Only Us | 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝟐 | - (Chris Evans)

⚘ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ 16 » É 𝐬𝐞𝐦𝐩𝐫𝐞 𝐯𝐨𝐜ê ! ⚘

Antes de voltar ao quarto a primeira coisa que fiz foi dispensar Scott e Emily, fiquei feliz quando vi que os dois estavam se dando bem, o quê me fazia reconhecer que a desconfiança de Chris sobre a babá era apenas implicância.

Sinto alguns olhares em cima de mim enquanto me arrasto pelos corredores até o quarto, o relógio marcava uma e quinze da madrugada fazendo-me ter noção de quanto tempo passei ao lado de fora. Não me sinto culpada por ter saído, precisava assimilar os últimos acontecimentos, precisava de um pouco de ar puro em meus pulmões e foi extamente isso que fiz no tempo em que fiquei ausente.

Depois de vaguear pelos corredores silenciosos, eu entro no quarto quase não conseguindo enxergar diante daquela densa escuridão, desisto de pegar a lanterna ao ver que Chris estava adormecido no sofá, seu amor e preocupação eram tanto que ele resolvera arrastar o movel para que ficasse próximo a filha. Sorrateira eu vou até os dois evitando fazer qualquer barulho, fico por alguns minutos admirando a minha filha, analisando cada parte do seu rostinho fofo e delicado. Era difícil ver aquela bebê tão cheia de vida, estática e respirando com dificuldade

Pensei que dessa vez estaríamos livres de todo sofrimento e talvez esse pensamento fora um pouco equivocado. Com delicadeza e também medo, levo a ponta dos meus dedos até sua pele, acaricio levemente enquanto noto seu peito subir e descer com lentidão. Tento reprimir os sons que minha garganta insiste em fazer e até consigo, mas as lágrimas... essas rolam escaldosas por todo o meu rosto. Vê-la com um tubo mesmo que pequeno em sua garganta, era doloroso demais.

Deixo um beijo em sua mãozinha enquanto limpo o meu rosto, o único lugar onde eu poderia descansar era no sofá onde Chris estava deitado. Estico meu corpo ao seu lado, o cheiro do cigarro ainda que fraco era perceptível as minhas narinas, sinto a raiva voltar rapidamente mas prezando pela minha saúde mental eu deixo aquela mágoa de lado. Seu corpo musculoso ocupava quase metade do pequeno sofá e para caber ali eu tenho que colar o meu rosto quase dentro do seu peito, coloco uma das minhas pernas entre as suas e deixo a outra reta, não adianta muito mas é suficiente para deixar o meu corpo confortável.

Antes de fechar os olhos eu observo seu rosto tão másculo e esculpido, sabia que ele estava dormindo mas isso não me impede de sentir a aflição que com certeza o consumiu na maior parte do dia. Zoe era o sonho e a realização de Chris, em outras palavras Zoe era tudo o que mantinha aquele homem vivo e feliz, consigo facilmente compreender o seu medo porque sentia o mesmo que ele, um pouco mais profundo talvez... Ainda estávamos aprendendo a ser pais, tínhamos apenas algumas semanas com a nossa filha e por isso o desespero ganhou proporções inimagináveis. Passamos por coisas tão duras que a qualquer sinal de que algo daria errado, perdíamos a razão e agiamos na maioria da vezes por impulso.

Passo lentamente minha mão em seus fios lisos e depois desço-a repousando em seu peito. Por mais que Evans agisse como um babaca, os seus braços sempre seriam o lugar mais seguro para mim, amava-o tanto que estava disposta a ajudá-lo a não cometer o mesmo erro de novo. Seu vício em cigarro fora algo que sempre preocupara a sua família e agora, fazia de mim mais uma refém.

Perdida no meio de turbilhões de pensamentos, eu me assusto quando seu braço passa ao meu redor e me traz para perto quase fundindo os nossos corpos. Chris me conhecia como a palma de sua mão e por isso ele passa sua perna em cima da minha prendendo-me mais forte. Ele resmunga alguns sons indecifráveis para mim e como sempre afaga meu cabelo, fazendo-me relaxar no mesmo instante.

— Onde estava ? — pergunta baixo.

— Lá fora — respondo chorosa.

— Me desculpa... — ele suspira — Não devia ter feito aquilo — sinto o pesar em sua voz — Era o meu papel ser forte e ser a sua fortaleza... mas você é sempre mais forte que eu, é você quem cuida de mim, é sempre você Mary — Meu coração aquece.