Amor Sem Limites II

Capítulo 16

Allison havia chamado mais uma vez o cara que havia vendido a arma pra ela, precisava de mais algumas coisas. Essa guerra havia começado por causa dela e ela era quem queria acabar com isso. Não aguentava mais ver seus amigos partirem de forma cruel, e depois de saber a verdade, seu ódio por CJ só aumentou. Ela ainda não havia se pronunciado a respeito da morte de Chucky. Seu pai tentou falar com ela, foi até sua casa, mas não conseguiu. Alice também tentou, e foi em vão. Logo depois foi sua mãe e também não teve sucesso. Beatriz resolveu tentar, mas não conseguiu também. Até mesmo Isadora, mas Allison não atendeu ninguém. Depois de tomar seu banho e receber o rapaz das armas, ela se trancou em seu quarto escuro e ficou horas ali sozinha, chorando. Precisava desfazer os nós que haviam se formado em sua garganta. Ela odiava chorar na frente dos outros, por isso preferia ficar sozinha. Suas lágrimas duraram longas horas, a noite chegou e ela mal havia visto, pois seu quarto estava todo fechado. Pode ter durado horas, mas ela sabia que o sofrimento duraria anos ou a vida inteira. Seu luto seria eterno.
 
- Allison!! - Ela pôde ouvir chamar. Conhecia aquela voz, era Lis, quem ela menos esperava que fosse aparecer. Até porque para ela, Lis não queria falar mais com ela de jeito nenhum depois do ocorrido com CJ. - Eu sei que todos vieram aqui e você não atendeu ninguém. Mas eu não vou sair daqui até você abrir a porta, trouxe um cobertor, está no carro. Vou dormir na frente da sua casa se for preciso, até você resolver abrir a porta. Você sabe que eu não vou sair daqui, não sabe? Allison!! - Exclamou num tom mais alto. E para a surpresa de Lis a porta se abriu revelando uma Allison abatida, com seus olhos inchados. - Oh meu Deus Alli! - Exclamou a abraçando forte. Allison a abraçou também e a puxou para dentro fechando a porta em seguida. Então a soltou e a olhou. - Todos vieram aqui, por que abriu pra mim?
 
- Porque eu também preciso falar com você, já tem uns dias, lembra? - Respondeu a olhando.
 
- Desculpa por por não atender as suas ligações, eu precisava de um tempo pra organizar toda confusão dentro de mim e...
 
- Tudo bem Lis, não precisa se explicar. Eu que quero te pedir desculpas, por absolutamente tudo o que eu já fiz com você.
 
- Não Alli...
 
- Me escuta, por favor. - Insistiu a olhando. - Me perdoa por tudo. A verdade é que a gente nunca deu certo porque você sempre foi demais pra mim. Sempre atenciosa, carinhosa, sempre ao meu lado, amiga, companheira... E eu só sabia te usar e depois pisar em você. Me arrependo tanto disso, você nunca mereceu um terço do que te fiz passar Lis. Sei que já fiz isso antes, tentar me desculpar por tudo. Mas eu preciso fazer de novo. - Allison a olhava nos olhos. - Você é simplesmente incrível, eu nunca mereci você na minha vida. Sempre fui tão idiota, tão tola e imbecil com você e você continuava lá o tempo todo, me amando. Por que? Eu sinto muito por tudo, de verdade. Saiba que se algo acontecer comigo você sempre será uma das melhores pessoas que já conheci na minha vida. Eu não merecia e tive esse prazer imenso, agradeço a Deus por isso. Eu torço demais para que você e Sam deem muito certo. Ela te ama muito Lis, e pode te dar tudo aquilo que eu não fui capaz. Jamais perca esse brilho que você tem, esse coração enorme, essa vontade de sempre querer ajudar ao próximo, de fazer sempre o bem. Jamais deixe de ser essa pessoa incrível e maravilhosa que você é. - Allison aparou uma lágrima com sua mão. - Acho que Samantha te explicou toda a história e o porquê fomos a sua casa daquele jeito. Eu jamais me perdoaria se algo acontecesse a você por minha culpa. CJ pediu que eu te machucasse outra vez e me neguei a isso. Eu jamais faria isso de novo, eu só quero que seja feliz, quero o seu bem. E acima de tudo agradecer por ter ficado sempre aqui do meu lado, mesmo distante. Sei que pode ser um pouco tarde, mas a partir de hoje eu quero que você tenha a minha melhor versão sempre, era o que eu devia ter feito há muitos anos atrás, desde que te conheci. Devia ter te entregado o melhor de mim, mesmo que no fim a gente não desse certo mesmo assim. Me perdoa por tudo... - Finalizou chorando. Lis segurou em uma de suas mãos e a puxou para um abraço.
 
