Capítulo 9

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Estavam todos emanando vibrações positivas para que tudo desse certo, de um lado a família de Allison, do outro a família de Lucas. E num canto do corredor ainda sentado ao chão de cabeça baixa, estava Chucky. Isadora saiu de seus devaneios e observou pela primeira vez o rapaz ali no chão, notou sua camiseta suja de sangue, e num gesto rápido ela levantou-se da cadeira.
 
- Onde você vai? - Perguntou Suzana a olhando. Os demais prestavam atenção nelas.
 
- Ele deve saber de alguma coisa. - Respondeu sem tirar os olhos dele.
 
- Você nem sabe se ele está aqui por conta deles. - Comentou olhando para ele também.
 
- Não vamos saber se não perguntar. - Disse respirando fundo. - Ei, você! - Chamou ela o fazendo levantar a cabeça devagar e olhá-la. Ao ver todas aquelas pessoas ali, Chucky levantou-se rapidamente e foi até eles.
 
- Vocês são familiares da Allison e do Lucas? - Questionou ele cabisbaixo.
 
- Sim! - Afirmou Isadora olhando para a camiseta dele. - Esse sangue todo... De quem é? - Questionou com o coração apertado. Ele olhou para sua própria camiseta.
 
- Dos dois. - Respondeu ele voltando a olhá-la. Sua camiseta era toda branca, então aquelas manchas estavam chamando muita atenção. Isadora sentiu seus olhos marejarem outra vez ao ouvir sua resposta. Os demais, alguns se abraçaram dando consolo uns aos outros, e outros abaixaram a cabeça pedindo a Deus para o pior não acontecer.
 
- Pode nos dizer o que houve? - Pediu Alice aflita. Ele respondeu com um aceno positivo de cabeça. Então começou a contar cada detalhe.
 
Isadora começou a chorar sem parar após ouvir tudo o que Chucky relatou a respeito do que aconteceu, os outros se entre olhavam confusos. Mas pela descrição que ele passou do rapaz, Henry só conseguiu pensar em uma pessoa, e se questionava como isso era possível. Logo ele afastou-se aos poucos sem que ninguém percebesse, ou pelo menos era o que ele achava, que ninguém havia percebido, porém Clarisse foi logo atrás e parou ao ouví-lo falar no celular.
 
- Eu quero quatro dos seus melhores homens, serão muito bem pagos pra isso. Vou precisar de dois no hospital central agora e os outros dois eu vou mandar o endereço. - Dizia ele ao telefone. - Ok, fico no aguardo! - Finalizou encerrando a chamada.
 
- Por que a Allison precisaria de seguranças? - Questionou Clarisse o pegando de surpresa, Henry virou-se de repente. - Aconteceu algo em Tóquio que eu deveria saber?
 
- É uma longa história. - Respondeu a olhando. - Mas eu te explico assim que der. - Acrescentou ao ouvir um falatório no outro corredor. Os dois retornaram rapidamente.
 
- Preciso que tenham calma, irei responder todas as perguntas. - Dizia Maxwell tentando acalmá-los. - Primeiramente para que se acalmem, os dois estão bem e fora de risco. - E com essa notícia, todos deram uma acalmada. - O Lucas estava com uma hemorragia interna, graças a Deus a bala não atingiu nenhum órgão importante, mas conseguimos conter a hemorragia e permanece-lo estável. - Revelou olhando para os pais de Lucas. - A Allison fraturou uma costela, mas graças a Deus a fratura não perfurou nada por dentro, o que seria um grande problema. Ela já está acordada, seu rosto está muito inchado e irreconhecível, mas nada que não vá voltar ao normal com o tempo. Fizemos uma TC e está tudo bem. Na parte do rosto foi tudo superficial mesmo. - Finalizou olhando para a família de Allison.
 
- O que eu vou fazer com o maldito que fez isso com eles não vai ser superficial não. - Respondeu Beatriz.
 
- Faço das suas palavras as minhas. - Manifestou-se Samantha.
 
- A gente pode ir vê-la? - Questionou Isadora olhando para Maxwell.
 
- Claro! - Afirmou.
 
- E a gente Doutor? Podemos ir ver o Lucas? - Questionou o pai do garoto.
 
- Ele ainda não acordou da anestesia, mas podem sim. Já está em um quarto mais confortável. - Respondeu o olhando.
 
