Capítulo 3

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A corrida foi acirrada, quando chegaram a reta final, CJ esmurrava o volante, pois havia perdido a corrida. Allison parou o carro e quando saiu do mesmo foi invadida por pessoas eufóricas que gritavam, batiam em sua mão em comemoração, a abraçavam. Porém quando ela menos esperava CJ aproximou-se tão rápido por entre as pessoas e a golpeou no rosto, pegando todo mundo de surpresa. De repente um silêncio se fez, Allison se recompôs e o encarou.
 
- O que foi? Não sabe perder? - Questionou o provocando após cuspir um pouco de sangue no chão. - Você disse que estava louco pra se apresentar pra mim através da corrida, veja só, ela acabou e eu ainda não faço idéia de quem você seja.
 
- Quer saber mais? Eu posso te dar outro desse. - Respondeu referindo-se ao soco. Ao ouvir isso Henry quase parte pra cima dele, mas foi impedido pela mão de Allison.
 
- Cara que papel ridículo, você acabou de me dar um soco na cara porque não sabe perder. Se já estava feio porque perdeu a corrida, agora ficou pior por ter batido em uma mulher. - Disse o encarando. - Aqui! - Exclamou jogando a chave do carro de volta para Henry e saindo andando em seguida.
 
- Ei, Allison! - Chamou ele indo atrás dela. Mas Allison ignorou, mesmo que ele fosse quem ela estava procurando, mesmo ele sendo o motivo pelo qual ela estava em Tóquio. Ela estava com raiva, muita raiva, e não queria explodir, não podia explodir. Havia prometido a Isadora que ficaria bem, então não podia se envolver em nada ruim, por ela e por Lindsay. - Allison espere! - Chamou outra vez agora longe das pessoas. Allison parou e o olhou. - Precisa por um gelo nisso aí.
 
- Acho que sei me cuidar. - Respondeu o olhando.
 
- Ainda te devo um celular. - Lembrou.
 
- O que faz aqui? Você foi de empresário a corredor em poucas horas. - Questionou.
 
- Sou como você Allison, sou apaixonado por adrenalina. Será que a gente pode conversar? - Propôs.
 
- Pode ser. - Respondeu dando de ombros.
 
Henry voltou para pegar seu carro e logo em seguida pegou a Allison e saíram juntos dali. Ele a levou a um lugar diferente e desconhecido por ela, aparentava ser um restaurante. Ao chegarem ele pediu umas coisas para comer, ao perguntar se ela queria algo, Allison não quis. Apenas pediu uma bolsa de gelo para por no rosto, em poucos minutos já havia um hematoma no canto de sua boca.
 
- Você não é daqui é? - Questionou ele enquanto comia.
 
- Seattle. - Respondeu o olhando.
 
- Eu era de lá, mas aí apareceram umas oportunidades e aqui estou.
 
- Que oportunidades? - Questionou demonstrando interesse no assunto.
 
- Corridas maiores, muito mais dinheiro. Foi assim que construí o meu império. Hoje eu tenho uma empresa e a noite eu só corro pra me livrar do estresse diário, além de ser uma paixão claro. - Allison o ouvia falar sobre ele e a medida que ele falava, ela ficava cada vez mais surpresa com a semelhança de ambos. Não só fisicamente, mas também na vida. A mesma paixão, a mesma forma com que cresceram. - Aquela é sua namorada?
 
- É sim.
 
- E pelo que vi está grávida, parabéns. - Parabenizou sorrindo.
 
- Obrigada! - Agradeceu ela. - E você, tem alguém? - Ele parou uns instantes, e ficou um pouco pensativo.
 
- Eu tive, há alguns anos atrás. É uma longa história. Como esta seu rosto? - Desconversou ele a fazendo ver que ele não queria tocar no assunto.
 
- Melhor... Eu preciso ir. - Respondeu levantando-se.
 
- Eu te levo. - Disse levantando-se também e tirando um dinheiro da carteira, ele deixou umas notas sobre a mesa para pagar o que havia pedido e saiu com ela do restaurante.
 
- Não precisa me levar, eu consigo chegar.
 
- Olha, tendo em vista que deve estar há poucos dias aqui, vai demorar bastante pra chegar ao hotel sem conhecer bem por onde anda. Eu te deixo lá, não será problema nenhum pra mim. - Insistiu entrando no carro e aguardando ela entrar também. Allison logo deu a volta no carro e entrou no mesmo.
 
° ° °
 
No dia seguinte, Allison acordou no susto ao ouvir Isadora a chamando. Essa a balançava sem parar sobre a cama para que ela acordasse. E em um solavanco ela sentou-se, assustada achando que já estava na hora de Lindsay dar as caras, mas o desespero de Isadora era outro.
 
- O que é isso no seu rosto Alli? - Questionou ao ver que ela havia despertado.
 
- Ah tá, é isso... Nossa achei que a bolsa tinha estourado. - Resmungou jogando-se para trás na cama, deitando-se novamente.
 
- O que houve ontem? - Insistiu ela com seus questionamentos, estava preocupada.
 
- Um idiota me bateu, só isso. - Murmurou com sua voz ainda sonolenta.
 
- Por que não me acordou quando chegou?
 
- Pra que? Você estava dormindo tão bem, ia perder o sono por uma bobagem. Vem, deita aqui comigo, vamos dormir mais um pouco. - Sugeriu.
 
- Vou pegar gelo pra você por nisso aí.
 
- Eu coloquei ontem, não esquenta amor. Está tudo bem, foi só um mal entendido. Inclusive, o meu pai me trouxe pra cá, acredita? - Revelou a pegando de surpresa.
 
- O que? Como assim? Ele estava lá? - Disparou confusa. - Tem um pacote pra você, o rapaz da recepção deixou aqui. Está assinado com o nome do seu pai. - Ao ouvir isso, Allison levantou-se rapidamente e foi até o pacote para ver. Logo o pegou em mãos, e tirou o envelope que estava colado no mesmo.
 
Como você não me ligou, eu mesmo tomei a decisão de comprar o celular e te enviá-lo. Espero que ajude, já que ficar sem celular hoje em dia é péssimo.
 
Atenciosamente Henry McCall. “
 
Leu ela em voz alta para Isadora ouvir. Allison abriu a caixa para ver o celular, e se tratava de um IPhone, um dos últimos lançamentos. Ela o arrumou colocando todos os seus dados do antigo e em seguida chamou Alice e Beatriz para contar a elas que havia encontrado ele e todos os detalhes das últimas horas. Inclusive o que houve no racha, deixando Isadora assim ciente do que aconteceu.
 
- Não sei porque, mas estou sentindo que esse tal de CJ ainda vai dar trabalho. - Comentou Beatriz.
 
- Eu tenho o dom de atrair inimigos. - Murmurou Allison.
 
- Como ele é? Você esteve tão perto, como conseguiu se controlar? Eu... Posso ver ele?
 
- Lice, ele ainda não sabe que tenho uma irmã gêmea. - Lembrou a olhando com pesar.
 
- Eu finjo ser você. - Insistiu.
 
- Eu preciso que tenha calma, estamos indo bem. - Disse a abraçando.
 
- Está tudo bem Alli, eu confio em você. - Murmurou correspondendo ao abraço.
 

Amor Sem Limites IIOnde histórias criam vida. Descubra agora