- Está tudo bem Alli, já passou. Eu te perdoo por tudo. - Disse enquanto a abraçava. -  Obrigada pela sinceridade e por não ter me machucado outra vez, se tentasse, sério você levaria uns tapas. - Comentou num tom divertido. Allison deu um leve riso a olhando em seguida. - Sinto muito pelo Stefan e pelo seu amigo também. Agora você precisa reagir Alli, todos estão preocupados com você. Prometo não dizer nada sobre abrir a porta pra mim e não pra eles, se não já viu né. - Acrescentou dando um leve riso. - Não quero causar intrigas, então por favor também não diga nada. Estão todos na casa da sua mãe, vai lá ver eles. Você não está sozinha, nós sempre vamos estar aqui. - Finalizou pousando um beijo na bochecha de Allison. Essa por sua vez segurou seu rosto com as duas mãos e pousou um beijo em sua testa. E colando sua testa a dela respirou fundo a olhando nos olhos.
 
- Obrigada por vir. Eu precisava mesmo falar com você. - Agradeceu Allison num sussurro.
 
- Não precisa agradecer. - Disse em resposta. - Agora se troca e vai lá. - Incentivou mais uma vez.
 
Estavam todos reunidos na casa de Clarisse como Lis havia dito, eles conversavam entre eles procurando uma forma de fazer com que Allison deixasse alguém entrar. Alice tinha a chave da porta, mas dessa vez não quis ser evasiva, não queria invadir o espaço da irmã. Por mais que estivesse extremamente preocupada e sentindo o quanto ela está mal com tudo. Preferiu não dizer a ninguém que tem a chave, pois conhecendo Allison como ela conhece, sabia que ela também precisava ficar sozinha as vezes. Era como gostava de ficar por um tempo, dentro de sua bolha, no seu mundo, sem ninguém por perto. Só de saber que estavam ali pro que ela precisasse sem ter que se explicar pra ninguém já era suficiente.
 
- Oh meu Deus Alli! - Exclamou Clarisse indo até ela ao vê-la atravessar o Hall de entrada. Logo todos levantaram-se e foram até ela lhe dando um abraço coletivo, todos exceto Isadora que havia recebido uma mensagem anônima há poucos minutos. E ainda muito abalada Allison chorou novamente, levou alguns minutos até ela se recompor. O pessoal foi se afastando para deixá-la respirar. Logo Allison percebeu que Isadora estava estranha.
 
- O que foi Isa? - Questionou a olhando.
 
- Vem abraçar ela mona. - Disse Beatriz olhando para a amiga.
 
- Onde você estava? - Questionou Isadora olhando para Allison, todos olhavam para ela sem entender. Pois há pouco ela havia dito que queria muito poder abraçá-la, e agora que ela estava ali não o fez.
 
- Como assim onde eu estava? Eu estava em casa. - Respondeu a olhando.
 
- Sozinha? - Devolveu com outra pergunta. Allison ficou quieta. - Fala! - Insistiu. - Você não deixou ninguém entrar Allison, ninguém. Nem mesmo sua mãe ou sua irmã, que você diz serem as pessoas mais importantes da sua vida. Você não deixou NINGUÉM da sua família entrar. - Disparou dando ênfase à palavra “Ninguém”.
 
- Eu precisava ficar sozinha Isa. - Debateu.
 
- Se precisava tanto ficar sozinha, por que deixou Lis entrar? E que porra é essa aqui? - Questionou mostrando o celular para ela. Allison franziu o cenho ao ver a foto, na fotografia ela estava beijando a boca de Lis, mas não foi isso que aconteceu lá.
 
- Não... Não Isa, isso não é verdade! - Exclamou a olhando.
 
- Que merda é essa? - Agora era Samantha que pegou o celular de Isadora para ver a foto. - O que ela foi fazer lá?
 
