⚘ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 4 » 𝐋𝐚𝐫 𝐝𝐨𝐜𝐞 𝐥𝐚𝐫 ⚘

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Depois do ocorrido com Zoe eu ficava cada vez mais sensível quando o assunto era o seu e o meu bem-estar. Acordar diversas vezes na mesma noite acabara de virar um ato comum e isso quando ela não decidia passar toda a madrugada acordada chorando por ainda ter dificuldades de mamar. A maternidade não era uma tarefa fácil e apesar do rostinho doce e encantandor da minha filha eu havia chegado ao meu limite ! Pasava horas repensando seriamente se conseguiria dar a ela tudo aquilo que havia prometido. Eu não estou dizendo que minha pequena Zoe era um arrependimento mas o fato sobre o cansaço e trabalho de uma mãe ser além do que qualquer humano no mundo pudesse entender era totalmente verdade, a maternidade era um desafio mesmo que fosse o momento mais especial para ambos os pais.

Tirando a parte cansativa de passar as noites em claro tentando acalmar a pequena, todo o resto era maravilhoso, o sentimento era impagável e eu podia dizer que Chris sentia o mesmo já que ele só desgrudava da filha em situações realmente necessárias. Era o lindo e inexplicável o que estávamos experimentando e foi com base nesse amor que continuavámos dando o nosso melhor para que Zoe recebesse desde de tão nova uma vida incrível.

Éramos nós três aprendendo a cuidar um do outro.

E finalmente, após noites não tão confortáveis naquele hospital, acordamos animados pela manhã sabendo que dentro das próximas horas estaríamos em casa. Meu coração palpitava toda vez que eu pensava em como o quarto de Zoe ficaria ainda mais bonito e significativo quando ela estivesse repousando nele. A única coisa que faltava para que pudéssemos estar envoltos no conforto do nosso lar, eram os últimos diagnósticos e a conclusão sobre o verdadeiro estado de saúde da nossa filha e era justamente essa parte que estava fazendo meu coração acelerar desde o momento em que eu abri os meus olhos.

Enquanto Chris terminava de colocar o resto das coisas na bolsa de Zoe, eu passava levemente a escova macia em seus fios, alinhando-os até que ficassem bons ao meu ponto de vista. Por sorte, ela não era o tipo de criança que fazia pirraça quando o assunto era higiene pessoal, adorava tomar banho e pentear o cabelo, e se sua fralda não fosse trocada no tempo em que a bagunça fora feita, um conflito mundial parecia ter iniciado. Era tanto amor e admiração por aquele pequeno pacote que era impossível não perder horas analisando como seus traços eram parecidos com os meus, era idêntica a mim quando menor e certamente se uma foto nossa fosse posta lado a lado ninguém perceberia a diferença.

Quem diria que as vinte e quatro anos de idade eu teria uma carreira sólida, um casamento estável e uma família feliz... não sei em qual momento o universo resolveu me agraciar, mas eu não estava nem um pouco interessada em reclamar disso. Esperava que daqui para frente pudéssemos viver uma vida tranquila mesmo sabendo que em Hollywood isso seria impossível — Talvez a ideia de ter uma vida pacata em Boston não fosse tão ruim assim — penso.

E sendo despertada de maneira abrupta dos meus pensamentos mais profundos e distantes sobre o nosso futuro, a cena que se desenrola diante de mim é capaz de fazer algumas lágrimas chegarem aos meus olhos. Euforicamente eu chamo o nome de Chris para que ele tenha oportunidade de presenciar tal momento junto comigo.

Amor vem rápido ! — chamo mais uma vez torcendo para que sua volta na cama não demorasse tempo demais.

O quê foi ? — ele pergunta curioso.

Alguém está abrindo os olhinhos — digo melosa, ansiosa para ver como aquelas órbitas realmente eram.

Aí meu Deus meu amor, ela está abrindo os olhos ! — Chris diz eufórico, se sentando ao meu lado ainda expectando a filha com bastante atenção.

Deliberadamente a pequena levanta suas pálpebras, parecendo um pouco assustada e confusa com a claridade. Um sorriso largo se estende por meu rosto ao perceber que eles eram extamente iguais aos de Chris, seu azul era tão incrivelmente forte que ao lado do mar se fundiria. Me lembro do dia em que disse que nossos filhos teriam os olhos de Chris e graças a Deus isso se repetiu depois de Brian, agora eu teria a sorte grande de poder contemplá-los durante uma vida toda.

Only Us | 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝟐 | - (Chris Evans) Onde histórias criam vida. Descubra agora