já que não sei como vai ser a reação dele. Mas eu vou fazer o quanto antes, quero voltar logo pra casa, pra gente terminar o projeto do quarto da Lind. Temos dois quartos pra decorar, eu ainda acho que devia vir morar comigo. Mas tudo bem, tudo no seu tempo. - Ela deu um leve riso. - Eu te amo minha Estressadinha. Eu amo muito vocês.
 
- Eu te amo tanto! - Disse a abraçando mais forte.
 
Horas depois...
 
Allison corria rapidamente por uma escadaria de um prédio enquanto estava sendo perseguida. A cada vez que subia ela se via sem saída. Até que finalmente chegou ao Heliporto, o vento deixava seus cabelos esvoaçantes, na tentativa de tentar voltar deparou-se com CJ.
 
- Onde pensa que vai? - Questionou dando um leve sorriso cínico.
 
Os dois entraram em luta corporal, eram socos na costela, socos no rosto. As vezes ele caia, outras vezes Allison caia. Eles não se deram conta, mas estavam cada vez mais chegando perto da beirada do prédio. Até que ao receber mais um soco no abdômen Allison deu alguns passos para trás e caiu deitada sobre a grade de proteção lateral do Heliporto. Seu coração gelou ao virar um pouco de lado e ver as pessoas pequenininhas lá embaixo. Precisava sair dali, mas não, CJ foi pra cima dela outra vez, e a luta corporal passou a ser em cima da grade. Estavam prestes a cair, eles rolavam sobre ela entre socos, e chutes. Até que pega de surpresa, a grade se soltou e Allison despencou lá de cima, gritando desesperadamente.
 
- ALLISON!! - Gritou Isadora a fazendo dar um pulo sobre a cama. Essa estava meio desnorteada, olhando em volta. - Você estava gritando enquanto dormia, está tudo bem? Está ofegante.
 
- Eu... Eu estava no alto de um prédio e... Foi tão real. - Respondeu a deixando confusa.
 
- Foi só um pesadelo, está tudo bem, você está aqui comigo. - Disse acariciando o rosto dela. - Só... Fica longe de prédios? - Pediu a olhando com pesar. Allison a abraçou forte. Então seu celular começou a tocar e Isadora estendeu uma das mãos o pegando. - É seu pai. - Revelou afastando-se um pouco e a entregando.
 
- Allison? - Indagou ele do outro lado da linha ao perceber que ela atendeu.
 
- Oi Henry, aconteceu alguma coisa? - Questionou ela após se recompor do susto.
 
- Eu tenho uma coisa pra você, será que pode me encontrar daqui vinte minutos?
 
- Claro, onde?
 
- Vou te enviar o endereço. Até logo. - Disse finalizando a chamada em seguida.
 
- O que ele queria? - Questionou Isadora curiosa.
 
- Que eu encontre ele... É agora Isa, eu vou contar a ele toda a verdade. Me deseja boa sorte.
 
- Sério? Leva a Lice com você, isso tem que ser feito por vocês duas. - Aconselhou.
 
- Está certa, eu vou chamar a Triz pra ficar com você e vou com a minha irmã ao encontro dele. No caminho eu penso como vou fazer isso.
 
Alice concordou em ir com Allison ao encontro de Henry, no caminho fizeram vários planos para colocar em prática quando chegassem lá. Ambas estavam ansiosas, sentiam um frio na barriga, um certo desconforto, era como se fossem enlouquecer a qualquer momento. Mas respiravam fundo a cada cinco minutos para controlar as emoções. No fundo, tinham medo da reação dele.
 
- Oi... Nossa o que houve com o seu rosto? - Questionou Allison ao entrar no local combinado e vê-lo. Parecia uma garagem enorme, haviam uns três ou quatro carros de corrida ali, umas pessoas conversavam num canto enquanto mexiam em um notebook e mexiam em um dos veículos.
 
- Tive um pequeno desentendimento com os capangas do pai do CJ. - Revelou. - Está melhor agora, ontem estava pior. - Acrescentou dando um leve riso.
 
- Por isso não foi ao encontro de carros... - Pensou alto. - Henry a gente precisa conversar.
 
- É então, eu estava um pouco machucado... - Comentou a fazendo perceber que havia pensado alto. - Pode falar. - Respondeu subindo umas escadas que havia ali indo pra parte de cima do mezanino. Allison foi logo atrás.
 
- Você disse que teve alguém há alguns anos atrás, como foi? - Questionou o deixando confuso com sua pergunta. Achava que ela queria falar a respeito de carros. Mas ele respirou fundo, curvou-se apoiando os seus antebraços na grade de proteção e fixou seu olhar na porta lá embaixo. Henry nunca estava preparado para tocar nesse assunto, mas ele sentia-se mais a vontade para falar sobre com Allison, afinal construíram uma amizade nos últimos dias.

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