- Você estava com ela sim ou não? - Questionou Isadora com seus olhos marejados. Allison engoliu a seco, o que Lis queria evitar acabou acontecendo mesmo sem elas dizerem nada, alguém estava armando e ela sabia quem era.
 
- Não... Quer dizer... Ela foi até lá sim e eu deixei ela entrar, mas porque eu também queria muito falar com ela há dias, desde quando CJ fez mal a ela. - Respondeu gesticulando. - Mas eu não a beijei Isa! Quer dizer, beijei... - Nesse instante Isadora e Samantha juntaram as sobrancelhas numa expressão não muito amigável. Os demais olhavam sem se intrometerem. - Beijei, mas não foi na boca. Isso daí é montagem, eu dei um beijo na testa dela. Gente pelo amor de Deus! - Concluiu em sua defesa. - Sam, você sabe melhor que ninguém quem está querendo me ferrar.
 
- CJ? Foi o CJ que me mandou isso? Tudo agora é a porra do CJ? - Debateu Isadora nervosa. Ela não estava bem psicologicamente depois de ter que se afastar de Allison e também com a morte de Stefan. - Eu precisei de você Allison, não sabe o quanto desejei que você passasse por cima de toda essa loucura e fosse me ver. Perdi o Stefan, ele era um grande amigo e eu precisei de você...
 
- EU TAMBÉM PERDI AMIGOS!! - Gritou Allison mudando sua expressão como da água pro vinho. Estava esgotada com tudo isso. - EU TAMBÉM SENTI A MORTE DO STEFAN, PERDI O CHUCKY. E NÃO SABE O QUANTO ME SINTO CULPADA POR TUDO. MESMO SABENDO QUE CJ NÃO SABIA QUE STEFAN TINHA ALGUMA LIGAÇÃO COMIGO. EU TAMBÉM PRECISEI DE ALGUÉM...
 
- Precisou? Mas escolheu ficar sozinha. Porque olha que engraçado TODO MUNDO foi lá ficar com você, te dar apoio e você sequer abriu a porta. Ah não, espera... Você abriu a porta pra Lis. Não abriu pra sua família, mas abriu pra Lis. Não falo isso por mim Allison, deveria ao menos ter aberto pra sua mãe que estava assim como nós extremamente preocupada com você. - Disparou ao interrompê-la. - Espera... - Ela passou uma das mãos nos cabelos raciocinando o que Allison disse há pouco. - Se sente culpada pela morte do Stefan mesmo sabendo que CJ não sabia da sua ligação com ele? Foi o CJ? Ele matou o Stefan? - Novamente Allison ficou quieta. - Acho que isso é um sim. Filho da puta, desgraçado!! - Exclamou irritada começando a chorar. Allison foi até ela. - Não! - Repreendeu Isadora. - Não encosta em mim. - Acrescentou pegando seu celular da mão de Samantha e saindo dali rapidamente. Samantha foi em direção ao Hall de entrada.
 
 
- Onde vai Sam? - Questionou Beatriz.
 
- Esse desgraçado passou dos limites. Vou voltar pro departamento e só saio de lá com uma ordem de prisão. - Murmurou irritada. Então ela continuou andando e logo se retirou da casa. Beatriz pousou um beijo rápido nos lábios de Alice.
 
- Preciso ir também amor. - Disse a olhando.
 
- Toma cuidado pelo amor de Deus! - Pediu a olhando com pesar. Beatriz assentiu com um aceno de cabeça e foi atrás de Samantha.
 
- Ei Agente MacLee! - Chamou Beatriz ao alcançar Samantha no jardim da casa. Samantha parou a olhando. - Vamos acabar com esse desgraçado. - Acrescentou.
 
- Só se for agora agente Kosmann. - Respondeu abrindo a porta de seu carro e entrando no mesmo.
 
Allison sentou-se no sofá em forma de “U”. Havia se formado um silêncio entre os que restaram na casa de Clarisse. Mas Alice resolveu quebrá-lo para tentar amenizar o clima tenso de minutos atrás.
 
- Sinto muito pelo seu amigo Alli. - Disse a olhando. - Não vai atrás de Isadora?
 