Maxwell guiou as duas famílias até os quartos, Lucas e Allison estavam em quartos separados, um ao lado do outro. Quando Allison viu todos entrarem logo virou o rosto para a parede, não queria que a vissem assim, não tinha coragem de encará-los. Seus olhos estavam muito inchados, um deles havia um hematoma enorme, estava preto e vazando um pouco. Mas ainda conseguia enxergar um pouco com o olho menos inchado. Seu rosto estava realmente irreconhecível, haviam hematomas por toda parte.
 
- Alli? Como você está? - Perguntou Clarisse quebrando o silêncio que havia se formado.
 
- Quebrada... Mais uma vez. - Respondeu com sua voz um pouco embolada, pois ainda não conseguia responder claramente.
 
- Não precisa sentir vergonha da gente, sabe que estamos com você pro que der e vier. - Comentou Alice a fazendo olhá-la depois disso. Em seguida ela olhou para Isadora que estava estática e então desviou o olhar.
 
- Pode me dar... Um pouco de água? - Questionou a olhando. Isadora tomou a frente e pegou um copo que havia ali próximo de uma jarra com água, e após preenchê-lo pegou um canudinho, que haviam deixado ali, imaginou que provavelmente fosse pra isso. Então ela aproximou-se de Allison e sentando-se na beirada da cama levou o canudinho até seus lábios. E assim ela pôde beber um pouco de água.
 
- Filha, quem fez isso com você? - Questionou Henry a olhando. Ela ficou em silêncio, mas o olhou da forma que ele entendesse o que ela queria dizer. E ele entendeu. Logo ela notou dois homens parados do lado de fora da porta.
 
- Seguranças? Tô importante. - Comentou num tom divertido. - Será que... Podem nos deixar a sós? É coisa... Rápida. - Acrescentou referindo-se a deixarem ela com Isadora. Todos concordaram e aos poucos foram saindo do quarto. - Eu... Sinto muito por isso.
 
- Pelo que? Por quase morrer outra vez? Quando isso vai acabar Alli? Quando estiver morta? Você nem precisa mais disso, eu entendo que é sua paixão, mas olha pra você. - Disparou começando a chorar novamente. Allison não gostava de vê-la chorando, essa cena era de cortar seu coração. - Eu não posso e não quero perder você poxa. Lind e Eu precisamos de você. - Acrescentou entre o choro.
 
- Vocês... Não ficariam... Desamparadas... - Comentou.
 
- Já disse que não estou com você pelo dinheiro. Pouco me importa o dinheiro, eu só quero você, com a gente. - Debateu a encarando. - Quando digo que precisamos de você, não é financeiramente que eu estou falando.
 
- Eu... Vou parar Isa. - Disse ainda com dificuldade. - Mas antes... Eu só preciso... Resolver isso... E eu prometo... Que irá acabar. Também cansei de... Levar uma surra da vida, por conta das minhas escolhas.
 
- Por que não deixa isso pra lá? Tenho medo que ele te mate de uma vez. - Isadora a olhava com pesar.
 
- Ele não fez quando... Teve a chance. - Respondeu.
 
- E você está querendo dar outra chance pra ele? Você e o seu amigo quase morrem, já não basta? - Allison ficou confusa ao ouvir isso.
 
- Amigo?
 
- Você não está sabendo... Eu devia imaginar, estava desmaiada. Lucas tentou te ajudar e foi baleado. - Allison tentou levantar-se, mas soltou um grunhido de dor. - Você não pode sair daqui agora, ele está bem, passou por uma cirurgia e está fora de risco. Chucky também tentou te ajudar. Está bem também, porém muito preocupado, disse que não iria embora até ter certeza de que vocês estão mesmo bem.
 
- Que merda... - Resmungou. - Onde está nossa filha? - Questionou ao lembrar-se dela.
 
- Stefan está com ela em casa, não podia trazê-la. O ambiente hospitalar poderia não fazer bem a ela. - Respondeu a olhando. - Me prometa que não vai mais se arriscar assim?
 
- Me deixa terminar antes... E te prometo qualquer coisa depois... - Murmurou. Logo as duas ouviram alguém pigarrear na porta do quarto para chamar a atenção. Era Chucky, estava com Lucas e agora precisava saber dela. - Oi Chucky. - Cumprimentou Allison. Isadora passou as mãos no rosto para limpar as lágrimas.
 
- Desculpa eu interromper, só queria ter certeza de que está mesmo viva. - Comentou ele entrando no quarto em seguida.
 
- Quebrada... Apenas. - Respondeu num tom divertido. - Obrigada por tudo...
 
- Não precisa agradecer. - Disse a olhando. - Aquele cara é louco, só pode. Ele não tinha o direito de fazer essa crueldade com você.
 
- Infelizmente existem muitas... Pessoas más no mundo.
 
- Seus carros estão na minha casa, bom... Somente o que eu apostei e o que você usou para correr. O outro que ele estava usando que também deveria ser seu, ele usou para fugir. - Revelou comprimindo os lábios.
 
- Isso é o de menos... O importante é que estamos vivos. - Comentou ela. Isadora só ouvia a conversa.
 
- Lucas acordou, a primeira coisa que fez foi perguntar de você. A segunda foi transferir a sua grana. Cento e cinquenta mil dólares, como combinado. - Isadora arregalou os olhos ao ouvir isso. Era muito dinheiro envolvido.
 
- Da pra fazer uma... Plástica se precisar. - Brincou Allison soltando um gemido de dor ao dar um leve riso.
 
- Ta de brincadeira né? Dá pra fazer muito mais. - Respondeu ele dando um pequeno sorriso de canto
 
No corredor de espera Henry explicava a Clarisse o porquê da necessidade de colocar seguranças na porta do quarto de Allison e em sua casa. Contou tudo o que sabia a respeito de CJ, e cada detalhe do que houve em Tóquio. Ele só não sabia que Suzana não tinha conhecimento de nada disso, e ela chegou no momento errado da conversa.
 
- Isadora foi sequestrada? - Questionou Clarisse num tom de surpresa.
 
- Como assim Isadora foi sequestrada?! - Exclamou Suzana ao ouvir.
 
- Oh... Ham... De onde tirou isso? - Clarisse tentou desconversar ao perceber que ela provavelmente não sabia da história.
 
- Você acabou de dizer. Que história é essa? - Questionou a olhando.
 
- Eu disse? - Devolveu com outra pergunta.
 
- Se não vão me dizer nada, eu vou tirar essa história a limpo. - Murmurou saindo andando.
 
- Precisamos ir atrás dela. - Disse Clarisse indo atrás dela.
 
No quarto eles conversavam tranquilamente, Chucky já se sentia melhor, mais calmo em ver que Allison está bem. E dali já era de se notar que uma amizade verdadeira estava nascendo. Eles foram interrompidos quando Suzana entrou abruptamente no quarto.
 
- Que história é essa de que você foi sequestrada em Tóquio? - Questionou olhando para Isadora que engoliu a seco. Allison fez o mesmo, após sussurrar um “droga”.
 
- Me desculpem! - Exclamou Clarisse ao entrar de repente no quarto junto com Henry.
 
- E aí? Quem vai me explicar essa história? - Questionou Suzana as olhando.
 
- Suzana eu... Posso explicar... - Manifestou-se Allison que mal conseguia falar por agora.
 
- Não Alli! - Repreendeu Isadora. - Pode deixar comigo, eu vou conversar com ela.
 
- Talvez Charles estivesse certo, você só trás perigo pra minha filha. Já pensou se acontecesse algo com ela ou o bebê? - Disparou Suzana, estava fora de si. Ao ouvir isso Allison ficou totalmente sem reação, seus olhos chegaram a marejar. Não acreditava que Suzana pela primeira vez estava concordando com Charles em alguma coisa. Coisa essa absurda, pois ela jamais colocaria a vida de Isadora em risco, muito menos a de Lindsay. Se ela tivesse visto seu desespero quando tudo aconteceu , saberia o quanto se importa com elas. Isadora ficou chateada com o que a mãe havia acabado de dizer.
 
- Retira o que você disse, Allison jamais colocaria nossas vidas em risco. Ela não teve culpa. - Disse em defesa da outra.
 
- Se não saísse por aí participando desses rachas clandestinos igual uma delinquente, talvez não colocaria mesmo. - Debateu. Maxwell ouviu tudo do corredor e logo entrou com Matt no colo, estava aproveitando sua pausa para ficar um pouco com o garoto.
 