- Eu estou com muita, muita raiva, se eu for agora de cabeça quente vamos acabar discutindo feio e eu não quero isso. Prefiro esperar que ela se acalme. - Murmurou a olhando. - A Triz te contou como foi Lice? Eu preciso saber, como aconteceu. - Respondeu. - Perguntaria a ela se não tivesse ido com a Sam.
 
- Ela me contou sim, mas só contou porque estava em choque com o que houve, até porque ela presenciou tudo. A gente prometeu não trazer trabalhos pra casa, mas ela disse que não estava em serviço, que só foi atrás dele porque você pediu. - Disse comprimindo os lábios. - Acredito que se tivesse perguntado a ela quando ainda estava aqui, ela te diria também, por ele ser seu amigo. - Allison a olhava com atenção, mas logo desviou o seu olhar pro vazio. - A Bia disse que foi atrás deles como você havia pedido, já estava perigoso onde estavam, quando CJ entrou numa avenida movimentada então, ficou ainda pior. Estavam todos em alta velocidade, até que mais a frente estava tendo uma obra na avenida, ela disse que por pouco CJ conseguiu desviar de um caminhão guincho que estava parado com sua rampa abaixada. Mas Chucky não havia visto, ele foi em cheio, seu carro saltou sobrevoando parte da obra e quando voltou a avenida deu de frente com outro veículo. O carro de Chucky mergulhou no parabrisa do outro, ambos morreram na hora com o impacto. A Bia conseguiu frear e impedir que mais carros batessem uns contra os outros. - Finalizou Alice. Allison estava perdida em seus devaneios, todo esse relato a fez lembrar do pesadelo que teve. Agora entendia o que Chucky fazia em seu pesadelo. Não queria perder mais amigos, não queria perder ninguém da sua família. E pra isso acontecer estava disposta a enfrentar CJ cara a cara se fosse preciso. Seus olhos encheram de lágrimas e logo algumas percorreram seu rosto. Allison as secou com as mãos e respirou fundo. Vendo isso Alice sentou bem ao lado dela e a abraçou forte.
 
- Eu sinto muito. - Disse entre o abraço.
 
° ° °
 
No dia seguinte todos estavam naquela tarde no funeral de Chucky, estava tendo uma cerimônia no cemitério. Seu caixão estava lacrado, pois segundo informações sua aparência não havia ficado das melhores. Allison chorava em silêncio, estava de óculos escuros, mas mesmo assim muitos notavam sua dor em perder mais um amigo.
Quando chegou a hora de abaixar o caixão, ela lançou uma rosa branca sobre o mesmo e pouco depois quando já havia terminado, ela ainda ficou ali uns minutos fitando a lápide dele.
 
Minutos depois ela foi pra casa após se despedir dos pais de Chucky, ao chegar foi direto pro quarto, precisava de um bom banho. Ela entrou no banheiro e se despiu, jogando tudo no cesto em seguida e entrando no box ela ligou o chuveiro e deixou que a água quente percorresse todo o seu corpo da cabeça aos pés. Ali ela se permitiu chorar uma última vez para por todo aquele sentimento ruim para fora, e quando se viu aliviada esse sentimento deu lugar a raiva e vingança. Minutos depois ela saiu do banho, tirou a toalha de seu cabelo e penteou o mesmo, em seguida ela saiu do banheiro e entrou no closet. Pegou umas peças íntimas e começou a se vestir.
 
Allison vestiu uma calça militar preta, com bolsos nas laterais, ajeitou seu cinto e depois sentou-se em um puff que havia ali, e pegando seu supra vaider branco colocou as meias e o calçou ajeitando os cadarços em seguida. Depois ela levantou-se e abriu um compartimento falso em seu closet, e pegando uma bolsa preta a colocou sobre o puff e abriu. Ela pegou um coldre de perna e o ajeitou, travando o fecho em sua cintura e em sua coxa, em seguida pegou sua glock 9mm certificou-se de que estava carregada e colocou no coldre. Pensativa ela pegou outro acessório e colocou o adaptando em seu corpo como fez com o coldre, então pegou uma camiseta branca lisa e vestiu, dobrando as mangas curtas em seguida. E voltando a bolsa ela pegou outra glock e certificando que também estava carregada a colocou na parte de trás da sua cintura. Para finalizar ela passou desodorante e um de seus perfumes e pegou uma jaqueta de couro preta a vestindo logo após. Em poucos minutos ela estava na garagem subterrânea da sua casa, e escolheu seu Dodge Charger R/T 1970 para sair aquela noite. Antes de entrar no carro ela recebeu um áudio da mãe de Chucky, o que achou estranho, e deu play para ouvir.
 