- Eu não vou discutir isso com você aqui. - Rebateu Isadora retirando-se do quarto, e logo Suzana foi atrás dela.
 
- Allison... Ela está nervosa, não sabe o que está dizendo. Não leva em conta, desespero de mãe, sabe? Em pensar no pior. - Tentou Maxwell. Allison apenas virou o rosto e desviou o olhar para a parede do quarto.
 
- Filha me desculpa... - Tentou Clarisse que ainda estava ali com Henry. Chucky nada dizia, não ia se intrometer.
 
- Me deixa sozinha mãe... Por favor... - Pediu sem olhá-la.
 
° ° °
 
- Você viu o que disse? Se ouviu dizendo aquilo? Você sabe que o papai mais do que ninguém odiava a Alli, e jamais concordaria com tudo que estamos vivendo hoje. Você me disse que estava do meu lado, que gostava muito da Allison, que via que ela é uma boa pessoa e me lança essa? - Disparou Isadora.
 
- Você foi sequestrada ainda grávida, tem noção da gravidade disso? E ainda não me contou nada.
 
- Não contei justamente por isso. E além do mais, estamos bem, não estamos? - Debateu a olhando. - Entendo que está nervosa, mas não devia ter dito aquilo. Não tiro sua razão, entendo sua preocupação de mãe, mas falar daquela forma com ela? - Suzana via o quanto havia sido fria com Allison, mas estava nervosa, quando viu já havia dito todas aquelas palavras. - Allison daria sua vida por mim e pela Lind se fosse preciso.
 
- Não tenho dúvidas disso. - Disse quase num sussurro. - Me desculpa. Eu fiquei nervosa e desesperada em pensar no pior que graças a Deus não aconteceu , e realmente talvez eu tenha dito coisas que não devia.
 
- Não é a mim que tem que pedir desculpas. - Respondeu a olhando. - E me desculpa por não ter dito nada, eu não queria que ficasse assim.
 
- Me conta o que realmente houve ? - Pediu. Então Isadora começou a contar toda história.
 
Minutos depois Isadora voltou ao quarto, e viu que Allison não estava bem com o que houve. Tentou conversar com ela, mas não teve respostas. Em seguida entrou Beatriz, Alice, Samantha e Lis para saberem mais como ela estava, não sabiam do que havia acontecido há pouco. E vendo a preocupação delas Allison deixou um pouco de lado o que houve há minutos atrás e conversou com elas como podia.
 
Logo Allison estava sozinha no quarto de hospital novamente, pois as meninas haviam saído para ela descansar e Isadora havia se retirado para falar ao celular, não porque ela não podia ouvir, mas sim para também deixá-la descansar um pouco. Ela estava se queixando de dores de cabeça e em sua costela. Isadora conversava com Stefan.
 
- Como ela está? - Questionou referindo-se a Lindsay. - Agora que sei que a Alli está fora de perigo, eu vou pra casa, assim você pode ir trabalhar tranquilo. - Comentou ela.
 
- Ela ainda está dormindo. - Respondeu ele do outro lado da linha. - Escuta, tem um carro, parecido com aqueles carros que a Allison costuma usar nas corridas. Está parado há um tempo na frente da casa dela, devo me preocupar? - Revelou a deixando preocupada.
 
- E-Eu não sei, talvez... - Gaguejou ela.
 
- Eu vou sair lá e ver quem é, e o que quer...
 
- Não!! - Repreendeu Isadora. - Não saia de dentro dessa casa, por favor.
 
- Isa eu estou armado.
 
- Ótimo, continue armado, mas não abra a porta até chegarmos. - Respondeu.
 
- Ok, não vou abrir. Mas que é estranho, é. Eu não o vi chegar, acabei cochilando, mas da hora que percebi até agora já faz um tempo. E daqui é impossível ver se tem alguém dentro. - Explicou. - Diga a Allison, e peça a ela que me ligue caso queira que eu resolva isso.
 
- Vou dizer, da uma olhadinha da Lind tá? Só para ter certeza de que está tudo bem. Logo estarei aí, e mais uma vez muito obrigada por ficar com ela.
 
- Não precisa agradecer, ela também é minha filha e no que eu puder ajudar, estarei ajudando. - Respondeu do outro lado.
 
- Obrigada de verdade, Até logo! - Finalizou Isadora.
 