“Mãe de Chucky: Oi Allison, Chucky não tinha muitos amigos e eu fiquei muito feliz quando soube que ele havia feito amizade com você. Se soubesse como ele ficou transtornado quando aquele homem fez aquilo com você, veria o quanto ele gostava de você de verdade. No decorrer dos dias eu vi que ele estava cada vez mais apegado a você, dizia o quanto você fazia falta nos rachas que ele participava. As vezes falava até em ir a sua casa, mas depois mudava de idéia, pois não queria incomodar. Onde eu quero chegar com tudo isso? Admiro que ele tenha feito amizade com uma pessoa incrível como você, de coração bom, e que realmente se preocupava com ele. Eu ia conversar mais com você no cemitério, mas como viu eu não estava em condições. Dizem que meu filho morreu na hora com o impacto, mas não foi bem assim, os poucos e últimos segundos que ele tinha ainda vivo, ele usou para me enviar um áudio e eu acho que você merece ouvir também. Acredito que só então, segundos depois o seu tempo acabou e ele veio a falecer. Até porque sabemos que o choque e a forma com que tudo aconteceu foi muito intenso, muito forte. Fico feliz em saber que ele confiava muito em você e que tenha lhe deixado o que para Ele era de grande importância. Se cuida minha menina, não dê chances para esse mundo cruel acabar com você. Um forte abraço e quando quiser vir aqui em casa, as portas estarão sempre abertas. Obrigada por ter sido amiga do nosso filho querido.” Ao finalizar esse áudio Allison tremia, suas mãos tremiam, seus olhos estavam marejados, e seu coração doía. E sem chão, com o seu mundo destruído ela deu play no outro áudio que a mãe de Chucky havia mandado.
 
“Mãe... - Ele deu um suspiro. - Infelizmente eu... Não vou voltar pra casa... - Dizia entre pausas, podia se ouvir gemidos de dor. - Me perdoe por isso... Já que... Sempre que saia... Prometia voltar... Quero te pedir uma coisa... Não desista da vida... Só porque eu parti desse plano... Ainda estarei ao seu lado como sempre estive... Só que dessa vez em uma dimensão melhor... Eu espero... - Ele deu um leve riso, seguido por outro gemido de dor. - Lembra da Allison?... Quero que entregue... Todos os meus carros a ela... Ela vai saber o que fazer... Assim como eu, ela também... É apaixonada por adrenalina... E por esses tipos de carros... Não vejo ninguém melhor que ela.... Pra ficar com eles... Quanto a senhora e o papai... Não os deixarei desamparados... Tem uma quantia boa em dinheiro... Na minha conta... Lembra do cofre que te mostrei também né?... Que eu dizia que se algo acontecesse comigo... Era tudo de vocês... E a senhora disse que eu não iria primeiro que vocês... E não ia precisar mexer... Infelizmente chegou o momento... - Acrescentou com a voz embargada. E completou entre o choro. - Eu amo muito vocês... Não se esqueçam disso... Me... Perdo...”
 
O Audio Finalizou antes dele terminar a frase, Allison acredita que nesse instante ele deu seu último suspiro e soltou o botão de áudio, vindo a falecer e automaticamente o áudio foi enviado a sua mãe. Allison respirou fundo e levou uma das mãos aos olhos, dando-se a chorar novamente desconsolada. Levou alguns minutos para ela se recompor. E a única coisa que ela conseguiu enviar para a mãe de Chucky naquele momento foi “Eu vou passar aí pra gente conversar. Obrigada por me mostrar isso.” e respirando fundo mais uma vez, ela limpou seu rosto e entrou no carro. E novamente a raiva, o desejo de vingança invadiu seu corpo. E dando partida, ela apertou o botão para abrir o portão, e saiu dali arrancando com o carro.
 
- E quanto a ordem de prisão que eu pedi? - Questionou Samantha em um dos corredores do departamento do FBI.