- Até! - Respondeu encerrando a chamada.
 
Isadora temia que fosse CJ do lado de fora casa de Allison, temia que Stefan fosse verificar e ele também acabasse ferido. Temia por Lindsay também, seu coração estava apertado, ao mesmo tempo que queria ficar com Allison, precisava ir embora para ter certeza de que tudo estava bem. Ela retornou para o quarto e Allison estava com os olhos fechados, parecia estar dormindo, mas não estava e logo sentiu sua presença.
 
- Pode apagar... a luz por favor? Não está ajudando... com minha dor... de cabeça. - Pediu ainda com dificuldade. Isadora fez o que ela pediu, e só então ela abriu o olho que estava menos inchado.
 
- Esse seu outro olho da aflição de ver, parece que vai estourar. - Comentou aproximando-se.
 
- Quando eu vi... meu rosto no espelho... quase surtei. - Debateu. - Lindsay e Stefan... estão bem? - Questionou ao lembrar-se que a pouco Isadora estava falando com ele.
 
- Estão sim...
 
- Mas? - Incentivou ao vê-la fazer uma pausa.
 
- Tem um carro de corrida na frente da sua casa, Stefan disse que já faz um tempo que está ali. Ele queria ir verificar, e eu não deixei. Tenho medo de que possa ser o CJ. - Respondeu.
 
- Foi bom ele... não ir sozinho, pode ser perigoso. Se bem que... o meu pai colocou dois seguranças lá também. - Lembrou. Então o celular de Allison começou a vibrar sobre a pequena prateleira que havia ao lado da cama. E estendendo uma das mãos com dificuldade ela o pegou.
 
- Quem é? - Questionou Isadora.
 
- Numero privado. - Respondeu mostrando a tela do celular a ela e atendendo logo em seguida.
 
- Allison Collins... - Murmurou a voz do outro lado da linha fazendo ela reconhecer quem estava falando. - Nunca pronunciei um nome com tanto ódio.
 
- O que você quer CJ? O que faz aqui em Seattle? Você deveria estar...
 
- Preso? - Indagou. Allison fazia o possível para falar sem demonstrar que está vulnerável. E o esforço que estava fazendo para manter sua voz firme lhe causava dores. Isadora arregalou os olhos ao ouvir o nome de CJ. - Achou mesmo que eu ia ficar naquele lugar? Meu pai me subestimou demais, e agora está morto. Não me subestime também Allison.
 
- Eu não tenho medo de você. - Debateu fazendo uma careta de dor.
 
- A gente podia resolver isso logo, está me cansando ficar te caçando como um gato caça um rato. - Comentou. - Eu posso ter perdido a moral quando te bati, até porque deu a entender que não sei perder e passou uma imagem ruim para o pessoal daqui. Como combinado no racha, meu carro está na frente da sua casa. A chave está dentro e toda papelada pra ser seu. É só assinar e registrar.
 
- Como se isso fosse salvar sua reputação depois da merda que fez.
 
- Mas não pense que vou parar. E não serão esses homens que está com você e na sua casa que vão me impedir. - Finalizou encerrando a chamada.
 
- O que ele queria? - Questionou Isadora a olhando.
 
- Diz pro Stefan não se preocupar, aquele carro parado lá na frente de casa é meu. Fazia parte da aposta.
 
- Não faz sentido, você ganha, ele te arrebenta e depois te dá o carro? Esse cara só pode ser louco. - Murmurou balançando a cabeça em negação. Ela respirou fundo em seguida. - Amor eu preciso ir pra casa ver como Lind está, dar mama, essas coisas. Promete que liga qualquer coisa?
 
- Pode ir amor, está tudo bem. - Respondeu a olhando. Isadora selou seus lábios com cuidado. - Te amo! - Acrescentou Allison.
 
- Eu também te amo muito. - Disse dando um sorriso de canto, então indo até a porta ela retirou-se.
 
Allison aproveitou que ela saiu do quarto e respirou fundo lentamente algumas vezes para se recuperar da dor que estava sentindo. Havia se esforçado demais para manter sua voz firme. Ao mesmo tempo estava preocupada com as ameaças de CJ, não tinha medo dele, tinha medo do que ele poderia fazer com qualquer um que seja importante para ela. Precisava se recuperar logo e sair daquele hospital.

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